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31.5.22
POESIA ÀS TERÇAS - JAIME PORTELA - O COMBOIO DA UTOPIA
30.5.22
MEDO DE AMAR - PARTE XV
-Claro, mas ser professora é a minha vocação desde sempre e quando nós fazemos o que gostamos é muito gratificante, - respondeu Laura.
-
Bom, agora que isto já está entendido, vem conhecer o gabinete do doutor, - disse
Diana levantando-se.
Atravessou
a sala de espera, onde além de meia dúzia de cadeiras se encontravam uma mesa
de jogos didáticos infantis e outra com revistas da atualidade e uma pequena
estante com livros infantis e juvenis. De seguida abriu a porta em frente e
Laura observou o amplo gabinete no qual havia uma estante com vários livros de
medicina e psiquiatria, uma secretária de carvalho com uma cadeira de couro de
frente para a porta e do lado contrário, duas cadeiras com estofo também em
couro. Junto à janela uma marquesa e ao lado uma cadeira.
Laura
aproximou-se da secretária sobre a qual estava uma moldura clássica com uma
fotografia de Fernando com Gonçalo e ela entre os dois. Pegou na moldura e ficou olhando a fotografia recordando-se
perfeitamente de quando foi tirada. Ali ela tinha dezassete anos, acabara o
Curso Secundário. Fernando e Gonçalo já estavam na Universidade.
-És
tu, não és? – perguntou Diana
-No
dia em que terminei o Secundário – respondeu
-Namoravas
com ele?
-
Não que ideia! Fernando era para mim como um irmão. Desde que me lembro sempre
o vi lá por casa, juntamente com o Gonçalo. Os pais dele e os meus eram
vizinhos, e ele que não tinha irmãos, passava mais tempo na minha casa, que na sua.
-
Desculpa se cometi uma gaffe, mas a maneira como ele olha para ti, e a sua
expressão, é de um apaixonado, não de um irmão. E eu sempre pensei que era a
pessoa que estava na foto, a causa de ele nunca ter tido um relacionamento
sério, - disse Diana.
-
Não, não pode ser. Ele teria dito alguma coisa, nós éramos muito amigos, não tínhamos
segredos e até conhecer o meu falecido marido, nunca nos separámos.
-Bom,
deves ter razão. Talvez tenha sido o meu lado romântico que inventou essa
história.
Laura
poisou a foto sobre a mesa, ao lado do computador portátil que estava ligado a
uma impressora instalada numa pequena mesa do lado esquerdo da cadeira.
-Bom,
- disse Diana dirigindo-se para a porta.
Está na minha hora de almoço, vou fechar a clínica. Reabro às três horas.
A primeira consulta está marcada para as três e meia. Vens de tarde?
-
Não sei, se poderei vir, não falei nada com os meus pais. Eles estão cá esta
semana, pedi-lhes para tomarem conta do meu filho Miguel. E, à tarde, têm que ir buscar
a minha filha e a prima à escola. O doutor tem consultas amanhã à tarde?
-Tem todos os dias, de segunda a sexta. De manhã é que só tem às terças e quintas.
-
E amanhã é quinta feira. As minha filha e a prima, têm aulas até às cinco. Vou falar com os meus pais e talvez possa vir de manhã e de tarde até às quatro e meia. E quando sair passo pela escola e levo as meninas.
Pegou
na mala e dirigiu-se para a porta
-Queres
boleia, ou tens o teu carro? – perguntou encaminhando-se para a saída.
-Só
vou fechar a porta. Trouxe almoço e fico a descansar as pernas na marquesa do doutor.
Este barrigão dá-me dores nas costas e nas pernas, que é um caso sério, -
respondeu Diana.
-Então
até amanhã, - disse Laura, e abrindo a
porta saiu para a rua
29.5.22
HUMOR AOS DOMINGOS
A certa altura o filho diz ao pai:
O Juiz pergunta à prostituta:
"Então quando é que se apercebeu que tinha sido violada ?
