Três dias depois, Ana encontrava-se no escritório, estudando um processo de um divórcio litigioso, quando o pai lhe perguntou se ia nessa noite ao aeroporto despedir-se de Simão.
Sentiu raiva. Então o irmão ia-se embora nessa noite, e
não lhe dissera nada? Verdade que não voltaram a encontrar-se depois da festa,
mas ainda assim, ele podia ter-lhe telefonado. Não era justo que não o fizesse.
Afinal fora ele a levantar as hostilidades, era ele quem tinha de pedir desculpas.
De todos os irmãos, Simão sempre fora o seu preferido. Porque era o mais velho?
Porque sempre tratava as irmãs com todo o cuidado como se elas fossem delicadas
flores de cristal? Porque estava sempre perto dela, para a acalmar e a proteger
de todos os perigos imaginários? Não sabia.
E agora? Tinham sido cinco anos sem o ver. Tinha saudades
dele. Teria desejado contar com o seu apoio, e a sua compreensão, para lhe ajudar a fase de desilusão em que se encontrava, com a recente desilusão amorosa. E ele
não só não lhe ligara nenhuma, como até se mostrara desagradável. E agora ia-se embora assim? Ah! Não. Não ia
ser assim tão fácil. Arrumou o processo:
- Pronto pai está aqui o processo que me pediste e todos
os apontamentos necessários para a elaboração da defesa. Sempre posso contar
com os quinze dias de férias que me prometeste?
- Claro. Vais viajar?
- Vou. Hoje mesmo vou marcar passagem. Preciso
afastar-me. Espairecer. Pensava começar amanhã. Dispensas-me esta tarde?
Preciso tratar de muitas coisas.
- Está bem, Ana. Porque não vais almoçar connosco? A mãe
ia ficar contente de te ver, e se não vais logo ao aeroporto, aproveitavas para
te despedir do teu irmão.
- Está bem.
O resto da manhã decorreu quase sem dar por isso,
empenhada em deixar em ordem todos os processos que tinha entre mãos. Separou
aqueles que pela proximidade das datas, não poderia tratar e combinou com os
colegas, quem os ia assumir.
Quando chegaram a casa, a mãe e a irmã, mostraram grande
alegria por vê-la. Mas não viu o irmão.
Ouviu o pai perguntar:
- O Simão não almoça connosco?
- Disse que sim. Deve estar a chegar. – Respondeu a mãe.
14 comentários:
A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Continuo a acompanhar a história com muito interesse.
Um abraço e continuação de boa semana.
Andarilhar | Dedais de Francisco e Idalisa | Livros-Autografados
Histórias ao pormenor, são sempre entusiasmantes e por isso cá está o figueirense, não para o almoço, mas para acompanhar a leitura!
Com o meu abraço.
Ana passa ao ataque, este podia ser o título desta parte. Acho que ela vai conseguir chegar onde quer.
Estou a adorar!
Seguindo com toda a atenção.
Os problemas familiares, que são
sempre mtº. doloros.
Desejando que se encontre bem.
Bjs.
Irene Alves
Se Ana tem alguma na manga? Não consigo descobrir, bem como não entendo o que é que ela tem contra Simão?
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
A seguir a história.
Bjn
Márcia
Aguardando o evoluir dos eventos.
Beijinhos
Vem aí discussão...
Bfds
Ana vai viajar... será que vai para Paris, tentar descobrir o segredo de Simão?
Claro que acompanho, amiga.
Mas entendo que não devo deixar opinião, quem escreve, escreve para si, no seu espelho, mas gosto, não fora eu um "almocreve" como hoje escrevi.
Beijo.
Que angústia a de Simão, amar assim a "irmã"
Oi Elvira
Acompanhando e gostando da história
Parabéns
Beijos
Minicontista2
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