Ricardo estacionou o carro no seu lugar na garagem situada
na cave do prédio onde vivia e entrou no elevador que o levaria ao seu
apartamento no décimo piso de um moderno edifício no Parque das Nações.
Entrou em casa, poisou as chaves e o telemóvel no móvel
de entrada, dirigiu-se à sala e preparou uma bebida. Com o copo na mão foi até
à janela. A luz da lua dava reflexos de prata às águas do Tejo. Lá em baixo as
pessoas aproveitavam a noite quente de final de Setembro, para andar na rua. Jovens namorados, ou
recém-casados passeavam abraçados, indiferentes aos solitários que com eles se
cruzavam a caminho de casa ou de algum bar.
Respirou fundo, deu a volta e foi-se sentar no enorme
sofá que ocupava a parede fronteira à janela. Bebeu um gole do Whisky, e poisou
o copo em cima da mesa. Estendeu as longas pernas, inclinou a cabeça para trás
e fechou os olhos. Estava muito cansado.
De manhã tivera que ajudar a reparar uma limusina, de tarde por duas vezes
tivera que dar uma ajuda na oficina, primeiro com o Porsche, depois com o
Bugatti. Os três estavam alugados para um casamento no próximo Domingo e os
três enfermavam de pequenos problemas, cuja reparação ele quisera visionar pessoalmente.
Pelo meio tivera aquela carta maluca e aquele encontro com uma mulher que dizia
que ele tivera uma filha. Lembrou-se da raiva com que tinha saído da empresa
para se dirigir à morada da carta. Sentia-se capaz de fazer qualquer disparate.
Mas estranhamente a sua raiva não se manifestou devastadora, talvez por causa
da referida mulher. Havia nela uma estranha calma, uma espécie de resignação
que o impressionou e quebrou um pouco da sua raiva.
Depois, se aquela carta era verdadeira, se aquilo não era um esquema qualquer, se aquela Susana existira mesmo e se suicidara, ela não tinha culpa. Limitava-se a aceitar como verdadeiras as
loucuras da irmã. Mal regressara ao escritório, telefonara ao seu amigo Artur
Sampaio, deu-lhe o nome da mulher, a morada e pediu uma investigação tão rápida
quanto possível sobre ela e sobre uma possível irmã. Artur era um ex-inspetor da polícia Judiciária, reformado, que
entretinha as suas horas de ócio, com investigações para os amigos. Em poucos
dias ele iria saber tudo sobre elas, tinha a certeza.
À tarde estivera num laboratório e conseguira marcar o exame de ADN. Antes foi informado de que não era necessário a recolha de sangue, o exame podia ser feito com a saliva dos intervenientes ou cabelos. Eles tinham uns kits com o material de recolha e as instruções, podia levar, fazer a recolha e ir entregar, mas ele era um pouco desconfiado, preferiu marcar o exame de sangue para o dia seguinte e telefonar à tal Isabel a dar-lhe a informação do laboratório e da hora do exame.
Habitualmente chegava cedo a casa, tomava banho e saía
para jantar, mas como saíra tarde da empresa, comera duas sandes de carne assada no café restaurante onde os
seus empregados costumavam almoçar, pois não lhe
apetecia jantar.
Levantou-se, apagou a luz da sala e foi para o quarto.
Despiu-se, foi à casa de banho, tomou um duche e lavou os dentes, e voltou ao quarto. Despiu o roupão e completamente nu, deitou-se. Cinco minutos mais tarde, tinha adormecido.
20 comentários:
Vai acordar com novidades??
Abraço
Bom dia
Este presente inesperado , vai ser muito esperado para os leitores .
JAFR
Curiosa, a Elvira tece estas coisas de forma a deixar-nos na expectativa eheheheh
Bom dia, Elvira
De momento, tudo se encontra dependente dos resultados de um prosaico teste de ADN.
"Suspense"!
Forte abraço, Elvira.
Bom dia Elvira,
Aguardando com ansiedade o resultado do exame ao ADN.
Um beijinho e ótimo dia.
Ailime
Continuo a acompanhar e estou a gostar.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Será que não se lembra mesmo das mulheres com quem se envolveu?? Espero novidades. :))
Hoje:-Amanhecer, na solidão dum olhar.
Bjos
Votos de uma óptima Quinta-Feira
Lindos detalhes e enredos que nos fazem adorar a leitura e sempre esperar...beijos,chiuca
Ou muito me engano ou o exame de ADN vai dar positivo.
Voltarei para saber de certeza...
Beijo
Olinda
Mais um bom momento de leitura para acompanhar a história... Bj
Veremos as novidades do exame e das investigações! Hummm...
Abçs...
Pelo andar dos acontecimentos, ainda vem o fim de semana e nós não sabemos nada do resultado do exame...
Um abraço ansioso!
Essas mulheres só podiam ser Árabes, se só lhe via o nariz como é que se lembra delas!
O meu abraço.
A carta de Susana, poderá ser o princípio de um romance amoroso entre Ricardo e Isabel?
Tenha uma boa tarde de Quinta-feira amiga Elvira. Um abraço.
Por vezes o homem anda com uma mulher apenas por sexo e nem sente nada... Daí nem se lembrar com quem andou. Correu mal....
(Este episódio parece um que aconteceu na minha vida) Há 12 anos, que se revelou à 9 anos...
Estou ansiosa para saber do próximo!
Redopio em frente ao teu olhar ...
Beijos. Boa noite
Estou curioso e na expectativa
Bjs
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - Alerta... Autoridade Tributária
Hum, está cheirando a amor...
Venha o exame de ADN.
Bjs.
Boa tarde de paz, querida amiga Elvira!
Deve estar vivendo um clima de muita tensão. Ansiosa por ver o que sairá no resultado do tal exame.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Acho que vai sair-lhe uma surpresa :)
E a ansiedade pelo resultado do exame aumenta, pulando para o próximo capítulo!
Abraços!
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