A prostituta respondeu, limpando as lágrimas :
"Quando o cheque foi devolvido !!!"
************************
Um artista pergunta ao dono de uma galeria se alguém se mostrara interessado nos seus quadros.
O dono responde-lhe:
- Tenho boas e más notícias...
- Dê-me as boas primeiro!
- Bom, as boas são que que eu disse a um cliente que quando você morrer os seus quadros vão triplicar de valor e ele comprou-os todos.
- Ena! Mas isso é ótimo! Então e as más?
- As más são que o cliente era o seu médico...
**********************
Um velhinho viajava sentado no banco da frente do autocarro; sempre que o veículo fazia uma curva ele também o acompanhava, virando para o lado. Nessa altura, as crianças que vinham da escola e enchiam o autocarro gritavam:
- Segura o avô, segura o avô!!!
Nesse momento toda a atenção se voltava para o velhinho e rapidamente alguém o ajudava, colocando o velho na posição certa novamente.
O autocarro fazia outra curva e lá ia o velhinho todo torto, de novo. E as crianças gritavam outra vez:
- Segura o avô, segura o avô!!!
E aparecia sempre um voluntário para posicionar o velhinho no banco mais uma vez.
E assim continuou a viagem inteira, até que lá pela décima vez quando berraram :
- Segura o avô, segura o avô!!!
O avô implorou:
- Ahh! Meus filhinhos, deixem o avô, ao menos uma vez, soltar um peidinho...
**********************
Um pai passeava com a sua filha quando vê um burro deitado com a pila de fora e pergunta ao pai:
- Pai o que se passa com aquele burro?
- Aquele burro está doente, minha filha.
- Está bem, diz a menina conformada.
No dia seguinte a menina passa pelo mesmo burro desta vez acompanhada pela mãe e diz toda confiante:
- ÓH mamã aquele burrito está doente!!
- Quem te disse tal coisa?
- Foi o papá.
Diz a mãe:
- Tomara o teu pai ter metade daquela doença minha filha!!
*******************
Na sala de aula, a professora pergunta aos seus alunos:
— Quem sabe dizer qual é a pessoa mais rápida do mundo?
— É o Schumacher! — diz o Pedro.
— É o Alonso! — diz a Maria.
Começam todos a rir.
Eu sei a resposta! — grita o Joãozinho, com convicção — A pessoa mais rápida do mundo é a minha tia!
A tua tia? — pergunta a professora, espantada — Por quê?
— Quando ela se pesa na balança, ela vai dos zero a cem em menos de um segundo!
28.5.22
PORQUE HOJE É SÁBADO
27.5.22
MEDO DE AMAR - PARTE XIV
Laura conversou com a mãe, que se mostrou radiante por ela ter aceitado a proposta de Fernando e afirmou cuidar do neto, enquanto ela estivesse ausente.
Assim,
pouco depois das nove ela chegava à clínica do psiquiatra e apresentava-se à
sua assistente, que não se mostrou surpreendida pois um telefonema do chefe
logo de manhã, tinha-a avisado.
Diana
era uma jovem morena de estatura mediana, de olhos castanhos e sorriso fácil. O
cabelo curto, era igualmente castanho, embora mais claro que os seus olhos. O
seu enorme ventre, mostrava que devia estar muito perto do final da gravidez e
fazia com que a jovem parecesse mais baixa do que realmente era.
Quando
sorria, duas covinhas apareciam no seu rosto que parecia iluminar-se.
Laura
gostou imediatamente dela.
-
Já era tempo de que o doutor se decidisse a arranjar alguém para me substituir
– disse. Mais um pouco e eu entraria de baixa e ele ver-se-ia na contingência
de ter que ser ele a explicar o serviço. Podes ir buscar uma cadeira à sala de
espera, para te sentares aqui ao pé de mim?
-
Claro.
Laura
fez o indicado e logo que se sentou, disse:
-Não
pareces surpreendida por não vir de nenhuma agência temporária.
-Não.
