-Outra vez, não,- gemeu tapando os ouvidos com as mãos.
Era sempre assim, quando o pai vinha bêbado para casa. O pai gritava com a mãe, e batia-lhe. E o pior é que ultimamente o pai vinha todos os dias bebado. Nessas alturas, Rui ficava cheio de raiva contra o pai. Queria crescer para poder enfrentá-lo. Às vezes pensava que se pudesse o mataria.
Até ele chegou um baque surdo e ouviu nitidamente o choro da mãe. Ele estava a bater-lhe de novo. Sem poder conter-se saltou da cama e dirigiu-se à cozinha, local donde vinham os gritos.
Sabia que o pai lhe iria bater mal chegasse lá, mas não se importou.
Naquele momento o pai tinha a mão fechada e preparava-se para a deixar cair de novo no rosto da mãe.
O menino arrancou, com o ímpeto dos seus onze anos e arremeteu com toda a força contra o pai. Este cambaleou, desequilibrou-se e caiu para trás, bateu com a nuca na esquina da mesa e finalmente imobilizou-se no chão.
Por momentos mãe e filho ficaram imóveis esperando que ele se levantasse.
Como isso não aconteceu, a mãe com o rosto ferido, e um olho violáceo, resultado dos maus tratos do marido, baixou-se tentando ajudá-lo, mas ao ver os seus olhos, e a poça de sangue que se ia formando à volta da sua cabeça, teve a certeza de que ele nunca mais lhe faria mal.
Por momentos mãe e filho ficaram imóveis esperando que ele se levantasse.
Como isso não aconteceu, a mãe com o rosto ferido, e um olho violáceo, resultado dos maus tratos do marido, baixou-se tentando ajudá-lo, mas ao ver os seus olhos, e a poça de sangue que se ia formando à volta da sua cabeça, teve a certeza de que ele nunca mais lhe faria mal.
Levantou-se e encarou o menino.
-Está morto, filho, -disse quase sem voz
O menino estava a tremer.
-Matei-o? - Perguntou assustado.
- Não, filho, não. Fui eu quem o empurrou. Estava cansada de apanhar pancada. Mas não queria matá-lo.
- Mas mãe…
-Nem mas, nem meio mas. Ficas proibido de dizer o contrário, - disse erguendo a voz autoritária. - Agora vai bater à porta da vizinha e pede-lhe que chame a polícia. Mas vê lá o que fazes. Aconteça o que acontecer, fui eu quem empurrou o pai. Ouviste?
- Sim mãe.
A tremer, de frio e de medo, abriu a porta para ir chamar a vizinha.
Ó p'ra vocês a franzirem a testa e a perguntarem: " Donde saiu este episódio? Quem é este Rui? Será que a autora exagerou no alentejano do jantar de ontem?"
Gente estou a brincar para aliviar um pouco a violência do texto.
Ó p'ra vocês a franzirem a testa e a perguntarem: " Donde saiu este episódio? Quem é este Rui? Será que a autora exagerou no alentejano do jantar de ontem?"
Gente estou a brincar para aliviar um pouco a violência do texto.
18 comentários:
Um novo elemento na história, o que a enriquece, para lá de ter a sua razão de ser, penso eu.
Boa noite, Elvira
Estava a achar muito estranho este episódio e também bem terrível, e o brincar no final ajudou
um abraço e uma boa noite
Agora sim já começa a ser familiar.
Boa semana
Bom dia
Violência domestica ! infelizmente o pão nosso de cada dia .
E agora ?
JAFR
Creio que nos fez saltar um passo atrás no tempo - uma espécie de "flash-back" - para nos dar a conhecer um pouco da infância de Mário, o protagonista deste conto. Estou errada?
Um forte abraço, esperando que tudo continue a correr bem com o seu marido e que a sua tendinite
já a não incomode tanto, amiga.
Cá estou eu para rever mais uma história.
Fico contente que esteja tudo andando melhor de saúde, muitas felicidades.
Bjs e até breve.
Cenas e acontecimentos fortes..vamos seguindo...bjs praianos,chica
Continuo a acompanhar com interesse e aproveito para desejar uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Já reli até aqui e estava a não entender! 🤔
Bj
Ou seja, ele está a relembrar a sua triste e pesada infância:(
Hoje:- Faço do champanhe o sorriso, a felicidade [Poetizando e Encantando].
Bjos
Votos de uma óptima Segunda - Feira.
A passar para acompanhar a historia!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Olá, Elvira! De cá, sempre torcendo pela saúde de vocês!
Ah!, agora lembrei da reedição, com o capítulo que terminei de ler...
Um bj e boa semana... Mais e Mais melhoras...
Bem, eu, ainda me lembro,
de já ter lido este capítulo
a atitude da vítima entendo
para defender o seu filho!
Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço. Como vai a recuperação de seu marido?
Coitada...tanto sofreu que correu mal
Beijo. Boa noite
Episódio duro e triste
Bjs
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - A minha Vizinha..
Boa noite Elvira,
Uma cena de violência, como infelizmente tanto acontece.
A criança revoltada, a queda...
Seguindo com muito interesse.
Beijinhos,
Ailime
(Elvira espero que o seu marido esteja melhor. Quanto aos comentários não se preocupe. Eu desejo é que fique bem dos seus olhos e que o seu marido recupere bem).
Lembrança de uma violência familiar que machuca, teima em sempre vir à tona e deixa marcas profundas.
Abraços afetuosos!
Nossa Elvira,Pegastes pesado rs
Agora vem a história e os percalços desse acontecimento .
Desculpe nunca acompanhar em tempo certo.
Tempo tempo tempo rs
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