-Ana, estás em casa?
- Ia sair agora, Matilde. Está tudo bem contigo? Estive em casa esta manhã, mas tinhas saído.
- A mãe disse-me. E eu queria tanto estar contigo. Por
isso estou a ligar. Não nos podíamos encontrar?
- Claro que sim. Mas é sábado. Pensei que preferisses
sair com o Pedro.
- Sim. Olha, se não te importares vamos os dois ter
contigo. Depois se tiveres outros planos para a noite separamo-nos. Não temos
que andar juntos toda a noite, mas preciso mesmo de falar contigo. É por causa
do aniversário dos pais. Queres jantar connosco? Vamos jantar a um restaurante
novo de comida indiana. Dizem que é muito bom.
Pensou rapidamente. Não lhe agradava fazer de pau-de-cabeleira
para a irmã e o noivo. Não há nada pior para uma mulher que acabou de ter uma
desilusão amorosa, do que acompanhar um par apaixonado. Por outro lado, ela
gostava de comida indiana, e uma refeição no ambiente frio de um restaurante, é
sempre mais agradável acompanhada
- Então Ana? Vá lá, diz que sim. Temo-nos visto tão pouco
ultimamente.
- Está bem. Espero-vos aqui, ou queres que vá ter
convosco a algum lado?
-Apanhamos-te aí dentro de meia hora. Está bem para ti?
-Está.
- Então até já.
Desligou o telemóvel e ficou pensativa.
Matilde era a sua irmã mais nova. Aquela com quem se
sentia mais intimamente ligada. Mas desde que há cinco anos, decidira viver
sozinha, viam-se muito menos. Às vezes, sentia uma saudade atroz da vida que
tinha na casa paterna. Do quarto partilhado com as irmãs, das primeiras
conversas sobre rapazes, sussurradas com Marta, a irmã mais velha, para que
Matilde, ainda uma menina não se apercebesse. Dos irmãos, tão diferentes entre
si, João, alegre, divertido, sempre pronto para a brincadeira, e Simão. Este, era
a antítese do irmão. Sério, responsável e protetor. Especialmente com ela e com Matilde.
Sentia saudade das longas conversas com a mãe, do pai, do
calor que emanava da casa paterna.
Lembrou, do dia em que decidiu ir morar sozinha. Tinha vinte e dois anos e estava prestes a casar com um jovem advogado, que
trabalhava com o pai, quando rompeu o noivado. O pai ficara muito zangado. E o
pior foi quando Miguel, inconformado pediu a demissão. Afonso perdia assim, não
só o homem em quem confiava para entregar a vida da filha, mas também o melhor advogado
da sua equipa. Ela não suportara, as recriminações paternas e decidira que era
tempo de ir viver sozinha.
O toque do telemóvel interrompeu-lhe os pensamentos.
Atendeu.
- Ana, chegamos. Desces, ou ainda estás atrasada?
-Desço já, - e pegando na mala, apressou-se a sair.
Não há dúvida de que vós sois uns leitores atentos. Pois é, esta História de Amor é a continuação de Estranho Contrato. Vinte e cinco anos depois. espero que gostem tanto, quanto gostaram da outra.
Não há dúvida de que vós sois uns leitores atentos. Pois é, esta História de Amor é a continuação de Estranho Contrato. Vinte e cinco anos depois. espero que gostem tanto, quanto gostaram da outra.
17 comentários:
Uma história de vida numa leitura interessante!
Bj
A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Está a ficar interessante.
Um abraço e boa semana.
Livros-Autografados
Só estou à espera de ver que namorado especial de corrida a Elvira vai arranjar para dar a volta à cabeça da Ana.
A coisa promete!
Eu se fosse o noivo, não me importaria nada de irmos almoçar juntos, ou até mesmo de passarmos a tarde juntos, desde que a noite fosse a dois!
Está interessante, vou acompanhar.
O meu abraço
Ah , fico contente por ter percebido. Estou a gostar da história da nova geração.
Bjn
Márcia
Gosto dese portugués coloquial que me resulta familiar e podo comprendelo. As suas historias son sempre un reflexo da vida cotiá, que a min tanto me gusta. Grazas por deijar comentario no meu post. Também en Galicia gostamos do mar, e iso é porque fica moito preto de calquer lugar. O que acontece também en Portugal. Desejo moita saúde, ganas de escriver e de disfroitar coas cousas que nos ofrece o vivir día a día. Abrazo grande.
Que interessante, quando será postado a continuação? Ah, pau de cabeleira aqui no Brasil chamamos de "segurar vela". Rsrs Acho muito interessante a diferença dos nossos termos, bem como o sotaque de vocês, que por ser interessante me agrada muito.
Aguardando a continuação...
Continuo a gostar muito da sua forma de escrever, Elvira !
:)
Quando se gosta do que se lê está-se atento.
A rapariga é jeitosa,
tem um sorriso bonito
sendo a vida é maravilhosa
que ela seja feliz acredito!
Tenha uma boa tarde amiga Elvira.
sim...eu pelo menos estou a gostar bastante
;)
Ah! Pena que não acompanhei Estranho Contrato.
Vejo que o feitio do Simão não mudou!
No comentário anterior referi o "Estranho Contrato" sem ler o post IV e seguintes. Acredite! Dizem que tenho boa memória, pelo facto de não comer queijo!
Vou continuar.
Oi Elvira,
Estou adorando a história.
Eu nunca quis morar sozinha, era única.
Beijos
Lua Singular
Pois... eu bem desconfiei que era a continuação de "Estranho Contrato":D
Ana e as suas memórias... vamos ver como corre o jantar
Boa noite, querida Elvira!
Não me recordava mais da outra história, minha cabeça de 6.3 tá esquecidinha... rs...
Mas, confesso que estou gostando muito dessa...
Bjm muito fraterno
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