O doutor detestava ter de o fazer. Ele gosta de trabalhar com alguém conhecido,
sente-se melhor. E eu sabia que ele te queria aqui, desde que o teu irmão lhe
contou que querias regressar ao trabalho, mas não tinhas conseguido vaga numa
escola aqui na cidade.
-Conheces
o meu irmão?
- Como não? Os dois são tão amigos que quando comecei a trabalhar aqui, e o doutor Gonçalo passava quase sempre aqui no fim das consultas, pensei que eram irmãos. Foi há anos, o chefe já tinha a clínica e alguns clientes, embora na altura ainda fizesse serviço no Hospital de S. José. O teu irmão tinha acabado o curso e estava a estagiar no hospital de Santa Maria. Segundo me disse deveria ter acabado o Curso mais cedo, mas um grave acidente de moto, interrompeu-lhe os estudos.
Quando acabou o estágio, o teu
irmão foi para um hospital no Porto, o chefe decidiu encerrar a clínica e foi para
Londres, onde esteve dois anos, num hospital. Ele era na altura um homem muito
amargo, eu só o sentia mais alegre, quando o teu irmão o visitava. Bom, vamos
então começar?
-
Claro, foi para isso que vim, - disse Laura embora tivesse gostado que Diana
lhe continuasse a falar de Fernando. Na verdade, ela perdera todo o contacto
com ele quando casara e viera viver para Lisboa. Na altura, ele já tinha
terminado o curso, e embora já estivesse em Lisboa, ela tinha-lhe perdido o rasto.
- Aqui atrás de mim, está o ficheiro onde se guardam todas as fichas dos clientes por ordem alfabética. O chefe não usa estas fichas, ele escreve tudo no computador. Depois que as consultas acabam, tens que transcrever tudo para as fichas do doente. Isto porque pode haver uma falha do sistema, e sem uma ficha atualizada em papel, ele não teria acesso aos dados do doente.
É a velha
história, os computadores são rápidos e eficientes, mas quando o sistema falha
o que salva qualquer negócio, são os registos em papel. Quando fazes a
inscrição, se for a primeira vez, abres esta gaveta, tiras uma ficha destas e
preenches com o nome e idade do doente. Se já é doente é só procurares no
ficheiro.
-
Não parece difícil.
-Nada.
Tenho a certeza que é bem mais difícil preparar uma aula nova todos os dias.
26.5.22
25.5.22
MEDO DE AMAR - PARTE XIII
Quando Fernando chegou para levar as crianças à escola, já se tinha decidido.
-
Bom dia! -saudou ele
-
Bom dia, - respondeu. Entra, vieste mais cedo, hoje. As meninas estão a acabar
o pequeno-almoço. Queres beber um café, enquanto esperas?
-Aceito,
obrigado. Tenho uma notícia para a Matilde.
-
Aconteceu alguma coisa? Tiveste notícia dos noivos? - perguntou assustada
enquanto fechava a porta atrás dele que já se encaminhava para a cozinha.
-
Não, descansa, não é nada grave. O Sérgio ligou-me ontem à noite. A Sofia tinha
acabado de dar à luz um rapagão com quase quatro quilos.
-
Meu Deus, outro menino. E ela tinha tanta esperança que desta vez fosse uma
menina.
-
Queres dizer que eles não sabiam que era um menino? Ela não fez ecografias?
-
Fez. Mas o bebé estava sempre em má posição e o médico nunca conseguiu ver. E
toda a gente lhe dizia que quando é assim, é menina! Deve ter sido uma
desilusão.
-Pois
ele pareceu-me muito feliz, quando me deu a notícia.
-
E tenho a certeza que a Sofia também estará. Na verdade, o desejo de qualquer
mãe ou pai, é que o seu bebé seja perfeito e saudável.
Tinham
parado no corredor, e preparavam para entrar na cozinha quando Matilde saiu,
seguida da prima.
-Olá!
Que fazem vocês aí a bichanar no corredor? Aconteceu alguma coisa com os meus
pais? – perguntou preocupada.
