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6.5.22

MEDO DE AMAR - PARTE VI

 




- Bom, a conversa está muito agradável, o café delicioso, mas é tarde, precisas descansar e eu ainda tenho que ir buscar o carro. Obrigado por me teres permitido passar estes momentos tão agradáveis contigo e espero que possamos repeti-los em breve, em nome da nossa antiga amizade.

Dirigiu-se para a porta, seguido pela jovem. À saída, depois de uma leve hesitação, curvou-se e depositou um beijo breve no rosto dela. E de seguida saiu dizendo:

-Até amanhã. Venho por volta das sete e meia para levar as meninas à escola. Prometi ao Gonçalo que o faria todas as manhãs, até que eles voltem da lua de mel. Para que não tenhas de acordar o Miguel tão cedo.

- Obrigado. Mas não seria preciso. Meus pais vão ficar comigo esta semana e tenho a certeza que gostariam de levar as netas à escola.

-Podem ir busca-las à saída. Promessa é para cumprir e eu prometi ao teu irmão que as levaria - disse encaminhando-se para a porta seguido pela dona da casa.        

 Depois de fechar a porta, Laura, apagou a luz da cozinha e dirigiu-se ao seu quarto não sem antes abrir a porta do quarto da filha e verificar que tanto ela como a prima já dormiam. Fechou a porta com cuidado, e só então entrou no seu quarto. Lentamente, como quem cumpre um ritual, dirigiu-se à comoda, pegou na moldura com a foto do falecido Quim e ficou durante alguns momentos em silêncio, olhando a foto do homem que tanto amara.

Com um suspiro recolocou a foto no lugar, pegou na camisa de dormir e dirigiu-se à casa de banho a fim de se preparar para dormir. O dia tinha sido física e moralmente muito cansativo, e no dia seguinte precisava levantar cedo, pois era dia de aulas.

Apesar do cansaço, adormeceu alta madrugada e o pouco que dormiu foi povoado de sonhos estranhos em que as imagens do casamento do irmão se confundiam com as do seu próprio casamento para logo depois se ver a chorar abraçada ao marido morto. Acordou assustada com um choro aflitivo, saltou da cama e correu para o quarto do filho.

Pegou no menino ao colo e abraçou-o murmurando palavras carinhosas tentando acalmá-lo e fazê-lo calar de modo a que não acordasse a irmã e a prima que dormiam no quarto ao lado.

Quando por fim se calou, mudou-lhe a fralda e tentou deitá-lo, mas Miguel agarrou-se ao seu pescoço de tal modo que decidiu levá-lo para a sua cama.

O menino adormeceu de seguida, mas ela já não conseguiu reatar o sono, aberta que fora a sua gaveta de memórias. Conhecera Quim, no primeiro dia de aulas, apesar de ele andar noutro curso e estar mais adiantado. Fora amor à primeira vista, tanto assim que poucos meses depois já não podiam viver um sem o outro, e embora pensassem casar apenas no fim do curso, uma gravidez não programada, acabara por antecipar a cerimónia.

12 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Essa obrigação de casar deu tanta asneira...
Bfds

Jeanne Geyer disse...

Olá, que interessante, um livro dividido em postagens? Ótima tua narrativa, prende atenção. Estou com um novo blog, uma nova proposta, te convido a conhecer e me seguir por lá, abraços! ;) https://botecodasletras2.blogspot.com/

Tintinaine disse...

Bom fim de semana
e
Haja saúde!!!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Tenho estado a acompanhar este "Medo de Amar" e estou a gostar.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Maria João Brito de Sousa disse...

Continuo a acompanhar a história, querida amiga!

Forte abraço!

José Luís Outono disse...

Magnífica continuidade num sentir pleno e bem apelativo de leituras.
Para continuar!!

noname disse...

Vaos ver o que a autora pensou para estes dois :)

Bom dia, Elvira

Cidália Ferreira disse...

Está muito interessante!:)
-
Cheira a verão, numa primavera apressada

Beijos, e um bom fim de semana.

Teresa Isabel Silva disse...

Estou a gostar de acompanhar!
Aproveito para desejar um bom fim-de-semana!

Bjxxx
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" R y k @ r d o " disse...

Mais um sedutor capítulo que muito gostei de ler. Acompanhando ...
.
Feliz fim-de-semana.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Duarte disse...

Elvira, não me canso de o dizer, a tua narrativa, com essa riqueza de argumentos, engancha. E assim o diz a turma por completo, até os novos. Só nos resta por traduzir dois dos teus contos. Estamos a gustar.
Forte abraço de vida.

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Apreciando e acompanhando esta bela história!
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime