No dia seguinte, com as férias a meio estava a caminho de
casa. Apesar de toda a beleza dos sítios onde estivera, ela sentia falta do
trabalho, do "stress" da cidade. As
belezas naturais tinham deixado de a entusiasmar. Que importava ter na sua
frente a oitava maravilha do mundo, se não tinha ao lado ninguém, com quem
partilhar os sentimentos que a sua beleza lhe provocava?
“Estás mal Paula. Se a aproximação dos trinta, te põe
assim, que será de ti quando chegares aos quarenta?” – pensou enquanto se dirigia
pela autoestrada em direção a casa. Parou na área de serviço de Alcácer do Sal
para esticar as pernas e beber um café. Aproveitou para telefonar para o
escritório
- Estou.
- Irene estou a caminho de casa. Não sei se rejeitaste
algum trabalho, mas a partir deste momento podes aceitar o que aparecer.
- Mas…não ias estar um mês de férias?
- Cansei de não fazer nada. Amanhã falamos.
Desligou a chamada, e voltou ao carro decidida a chegar a
casa o mais depressa possível. O dia estava bonito mas a temperatura acima dos
trinta e cinco graus, fazia-a desejar tomar um duche refrescante, vestir uma
roupa leve, e ficar por casa a mandriar. Infelizmente quando chegasse tinha que
ir fazer compras, pois não tinha nada em casa, e retomando o trabalho no dia
seguinte, ficava com o tempo mais escasso.
Uma hora depois entrava em casa. Foi à cozinha, levantou
a persiana a fim de deixar entrar a luz, e abriu as torneiras de segurança da
água e do gás. Ligou o frigorífico, e foi à sala onde levantou a persiana
apenas o suficiente para dar à divisão um pouco de luz, já que aquela hora o
som incidia com toda a sua força sobre aquela janela. Voltou ao corredor, pegou na mala
e na bolsa, e dirigiu-se ao quarto, onde as largou, junto aos pés da cama. Fez
subir a persiana, e foi à casa de banho onde se despiu, meteu debaixo do
chuveiro e deixou que a água tépida deslizasse pelo seu corpo suado, como
uma carícia.
Terminado o duche, enrolou uma toalha à volta do corpo, e
foi ao quarto onde procurou, uns calções brancos e um top da mesma cor. Da
primeira gaveta da cómoda, retirou um conjunto de roupa íntima branca, uma delicada mistura de algodão e renda, e retirando a toalha vestiu-se em seguida, sem utilizar o
creme hidratante que costumava usar. Estava tanto calor, que certamente tomaria
outro duche a meio da tarde, e aí sim utilizaria o creme. Pegou no telemóvel
e marcou o número da madrasta.
-Estou…
-Cidália, já voltei. Como estão?
-Estou sozinha. O teu pai foi pescar com uns amigos e o Miguel.
Parece que os amigos também levavam os filhos, num programa de pais e filhos.
Só devem vir lá para o fim da tarde.
-E já almoçaste? Podias vir almoçar comigo. Não tenho
nada em casa tenho que ir às compras, almoçávamos no Centro Comercial.
- Passas por aqui a apanhar-me?
- Estou aí dentro de quinze minutos. Até já.
Poisou o telemóvel em cima da mesa da cozinha. Abriu uma
gaveta tirou um bloco, uma caneta, e foi fazendo uma lista daquilo que
precisava comprar. Quando terminou, arrancou a folha, dobrou-a e guardou-a na
mala, juntamente com a carteira, os documentos e o telemóvel. Pegou as chaves e
saiu.
13 comentários:
E, lido mais este capítulo, fico com as leituras de O Homem Dividido em dia :)
Outro forte abraço, Elvira.
Maria João
Bom dia. Bem, a Paula já anda com o António Ferreira à voltas na sua cabeça. Vamos ver o que vai acontecer :))
Hoje :-As estradas são como os sentimentos, inconstantes
Bjos
Votos de uma óptima Quarta - Feira
Continuo a acompanhar com interesse minha amiga.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Estou ansiosa pela reviravolta que esta história vai dar.
Tudo a correr bem, Elvira
Abraço
Muito bom te acompanhar a cada capítulo! beijos, chica
O não fazer nada, também cansa,
ditas, foram palavras de Paula
depois de ver a paisagem alentejana
a meio das férias regressou a casa!
Tenha um bom dia amiga Elvira. Um abraço.
A Paula anda com as emoções desinquietadas! Oxalá tudo corra como desejo!:)
*
Quantas vezes me culpo pela chuva que cai
Beijo e um dia feliz!
"Aproximação dos trinta"?...Oh, mas a Paula ainda é uma criança!!
Se bem que, com essa idade, eu já fosse mãe de dois filhos não propriamente bebés. :)
Sabendo que a história está quase no fim, cá vou saboreando tudo, devagarinho.
Um abraço.
OLÁ ELVIRA
está melhor? espero que sim
Continua a história e eu a passar por cá para acompanhar
Adoro Alcácer do Sal, bons caminhos para passear.
Boa semana
se quiser espreitar
aqui:
http://pensamentosimagens.blogspot.com/
e, aqui:
http://tempolivremundo.blogspot.com/
Bjs, Tulipa
A seguir com grande interesse :)
Abraço
Lindo este episódio.
Muito criativo e bem escrito.
Beijinhos e uma boa noite.
Ailime
Acompanhando, gostando e aguardando os acontecimentos.
Abraços,
Furtado
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