-Não,
- respondeu a tia. O Fernando estava a contar-me que o teu tio Sérgio lhe ligou,
a informá-lo de que já tens mais um primo.
-
Outro rapaz? Coitada da tia Sofia! Queria tanto uma menina! Bom, tio Fernando,
esperas um pouco, enquanto nós vamos lavar os dentes e buscar as mochilas?
-
Claro Matilde não te preocupes. Enquanto isso vou aceitar o café que a Laura me
ofereceu. Temos tempo, eu hoje vim mais cedo.
Enquanto
elas se dirigiam à casa de banho, os dois entraram na cozinha. Laura tirou do
armário uma chávena que encheu com o aromático café e colocou-a na mesa em
frente dele.
-Bebes
só o café, não queres comer nada?
-
Não, obrigado!
-
Tens consultas de manhã?
-Não.
Vou ter uma vídeo conferência com outros psiquiatras de várias partes do mundo,
sobre o desenvolvimento de novas doenças mentais e quais as melhores terapias.
Porquê?
-
Porque decidi aceitar a tua proposta, e tencionava ir esta manhã ao teu
consultório, se os meus pais ficarem com o Miguel.
-Mas
é claro que podes ir na mesma. A Diana está lá e põe-te ao corrente de tudo.
Fico muito feliz com a tua decisão. Custava-me ter de recorrer à empresa de
trabalho temporário, e ter que trabalhar com uma desconhecida.
Naquele
momento as duas adolescentes apareceram à porta da cozinha.
-Já
estamos prontas, tio Fernando. Podemos ir quando quiseres.
Ele
levantou-se e encarou-as.
-
Claro, quando eu ganhar o meu beijo das duas princesas.
Rindo
elas beijaram-no, e depois fizeram o mesmo com Laura e os três encaminharam-se
para a porta da rua, seguidos pela dona da casa.
-Juizinho,
- recomendou-lhes antes que entrassem no carro. Elas voltaram-se e atiram-lhe
um beijo na ponta dos dedos entrando no veículo em seguida e fechando a porta.
Logo
de seguida o carro arrancou suavemente. Laura ficou na porta até vê-lo entrar
na estrada e desaparecer. Só então fechou a porta e voltou à cozinha.
24.5.22
POESIA ÀS TERÇAS - DIVA CUNHA
Em casa sozinha
Em casa sozinha
para matar meu desejo
leio poesias
não beijo
Me masturbo
e me contorço
leio poesias
não ouço
a voz
onda da pele clara
que aflora
sobre meus ossos
Em casa
entre coqueiros e arcos
ouço o desejo e passo
pelo fim do meu desejo
portas adentro atravesso
prendo sonhos entre paredes
minhas mãos prendem nos versos
os meus desejos inda verdes.
Diva Cunha
Biografia DAQUI
Nascida em 10 de dezembro de 1947, em Natal, (RN), Diva Cunha está se revelando uma das principais poetas da contemporaneidade. Formou-se em Letras, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e fez a pós-graduação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, defendendo a dissertação Dom Sebastião: a metáfora de uma espera. Foi professora de Literatura Portuguesa no curso de Letras da UFRN, até aposentar-se, e, atualmente, faz o curso de doutorado na Universidade de Barcelona, e integra os quadros da Universidade Potiguar, onde ensina História da Literatura do Rio Grande do Norte e Cultura Brasileira, temas que se tornaram objeto de inúmeras pesquisas. Seu primeiro livro — Canto de página — revelou uma poetisa madura, com extrema capacidade de manejo do verso e com uma dicção própria. Os seguintes — Palavra estampada e Coração de lata — reforçam a noção de uma poética que trabalha a emoção e a razão, tentando atingir o equilíbrio possível entre elas. Seus principais temas poderiam ser assim resumidos: a poesia, a cidade, a mulher. |
23.5.22
MEDO DE AMAR - PARTE XII
Rolou na enorme cama de casal. Quim fora um homem muito apaixonado e talvez porque durante dez anos experimentara as delícias do amor, para ser sincera consigo própria sentia a falta de um companheiro.
