- Enganas-te. Para o caso de não te lembrares, não nos divorciámos, por isso continuamos casados. Vai. Fala com a tua mãe, e depois pensa no que te disse. Tens vinte e quatro horas para tomares uma decisão. Amanhã por esta hora espero-te em casa. Mas lembra-te que só depende de ti, o internamento e cirurgia da tua mãe.
- Porquê João? Porque me queres
na tua casa?
- Parece-me óbvio, não?
Primeiro porque ainda somos casados, e não me agrada que a minha esposa se
perca pelo mundo, sem que eu saiba como vive e com quem vive. Segundo
porque a casa também é tua. Mas agora vai. Parece que te esqueceste que a tua
mãe está lá fora ansiosa, e isso é perigoso para o coração dela. Amanhã em casa
conversamos.
-E se a minha mãe não quiser
ser operada? - Perguntou
- Nesse caso, nem tu nem eu
podemos ser responsabilizados pelo que lhe acontecer. Até amanhã, Odete, - disse
levantando-se e dirigindo-se ao gabinete ao lado, dando a conversa por
terminada. Não queria que a sua expressão o traísse. Pensou que aquela era a
hipótese meio maluca de recuperar a sua esposa. Com ela em casa, talvez ele conseguisse
entender o que a tinha levado a abandoná-lo, e quem sabe o que podia acontecer
com os dois debaixo do mesmo teto. O povo não dizia que onde há cinzas há fogo? Porém se a mãe dela, optasse por não ser operada, isso deitaria
por terra o plano desesperado que arquitetara ao vê-la.
Odete levantou-se e dirigiu-se à saída. Antes
de abrir a porta que dava acesso à sala de espera tentou afivelar no rosto um
sorriso, para não afligir mais a mãe. Mas sentia-se morta por dentro. Tinha
sido para ela muito difícil ter de recorrer ao ainda marido, mas a vida da mãe era mais importante que o seu desejo de não voltar a vê-lo. Mas nunca
pensou que João fosse fazer chantagem com ela. E como é que ela ia viver de
novo na mesma casa que ele, sem acabar de destruir o seu próprio coração? Porque
apesar dos quase quatro anos, de afastamento, o seu amor por ele continuava tão intenso
como no dia em que abandonara o lar.
- Vamos, mãe? Como te sentes?
- Cansada, filha. Muito
cansada.
24 comentários:
bom dia
embora seja uma frase já muito conhecida , neste caso está atualizada.
não esta fácil ou seja está mesmo complicado.
JAFR
A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Bah, complicada situação. Ela não gosta da chantagem, mas por outro lado tanto a decidir... Vamos aguardar! bjs, lindo fds! chica
Essa eu não percebi! Mulher é complicada mesmo!
Bom dia amiga.
Uuuuiii, agora é que são elas, chantagem a mãe a precisar de ser operada, solução nas mãos do Jõao, meu Deus o que será que ela vai resolver.
Também estava aqui a pensar amiga Elvira, então se ela bazou porque não pediu o divorcio, será que é um amor que nunca foi esquecido ? Uauuu, temos novidades por ai fora.
Beijinho grande e bom fim de semana.
Estou curiosa tudo indica que temos aqui um belo romance...
Espero novo episódio
Beijinhos
Continuo a acompanhar com interesse.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Qualquer coisa "me escapa" !(?)...
Como poderá a Odete sentir ainda tanto amor e voluntariamente se manter afastada do marido há 4 anos ?!... ao mesmo tempo que sente que se voltar, isso lhe partirá o coração !?...
Como disse, alguma coisa me escapou, mas certamente a continuação da estória me elucidará ! :)
Abraço, Elvira :)
Cá estou colocando a leitura em dia desde que a Odete, com a maior 'cara-de-pau', aparece no consultório do cardiologista acompanhada pela mãe. ( como se se tivessem visto na véspera)
Sinceramente?...Não estou a gostar nadica de nada disto...Lamento!
Não tem pés nem cabeça uma coisa assim.
Um abraço, bom fim de semana.
O João como médico não está agindo correctamente. Deve ele sem qualquer interesse. Fazer o que dever ser feito. Sem nada exigir em troca. Será que ele desconhece de que é com o açúcar que se apanham as moscas e não com o vinagre?
Tenha uma boa tarde amiga Elvira.
Um abraço.
O João está a fazer chantagem e não devia. Ela certamente vai optar por "AJUDAR A MÃE" mas... Vamos a ver o que vai acontecer. Gostei!
Beijo. Bom fim de semana.
Gostámos do que lemos por aqui. Parabéns!
Gostámos do que lemos por aqui. Parabéns!
Convidamos-vos a acompanhar o desenvolvimento do nosso conto escrito a várias mãos
Voar Sem Asas - Capítulo IV
Com votos de um bom fim de semana
Saudações literárias
Como vai estar, senão! Aqueles problemas que não se resolvem entre dois afectam a terceiros, que acaba sofrendo injustamente.
Pode ser uma boa leitura para depois de Maria Paula, que já estamos a acabar.
Um grande abraço nosso.
Ontem e hoje, leitura em dia.
Interessante trama, com uma das particularidades da Elvira: introduzir algo pedagógico (ou informativo) no que tece.
Bjonhos
Sempre a acompanhar as suas belas histórias e os seus "suspenses"!
Bom fim-de-semana!
Beijinhos.
Acho que houve aqui uma troca de 'post's'. Primeiro lemos o X e só depois o IX, mas dá para entender a história, só que continuo a entender porque ela o abandonou.
Abraço.
* a não entender, queria dizer.
Triste, mais ela vai optar pelo bem estar da mãe. Pressão sobre ela muito grande!
Bjs Elvira!
Boa tarde Elvira,
Muito suspense. Muito para desenrolar, tanto a respeito da doença da mãe como da chantagem de João e o facto de Odete ainda o amar.
Vou seguir com muito interesse.
Beijinhos,
Ailime
Será que chantageando ele vai conseguir o que quer?
Uauuu, pensei que ela o tinha abandonado, porque não o amava, mas, agora tudo muda. O que será que a levou a sair de casa? Acompanhando para encontrar respostas.
Beijos!
Como é que terá sido a vida dela neste período?
Oxi... Que situação!
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