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9.5.22

MEDO DE AMAR - PARTE VII

 


Fora difícil terminar o curso grávida e longe da casa paterna, pois Quim terminara o curso no ano anterior, não tinha mais família do que o tio e padrinho, advogado em lisboa, que lhe pagara o curso e lhe oferecera trabalho no seu escritório, com possibilidades de chegar a sócio mais tarde. Por isso, contra a vontade dos seus pais, partiram para a capital logo após o casamento. E o facto de terem que viver com os tios do marido durante os primeiros tempos, também não era o seu sonho, mas ainda assim nunca se arrependera.

O marido compensava em amor, as saudades que ela tinha dos pais e irmão.

E também porque não dizê-lo os tios de Quim tentaram com todo o carinho apoiá-los naqueles tempos difíceis. E até mesmo após o nascimento de Sara eles foram para a bebé uns verdadeiros avós.

Quando a bebé fez dois anos resolveram pô-la na creche e ela conseguira ser professora num colégio particular e começaram então a pensar comprar uma casa ali perto, tinham algumas economias e Quim tinha uma boa carteira de clientes. Foi nessa altura que ao regressar do tribunal, Quim entrou no escritório do tio para lhe dar a notícia de mais um caso resolvido com sucesso e o encontrou de cabeça em cima da secretária.

 Inicialmente pensou que o tio se teria deixado dormir e já se retirava, quando alguma coisa lhe fez voltar atrás para o acordar. Embora o corpo ainda estivesse quente o tio já estava morto conforme constatara o pessoal médico da ambulância que Quim chamara. O advogado Jorge Simões sofrera um ataque súbito de paragem cardiorrespiratória consoante o resultado da autópsia relatava.

Deu uma volta na cama e olhou o relógio. Seis horas e quarenta e cinco minutos. Travou o despertador e com cuidado para não acordar o filho, levantou-se e dirigiu-se à casa de banho a fim de se despachar com a higiene matinal antes de ir acordar as meninas.

Depois de um duche rápido, vestiu-se e foi chamar a filha e sobrinha, seguindo depois para a cozinha a fim de preparar os pequenos almoços e os lanches para elas levarem.

Às sete e trinta e cinco, as duas garotas já tinham comido os cereais, lavado os dentes, preparado as mochilas, encontrando-se prontas para saírem, quando ouviram o som de um carro chegando.

- É o tio Fernando, temos que ir, -disse Sara dirigindo-se à mãe para lhe dar um beijo sendo imitada pela prima.

Laura acompanhou-as à porta fazendo as recomendações habituais. Fernando que tinha saído do automóvel, aproximou-se e disse:

-Convidas-me para o pequeno almoço? Não tenho clientes de manhã e não gosto de comer sozinho. Vou levá-las e volto, pode ser? – perguntou com uma expressão gaiata.

A jovem não soube como negar, apenas assentiu com um movimento de cabeça.

Fernando agradeceu sorrindo e voltou para o carro onde as jovens já aguardavam ansiosas.


11 comentários:

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um excelente capitulo.
Gostei.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Tintinaine disse...

O engatatão está a montar o cerco!
Boa semana com saúde e alegria!!!

José Luís Outono disse...

Boa continuidade, estimada amiga!
Uma semana excelente!

Jaime Portela disse...

Gostei deste capítulo, tal com os anteriores.
A história continua interessante e bem escrita.
Boa semana, amiga Elvira.
Beijo.

chica disse...

Esse café a dois será muito legal pra ambos...
beijos, ótima semana! chica

Pedro Coimbra disse...

Repito que o caminho para o coração muitas vezes passa pelo estômago.
Boa semana

Maria João Brito de Sousa disse...

Passo a passo, ambos acabarão por entender-se...


Saúde, Paz, uma boa semana e um forte abraço, amiga!

Emília Pinto disse...

Vai acabar or aceitar um novo amor! Afinal, a vida segue. Um beijinho, Elivra e espero que estejam todos bem de saúde.
Emilia

noname disse...

Ui, ui, o Fernandinho não está para modas, quer e corre para obter, Vamos ver... ahahahah

Beijinho, Elvira

Teresa Isabel Silva disse...

Continuo a gostar de acompanhar. Os meus parabéns!

Bjxxx
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Ailime disse...

boa tarde Elvira,
Continuando a acompanhar esta linda e emotiva história.
Beijinhos e uma boa semana, com saúde.
Ailime