Afinal
tinha trinta e três anos, era uma mulher jovem e saudável, o seu corpo sentia a
falta das carícias de umas mãos e uma boca apaixonada.
Sabia
que Fernando a desejava, tinha-o lido nos seus olhos há quase dois anos e por
isso mesmo o afastara. Quim tinha falecido há meio ano, ela sentira-se
ofendida, como se estivesse a atraiçoar a memória do marido.
Agora
Gonçalo tinha-lhe pedido para ele levar as meninas à escola e isso obrigava-a a
uma convivência que a estava a desorientar.
Depois
havia aquela proposta de emprego temporário. E ela ficara desgostosa ao não
conseguir vaga para lecionar naquele ano letivo. Não que ela precisasse de
emprego para viver, felizmente a sua situação económica, não era problema. A
casa estava paga, e tinham recebido uma herança razoável quando a tia-madrinha
de Quim morrera, além das próprias economias do casal. Podia continuar em casa,
mas agora que o filho ia entrar na creche a solidão ia ser ainda maior.
Pensando
nisso, aquele emprego podia ser uma boa ideia. O pior é que desde que voltara a
ver Fernando, todos os dias, e especialmente depois das conversas trocadas, ela
sentia-se cada vez mais inquieta na presença dele e receava que essa
inquietação aumentasse com a convivência diária no consultório.
Todavia
sabia que o psiquiatra tinha fama de ser um dos melhores profissionais da
cidade, logo ele não iria misturar os seus possíveis desejos com o trabalho.
Por
fim, cansada, acabou por adormecer.
Apesar
de ter adormecido tarde acordou um pouco antes do relógio despertar. Saltou da
cama, abriu a persiana e olhou a rua, que não obstante a hora matutinal. já
fervilhava de gente que passava apressada, decerto rumo aos seus empregos.
Retirou
da comoda um conjunto de roupa interior e do armário, umas calças de ganga e
uma T-shirt azul, que levou para a casa de banho, onde procedeu à higiene
pessoal vestindo-se em seguida.
Antigamente
quando o irmão vinha buscar a sobrinha para a levar à escola, sempre a
encontrava de pijama e robe, mas agora parecia-lhe que receber assim o amigo,
não seria próprio e daria ideia de uma intimidade que a afligia.
Foi
para a cozinha e deu início ao novo dia preparando o pequeno almoço para a
filha e sobrinha.
22.5.22
HUMOR AOS DOMINGOS
Num autocarro um casal de namorados sentam-se num banco e a mãe dela senta-se num outro mais à frente.
Quando o revisor chega ao pé dela para lhe cobrar o bilhete, diz a filha:
- Oh mãe, não é preciso que o Mário já tirou os três!
O condutor olha pelo retrovisor para a rapariga (que por acaso era boa como o milho) e respira fundo:
- Ah grande Mário!
**********************
Um belo dia, a Catarina, uma bela e inocente jovem de 15 anos convida o Pedro, seu primeiro namorado da mesma idade a ir jantar a sua casa e pedir a seus pais autorização para namorar com ela. E com os desejos carnais à flor da pele diz ao Pedro que essa noite será de amor e sexo logo após o jantar, quando os pais saírem......
O Pedro excitado e para se precaver vai à Farmácia em busca de preservativos e apesar de ainda ser virgem e inexperiente, compra uma caixa de preservativos Familiar(24 unidades) e responde ao Farmacêutico que tem muita pujança, rodagem e que vai "comer" mais uma menina nessa noite....
À noite, ao chegar a casa da Catarina é recebido por esta de forma efusiva e segue para a mesa de jantar onde se encontram já os pais. Após sentar-se o Pedro oferece-se para dar as Graças pela refeição que iam tomar e baixando a cabeça começa a rezar intensamente....
Passam uns minutos e o Pedro continua a rezar e cada vez mais intensamente...... Após 10 minutos de constante reza, a Catarina algo intrigada, murmura entre lábios
-Não sabia que eras tão religioso!
