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20.1.17

UMA HISTÓRIA DE AMOR - PARTE XX


Durante um longo minuto, o silêncio caiu sobre eles. Por fim Ana falou.
- Eu queria sentir esse amor. Queria que me ensinasses a ser feliz, e a fazer-te feliz. Mas tenho medo Simão. Um medo irracional, que me sufoca.
- E de que tens medo, querida?
- De não ser capaz de corresponder às tuas expectativas. De não conseguir fazer amor contigo, porque de repente me lembro, que somos irmãos.
- Tu sabes que não é verdade, Ana.
 – Por favor, não me interrompas. Deixa que te exponha todos os meus receios. Supõe que não dá certo. Vou perder-te para sempre, magoar os nossos pais, e isso aterroriza-me.
Com imensa ternura, contornou os olhos brilhantes, numa carícia suave.
- Já chega. Não te atormentes. Eu não tenho medo. Acredito em nós, e na força do amor. Vieste ter comigo. Sabes o que sinto e o que desejo. Só tens que decidir se vieste para ficar, e viver este amor que tenho para te oferecer, ou se te vais embora agora, e dás outro rumo à tua vida. 
Era o momento derradeiro, a última hipótese de virar costas e procurar um caminho que lhe parecesse mais seguro, ou fechar os olhos e saltar o abismo em que o medo se transformara. Lembrou-se da mãe. “Às vezes é preciso correr riscos”
Prendeu-lhe o rosto entre as mãos, e  disse baixinho:
- Fico.
Ele engoliu em seco. A emoção era um garrote que lhe sufocava a garganta. Apertou o corpo tremente nos braços, e começou a beijá-la. Lentamente, como quem saboreia um doce, foi-lhe beijando os olhos, e o rosto, até aflorar os lábios femininos. As suas mãos pareciam ter vida própria. Percorriam-lhe os braços, as costas, infiltravam-se sob a blusa, em suaves caricias que a enlouqueciam.
O beijo, tornou-se mais intenso, atrevido e urgente. Simão concentrava toda a sua energia, todo o seu amor,  toda  a sua experiência e conhecimento do corpo feminino, na tarefa única, de a levar pelos secretos labirintos da paixão, até à mágica saída, na apoteose final.
As roupas desapareceram, como por magia, e os corpos livres, uniam-se, na mais famosa dança de todos os tempos, num reconhecimento que vinha desde os primórdios da humanidade.
Mais tarde, apaziguada a loucura que os envolvera, num gesto cheio de ternura, ela tocou com a ponta dos dedos, o rosto masculino. Ele segurou-lhe a mão e beijou-os.  Simão, era um homem experiente, sabia reconhecer quando a mulher que tinha nos braços, estava com ele na entrega sublime do amor. Ana tinha estado. Tinha-se entregado de corpo  e alma. Ele sentiu-o. Mas precisava ouvi-lo da sua boca. Saber até que ponto ela tomara consciência disso, saber se conseguira matar todos os seus fantasmas. 
- E, então, querida?- Perguntou num sussurro 
- Amo-te.
- Sem medos, nem fantasmas?
- Sim
-Tens a certeza?
- Nunca tive tanta certeza de nada na minha vida. É… incrível. Sei que é um lugar-comum, mas não me ocorre outra maneira de to dizer. Sinto-me a mulher mais feliz do mundo.


17 comentários:

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Quando acontece amor não é preciso muitas palavras.
JAFR

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Está a ficar interessante.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar || Dedais de Francisco e Idalisa || Livros-Autografados

Tintinaine disse...

E agora? Que rumo vai a contista dar à história destes dois apaixonados? Será "e viveram felizes para sempre", ou vão ainda amargar um bocado até lá chegar?
Fico à espera para ver!

esteban lob disse...

Tras visitar también tu otro blog, Elvira, solo me resta admirar nuevamente tu versatilidad para obtener logros manuales tan destacados y, además, mostrarnos en estas historias acá tu gran vena literaria.¡Excelente!

Feliz fin de semana

Socorro Melo disse...


Ufa! Viajei. Você é uma mestra, amiga! Suas histórias nos emocionam e nos transportam para o melhor dos nossos sonhos, das nossas fantasias. Parabéns! Espero que nossos apaixonados sejam felizes para sempre. Lindo demais.


Beijos

Rui disse...

Lindo ! ... No entanto, difícil de imaginar como será uma relação de "praticamente dois irmãos" que o não são na realidade, mas que viveram uma vida juntos desde crianças pequenas !
Difícil colocarmos-nos no lugar deles ! (?)

:))

Os olhares da Gracinha! disse...

Será que o AMOR vence!?
bj

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

gostei ... aguardando

:)

Prata da casa disse...

As coisas começam a compor-se entre os dois. Ainda bem.Que ao menos, na literatura, haja os famosos " felizes para sempre".
Bjn
Márcia

maria disse...

Afinal eles vão mesmo viver esse amor que certamente tem tudo para dar certo e ao contrário dos receios de Ana,provavelmente ainda vai unir mais a familia... Gosto muito!

Anete disse...

Um grande amor está crescendo calientemente...
Bom fim de semana, Elvira...
Bj

Beatriz Pin disse...

Sigo con interese a historia, o mais que podo,(non son moi constante)e gosto do rumo que van tomando os acontecimentos. O estado de enamoramento é algo sublime que deija tudo o demais en segundo plano. Ja iremos vendo cómo nos vai surprendendo. Grazas pelo seu comentario no meu blog. Concordo totalmente co que dí sobre o feito de rematar asím o relato pero lembreime daquel livro que lera.... e penso que non hai também que escapar a esas realidades senón levalas con nós ja que forman parte do noso ser. Eso non quere dicir que non vivamos a vida a pleno, cada día, se podemos facelo! No meu caso, é o que intento! Boa fin de semana. Beijinho!

Edum@nes disse...

É assim mesmo,
de alegria sorrindo
vivido sem medo
o amor é lindo!

Tenha uma boa noite amiga Elvira.

Gaja Maria disse...

Tão bonito :)

Erika Oliveira disse...

Uau!! Muito bom seu texto, sua escrita!! Estou acompanhando!!

Lua Singular disse...

Oi Elvira
Que delícia de amor
Amei
Beijos no coração
Lua Singular