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8.5.19

UM HOMEM DIVIDIDO - PARTE XLIII


No dia seguinte, com as férias a meio estava a caminho de casa. Apesar de toda a beleza dos sítios onde estivera, ela sentia falta do trabalho, do "stress" da cidade.  As belezas naturais tinham deixado de a entusiasmar. Que importava ter na sua frente a oitava maravilha do mundo, se não tinha ao lado ninguém, com quem partilhar os sentimentos que a sua beleza lhe provocava?
“Estás mal Paula. Se a aproximação dos trinta, te põe assim, que será de ti quando chegares aos quarenta?” – pensou enquanto se dirigia pela autoestrada em direção a casa.  Parou na área de serviço de Alcácer do Sal para esticar as pernas e beber um café. Aproveitou para telefonar para o escritório
- Estou.
- Irene estou a caminho de casa. Não sei se rejeitaste algum trabalho, mas a partir deste momento podes aceitar o que aparecer.
- Mas…não ias estar um mês de férias?
- Cansei de não fazer nada. Amanhã falamos.
Desligou a chamada, e voltou ao carro decidida a chegar a casa o mais depressa possível. O dia estava bonito mas a temperatura acima dos trinta e cinco graus, fazia-a desejar tomar um duche refrescante, vestir uma roupa leve, e ficar por casa a mandriar. Infelizmente quando chegasse tinha que ir fazer compras, pois não tinha nada em casa, e retomando o trabalho no dia seguinte, ficava com o tempo mais escasso.
Uma hora depois entrava em casa. Foi à cozinha, levantou a persiana a fim de deixar entrar a luz, e abriu as torneiras de segurança da água e do gás. Ligou o frigorífico, e foi à sala onde levantou a persiana apenas o suficiente para dar à divisão um pouco de luz, já que aquela hora o som incidia com toda a sua força sobre aquela janela. Voltou ao corredor, pegou na mala e na bolsa, e dirigiu-se ao quarto, onde as largou, junto aos pés da cama. Fez subir a persiana, e foi à casa de banho onde se despiu, meteu debaixo do chuveiro e deixou que a água tépida deslizasse pelo seu corpo suado, como uma carícia.
Terminado o duche, enrolou uma toalha à volta do corpo, e foi ao quarto onde procurou, uns calções brancos e um top da mesma cor. Da primeira gaveta da cómoda, retirou um conjunto de roupa íntima branca, uma delicada mistura de  algodão e renda, e retirando a toalha vestiu-se em seguida, sem utilizar o creme hidratante que costumava usar. Estava tanto calor, que certamente tomaria outro duche a meio da tarde, e aí sim utilizaria o creme. Pegou no telemóvel e marcou o número da madrasta.
-Estou…
-Cidália, já voltei. Como estão?
-Estou sozinha. O teu pai foi pescar com uns amigos e o Miguel. Parece que os amigos também levavam os filhos, num programa de pais e filhos. Só devem vir lá para o fim da tarde.
-E já almoçaste? Podias vir almoçar comigo. Não tenho nada em casa tenho que ir às compras, almoçávamos no Centro Comercial.
- Passas por aqui a apanhar-me?
- Estou aí dentro de quinze minutos. Até já.
Poisou o telemóvel em cima da mesa da cozinha. Abriu uma gaveta tirou um bloco, uma caneta, e foi fazendo uma lista daquilo que precisava comprar. Quando terminou, arrancou a folha, dobrou-a e guardou-a na mala, juntamente com a carteira, os documentos e o telemóvel. Pegou as chaves e saiu.




13 comentários:

Anónimo disse...

E, lido mais este capítulo, fico com as leituras de O Homem Dividido em dia :)

Outro forte abraço, Elvira.

Maria João

Larissa Santos disse...

Bom dia. Bem, a Paula já anda com o António Ferreira à voltas na sua cabeça. Vamos ver o que vai acontecer :))

Hoje :-As estradas são como os sentimentos, inconstantes

Bjos
Votos de uma óptima Quarta - Feira

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Continuo a acompanhar com interesse minha amiga.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

noname disse...

Estou ansiosa pela reviravolta que esta história vai dar.

Tudo a correr bem, Elvira
Abraço

chica disse...

Muito bom te acompanhar a cada capítulo! beijos, chica

Edum@nes disse...

O não fazer nada, também cansa,
ditas, foram palavras de Paula
depois de ver a paisagem alentejana
a meio das férias regressou a casa!

Tenha um bom dia amiga Elvira. Um abraço.

Cidália Ferreira disse...

A Paula anda com as emoções desinquietadas! Oxalá tudo corra como desejo!:)

*
Quantas vezes me culpo pela chuva que cai
Beijo e um dia feliz!

Janita disse...

"Aproximação dos trinta"?...Oh, mas a Paula ainda é uma criança!!
Se bem que, com essa idade, eu já fosse mãe de dois filhos não propriamente bebés. :)

Sabendo que a história está quase no fim, cá vou saboreando tudo, devagarinho.

Um abraço.

tulipa disse...


OLÁ ELVIRA
está melhor? espero que sim

Continua a história e eu a passar por cá para acompanhar
Adoro Alcácer do Sal, bons caminhos para passear.

Boa semana
se quiser espreitar
aqui:
http://pensamentosimagens.blogspot.com/

e, aqui:

http://tempolivremundo.blogspot.com/

Bjs, Tulipa

Gaja Maria disse...

A seguir com grande interesse :)
Abraço

Ailime disse...

Lindo este episódio.
Muito criativo e bem escrito.
Beijinhos e uma boa noite.
Ailime

Arte & Emoções disse...

Acompanhando, gostando e aguardando os acontecimentos.

Abraços,

Furtado