O Pedro, sem abandonar a posição de respeito, diz:
-E eu não sabia que o teu pai era o Farmacêutico!!!!
21.5.22
20.5.22
MEDO DE AMAR - PARTE XI
Depois Fernando levantou-se e aproximou-se de Laura que se encontrava de costas, olhando através da janela da cozinha.
-
É verdade o que a tua mãe disse. Ainda tens as mensagens do teu marido no
telemóvel?
-Não.
Mas tive-as durante muito tempo e ouvia-as, sim. Ajudaram-me a passar os tempos
mais críticos quando me custava a crer que nunca mais o veria. Tu não sabes o
que é amar uma pessoa de corpo e alma e de um momento para o outro perdê-la.
-
Não, - disse ele com voz rouca, - mas sei o que é amar assim, alguém que nunca
me amou. A gente não vive, sobrevive.
E dizendo isto virou-lhe as costas e foi-se embora, deixando-a sem palavras.
Claro
que os pais, principalmente a mãe, também não ajudaram nada. Ela amava os pais,
mas estava desejosa de que eles voltassem para casa e a deixassem em paz.
Nunca
um dia lhe parecera tão longo. E quando finalmente chegou a hora de se deitar,
e se recolheu ao quarto, continuava com mil ideias contraditórias na cabeça.
Tomou
banho, vestiu o curto pijama de seda, lavou os dentes e dirigiu-se para o
enorme leito onde todas as noites se perdia de saudade. Antes, porém, pegou na
moldura com a foto de Nuno que tinha em cima da cómoda e acariciou o seu rosto,
enquanto murmurava.
-Sinto-me tão perdida sem ti. Toda a minha família insiste em que te devo esquecer e seguir em frente, procurar um novo amor, dar uma figura masculina ao nosso filho, que não chegaste a conhecer. Sei que o Fernando Novais, aquele nosso amigo de infância, que andava sempre com o meu irmão, me ama, toda a gente o sabe na família, embora eu só o tenha sabido, muitos meses depois da tua partida. Não que mo tenha dito, mas li-o nos seus olhos e por isso o afastei, renunciando a todo o apoio que como psiquiatra me podia dar. Mas agora que o Gonçalo encontrou a mulher da sua vida, casou e foi de lua de mel, pediu-lhe para ele me ajudar com as crianças, vejo-o todos os dias.
Fez
uma pausa enquanto se sentava na cama, com a foto nas mãos e os olhos rasos de
água
- A
nossa menina, está uma mulherzinha, tão linda e estudiosa que terias orgulho
dela. O Miguel é um menino lindo, mas um pouco rebelde. Os meus pais insistem
em que ele precisa de uma figura masculina.
E sei que o Fernando seria bom com as crianças, e elas gostam dele. Não
quero trair a tua memória, mas não sei que fazer, deixaste-me tão sozinha.
Pousou os lábios delicadamente sobre a foto como se beijasse o rosto do falecido, e de
seguida pousou a moldura de novo sobre a cómoda.
Puxou
a roupa da cama para trás, deitou-se e apagou a luz. Já passava da meia-noite e no dia seguinte
teria que se levantar cedo para tratar do pequeno almoço das crianças que iam
para a escola. Mas não conseguia dormir. Pensava na proposta de emprego do
amigo. Sabia que depois que os pais regressassem a Braga e o filho fosse para a
creche se ia sentir ainda mais só do que se sentira nos últimos tempos.
19.5.22
18.5.22
MEDO DE AMAR - PARTE X
-Sinceramente não sei. A minha vocação sempre foi o ensino, não sei se me vejo a fazer outra coisa. Tenho que pensar.
Naquele
momento ouviu-se a campainha da porta.
-Devem
ser os meus pais. Resolveram ficar comigo até que os noivos voltem da viagem de
lua-de-mel.- disse Laura enquanto se dirigia para a porta.
