-Não, de modo nenhum. Desde que te conheci só me tens demonstrado que és uma boa pessoa, e o que fizeste ontem à noite, devolvendo a empresa, ao meu pai, apesar do ódio que lhe tens, foi a maior prova disso.
-Então, o que te impede?
-Se for contigo, a imprensa vai começar a especular. Não
quero encher as páginas das revistas cor-de-rosa como a tua nova conquista.
-Isso é desculpa. Primeiro não tenho por costume exibir nenhuma
conquista, nunca o fiz, sempre que apareci em alguma festa, fui sozinho, ou
acompanhado da Gabi e do Eduardo. Segundo, não me parece que seja essa a
verdadeira razão. Penso que cometi um erro quando disse ao teu pai que o
salvaria se acedesses a casar comigo. Na altura, só pensei em castigá-lo, não
pensei que isso podia separar-nos para sempre. Agora dou-me conta, que hoje, mesmo que diga que te amo, como nunca amei ninguém em toda a minha vida, que daria a minha fortuna, para que tivesses por
mim, o mesmo sentimento que me inspiras, tu nunca acreditarás em mim. Como o
teu pai não acreditou que eu tinha sido assaltado. Se eu fosse um tipo esperto,
teria descoberto há muito que não és diferente dele. Mas até os tipos mais
lerdos, cedo ou tarde, acabam por ver o que têm na frente dos olhos. Assim
sendo, não precisas inventar mais desculpas. Não voltarei a incomodar-te, nunca mendiguei nada a ninguém, também não o vou fazer contigo.
Atordoada com aquela declaração, Paula não teve tempo de responder, pois nesse momento bateram à porta, e de seguida, dona Teresa entrou.
Atordoada com aquela declaração, Paula não teve tempo de responder, pois nesse momento bateram à porta, e de seguida, dona Teresa entrou.
-Filho, a tua irmã, e a família acabam de chegar.
Paula aproveitou a interrupção para dar por terminada aquela conversa, antes que começasse a chorar.
-Já passa do
meio-dia. Não se devem atrasar com o almoço, o tempo passa a correr e depois
não têm tempo de se vestirem antes dos convidados começarem a chegar.
António levantou-se e deu o braço à mãe.
-Vamos lá então, -disse
Paula ficou só no escritório. Deixou-se cair na cadeira,
e escondeu o rosto entre as mãos. De todo o discurso de António ela só retivera
a declaração de amor. Pudesse ela acreditar nas palavras do empresário, e
sentir-se-ia a mulher muito feliz ao cimo da terra. Mas será que era mesmo uma declaração ou
tratava-se apenas de um mero exemplo explicativo? E mesmo que fosse uma
declaração, como acreditar num homem capaz de guardar sentimentos de vingança
durante tantos anos? Quem lhe diria que ele não tinha desistido de arruinar o
pai, por pensar que seria maior a vingança, se casasse com ela? Se ao menos ela
soubesse o que o pai lhe tinha feito. Mas como havia de o saber, se nenhum dos dois
queria falar nisso? Certo que o empresário deixara escapar qualquer coisa sobre
um assalto. Mas ela estava tão atordoada que nem entendera o que ele dissera. Levantou-se e ia dirigir-se à cozinha, quando encontrou a mãe do
anfitrião.
-Venha minha querida, ia chamá-la para almoçar.
-Obrigada, dona Teresa, mas é um almoço de família, não
quero ser uma intrusa. Prefiro comer alguma coisa na cozinha.
-De modo algum. Venha, estão todos à sua espera.
A senhora era tão amável e parecia tão sincera, que Paula
não tinha como recusar o convite sem ser indelicada.
Entraram juntas na sala. Eduardo levantou-se para a
cumprimentar e apresentou-lhe a esposa e filho. Paula sentiu uma empatia
imediata por Gabi, e emocionou-se quando a esposa de Eduardo, a abraçou com carinho.
Pedro, o filho do casal era um rapazinho alegre e simpático, que lhe disse ser
muito amigo de Miguel, e lhe contou que o irmão falava muito dela.
Pouco depois era servida a refeição. Todos se mostravam
alegres e simpáticos, fazendo com que se sentisse da família. Todos, menos
António, que se mantinha em silêncio e de sobrolho franzido, respondendo apenas
quando era interrogado diretamente.
15 comentários:
Em que embrulhada, eles estão, mas as coisas irão compor-se, certamente.
Boa noite, Elvira
Beijinho
O moço tem o ego ferido.
Isso passa.
Abraço
Gostei de ler este novo capítulo e de ver as imagens de celebração do 1º de Maio.
Há muito que as caminhadas me estão vedadas, mas continuarei a ser uma eterna não-ausente, parafraseando o Rogério.
Abraço,
Maria João
Continuo a acompanhar com interesse.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Bom dia. Creio que depois disto tudo eles se vão entender! Aguardemos !:)
*
Esvoaçam sentimentos, névoas do destino
Beijo e um excelente dia!
Desta vez limito-me a assinalar a minha habitual presença...
Deixemos que ambos se entendam!! :)
Um abraço.
Bom dia
Pouca ou nada se constrói sem trabalho e sem dedicação . O amor também faz parte dessa situação . Penso que com mais ou menos esforço eles vão se entender.
JAFR
Vamos acompanhando e torcendo...beijos, lindo dia! chica
Fui dar uma espreitadela às imagens do 1º de maio em Lisboa! Ontem foi o dia do trabalhador, logo o meu dia também, foi um dia de trabalho nem abri o computador.
O meu abraço.
Mais um interessante capítulo.
Elvira, um bom resto de semana.
Beijo.
Boa tarde Elvira,
Há-de chegar a hora H, para os dois se entenderem!
Vou agora ver as fotografias. Ontem não estive em Lisboa.
Beijinhos,
Ailime
Olá, Elvira...
Um dia desses os dois cairão em si e compreenderão o que de fato aconteceu... O perdão trará novos rumos...
Um grande abraço... O meu carinho...
Espero que eles compreendam o que se está a passar!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Ela não é fácil de vergar:)) Gosto assim :))
HOJE, DO NOSSO GIL ANTÓNIO :- Ondas de Amor
Bjos
Votos de uma óptima noite.
Ohh! Então? que será que ela vai fazer?
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