No dia seguinte às onze horas o telemóvel tocou.
- Falaste com ele? – Perguntou ansioso
- Acabei de o fazer.
- Disseste-lhe que sou seu pai, e que quero vê-lo?
- Sim.
- E ele?
- Ficou muito feliz. Nunca tinha percebido o desejo que ele tinha, de ter um pai, presente. Queria saber quando vens. Disse-lhe que vinhas jantar.
Fez-se silêncio do outro lado.
- Que foi? Arrependeste-te? Devia imaginar! - Indignou-se ela ao pensar na decepção do menino.
- Muito mal me julgas, - disse com tristeza. - Escuta, não tens com quem deixá-lo após o almoço? Quero mostrar-te uma coisa, antes de me encontrar com o nosso filho. É muito importante para mim, para ele, para todos nós.
Que poderia ser tão importante assim? E que relação poderia ter com Martim? E, com quem deixar o menino num domingo, dois dias antes do Natal? Será que os padrinhos poderiam ficar com ele?
- Então? Posso ir buscar-te?
- Não sei. Vou telefonar à Luísa. Se ela não puder ficar com ele, não poderei ir. Telefona-me dentro de meia hora.
Desligou, e marcou o número da amiga.
- Luísa?
- Olha que milagre! Pensei que te tinhas esquecido de nós.
- Não. Aconteceram muitas coisas. O Rui descobriu o Martim
- O quê? Como foi isso?
- Depois conto-te. Agora o que interessa é que o Martim já sabe que o pai voltou, que vai chegar esta noite para jantar, mas o Rui quer que eu vá sair esta tarde com ele. Diz que é muito importante, algo que tem para me mostrar ou dizer, antes de conhecer o filho. Tenho medo, de que possa ser alguma coisa genética, sei lá. Estou apavorada. Podes ficar com o Martim?
- Claro que sim, mulher. Estava a pensar levar o André ao circo esta tarde. Aproveito e levo os dois. E não te preocupes. Não deve ser nada de importante.
- Obrigada. Nem sei como te agradecer. O Martim vai ficar radiante quando souber que vai ao circo.
Desligou o telefone e chamou o filho
- Chamaste mamã?
- Sim filho. A madrinha vem buscar-te a seguir ao almoço. Vai levar-te ao circo com o André.
- Que bom! -Gritou o garoto, batendo as palmas.
Voltou para a sala, onde estava a ver os desenhos animados.
O telemóvel voltou a tocar.
- Então?
- Vem buscar-me às duas e meia.
- Obrigado.
Desligou o aparelho com uma interrogação:
Aquele obrigado, soara-lhe como um soluço contido, ou fora ilusão sua?
14 comentários:
Sem comentários - mas expectante :-)
Boa noite, Elvira
Vamos ver que surpresa nos prepara...
Abraço
Não foi ilusão... Bj
Também expectante, fico a aguardar o próximo episódio.
Forte abraço, Elvira.
As peças do puzzle começam a encaixar-se, sinal de que a Humanidade ainda tem remédio!
Bom dia amiga, passei para a continuação desta história deliciosa. Adoro finais felizes e cá fico a espera de mais. Estou muito cansada de pessoas que não são felizes e nem deixam os outros serem e ao passar por aqui neste seu cantinho vai atenuando as minhas mágoas. A continuação ddas melhoras para si e seu esposo. Beijinhos com muito carinho
Tudo lindo e se encaminhando!!! Sempre inspirada! beijos, chica
E agora? Será a ida ao cartório para registrar o filho, ou algum presente será comprado? Aguardemos os acontecimentos.
Abraços,
Furtado
Fiquei tão feliz com este episódio que já anseio o próximo! Já li os outros que me faltavam!!
As melhoras de todos. Felicidades para a netinha!
És o infinito do meu imaginário
Beijos e um excelente dia!
Boa tarde Elvira,
Esta história é muito bonita e estou presa à sua leitura.
Que será que Rui quererá transmitir-lhe?
Um beijinho.
Ailime
Olá, Elvira!
Gosto muito do seu estilo, amiga Elvira. A história se desenvolve com naturalidade, o que prende o leitor. Gostei muito. Parabéns.
Um abraço fraterno, amiga Elvira.
Pedro
Voltarei aqui para saber qual a surpresa?
Tenha uma boa noite amiga e um bom feriado amiga Elvira. Um abraço.
Muito interessante, vislumbro grandes emoções nesse encontro e com o garoto.
Beijos!
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