Eram
realmente Aníbal e Teresa Bacelar, os pais de Laura. Depois dos cumprimentos
iniciais, a jovem disse aos pais:
-
O Fernando, prometeu ao Gonçalo que levava e ia buscar as meninas à escola
enquanto durasse a lua-de-mel. Voltou para me fazer uma proposta de trabalho
temporário enquanto a sua assistente vai de baixa e posterior licença de parto.
Já lhe disse que não seria necessário cumprir a promessa, pois com vocês cá em casa, tenho a certeza de que quererão essa tarefa para vocês.
O
casal trocou um olhar rápido e foi Teresa quem respondeu.:
-Não tenhas tanta certeza disso. Já estamos na idade em que não nos apetece levantar cedo e queremos aproveitar esta semana em Lisboa para fazer algumas compras, e visitar algumas exposições, enfim aproveitar um pouco este tempo que temos de férias, coisa que não fazemos há muitos anos.
Se o Fernando prometeu ao Gonçalo fazê-lo, é porque não interfere com o seu trabalho e nós agradecemos que continue a fazê-lo. E como agradecimento podemos depois jantar todos juntos num qualquer restaurante aqui perto.
-
Por mim está ótimo, não preciso reagendar a minha agenda, pois logo que o Gonçalo falou comigo, a minha assistente tratou disso. Além do mais, se a Laura aceitar a minha proposta e
vocês cuidarem do Miguel, ela podia ir algumas horas à clínica para que a Diana
lhe explique como funciona. A Diana é a minha assistente – explicou
-Eu penso que fazes asneira de não aceitares, filha. – disse a mãe. Eu sei que não teres conseguido colocação em nenhuma escola aqui perto, te deixou triste, mas não é uma tragédia, o Quim deixou-te uma situação financeira razoável e se assim não fosse, eu e o teu pai cuidaríamos para que não vos faltasse nada.
Todavia para a semana o Miguel vai para a
creche, o teu irmão volta da lua de mel e a Matilde vai viver com os pais. A
Sara estará na escola, e tu ficas todo o dia em casa a fazer o quê? A curtir a
saudade e a chorar o dia inteiro?
-
Não levo a chorar o dia inteiro, mãe. Aliás se o fizesse tenho a certeza de que
o Fernando não me teria oferecido o emprego. Já lhe disse que vou pensar.
-Bom,
já é alguma coisa, - disse a mãe. E voltando-se para o jovem perguntou:
- Fernando, porque não aproveitas esta semana
que estamos aqui, para ficarmos com as crianças e convidas a Laura para sair
uma noite destas? Não sei mas há anos que ela não sai de casa, uma ida ao teatro, ou ao cinema, faziam-lhe bem.
-Mãe!
Não acredito nisto, - gritou Laura corando envergonhada
-
Não sei porquê. O Quim não vai ressuscitar, por muito que te feches para a vida
e continues a ouvir as suas mensagens todas as noites. Depois, o Fernando foi
criado contigo e com o teu irmão, conhece-te desde que nasceste, Não te vai
fazer nenhum mal.
-
Vamos amor, é melhor irmos dar uma volta, deixa que eles resolvam as coisas
sozinhos, estás a constrangê-los – interrompeu o marido dando-lhe o braço e
quase a arrastando em direção ao quarto.
O
silêncio reinou por longos segundos após a saída do casal.
17.5.22
POESIA ÀS TERÇAS - LUÍS RODRIGUES
Foto e poema de Luís Rodrigues
A minha nudez
Despi-me para mim próprio ___
___ no meu todo que conheço
na contemplação das cicatrizes
compreendi o percurso do corpo
as imensas colisões do meu corpo
os rasgões passajados
no peito as notícias do passado
no ventre a marca de várias
fomes
da fragilidade dos ossos
nada pude apreciar
essa é a surpreendente
resistência do oculto
do alicerce osso mente ___
___ e tudo o mais vive
ao sabor desta relação estrutural
Despi-me para mim próprio
e o que vejo é o mapa
de um velho território quase deserto
minas abandonadas
riachos sem fio de água
árvores de tronco seco
mas de tudo um perfume
apaziguador
e pó
a minha nudez
em pó.
Luís Rodrigues