Ao passar pela sala, Pedro verificou que esta se encontrava agora completamente cheia.
- Então que lhe disse o médico? - perguntou o jovem com quem conversara anteriormente.
- Que não via nada de importante. Mandou-me fazer análises e recomendou-me passeios e distracção. Voltarei cá quando tiver os resultados das análises.
- Então que lhe disse o médico? - perguntou o jovem com quem conversara anteriormente.
- Que não via nada de importante. Mandou-me fazer análises e recomendou-me passeios e distracção. Voltarei cá quando tiver os resultados das análises.
-Victor Ferreira - chamou a assistente
- Então adeus e as melhoras. A menina está a chamar-me.
- Obrigado. As melhoras também para si.
O jovem acabava de passar a porta do consultório e já nem devia ter ouvido as últimas palavras de Pedro. Este aguardou a volta da assistente, pagou a consulta e saiu. Na rua respirou fundo.
A mãe já devia estar ansiosa à sua espera. Pobre mãe. Os seus setenta e um anos tinham sido bem sofridos, mas não queria que ele contratasse uma empregada. Dizia, zangada, que velhice não é invalidez.
- Boa tarde mãe. Como foi o seu dia? - perguntou enquanto a beijava.
- Normal, filho. E o teu? Foste ao médico? Que disse ele? - perguntou ansiosa e preocupada.
- Ora mãe, que queria que dissesse? Que não me encontrava nada de maior, que me distraísse. E mandou-me fazer umas análises e voltar lá quando tivesse os resultados.
- E os pulmões, filho? Viu-te lá no tal aparelho?
– Claro, mãe. Pode ficar descansada, que não vou morrer tuberculoso, - e afastou-se rindo.
A mãe foi atrás dele.
- Não te rias filho. Andas mal-encarado e sem apetite. Sou velha, mas não sou cega. Nem quero pensar o que vai ser de mim se te acontece alguma coisa grave.
- Ora mãe, não me fale de coisas tristes. O médico disse para me distrair, e ninguém se distrai com tristezas. E mudando de conversa, o que é o jantar?
– Pato assado.
- Ora valha-a Deus minha mãe. Então tem o meu prato favorito para o jantar e não dizia nada? Vamos lá para a mesa que já me cresce água na boca, -
disse-o rindo, mas o riso soou-lhe a falso. E mentalmente pediu a Deus que a mãe não o percebesse. Sentou-se à mesa e foi com grande esforço que conseguiu comer o suficiente para não deixar a mãe mais preocupada. Na verdade, embora fosse o seu prato preferido, não sentia qualquer vontade de comer.
- Então adeus e as melhoras. A menina está a chamar-me.
- Obrigado. As melhoras também para si.
O jovem acabava de passar a porta do consultório e já nem devia ter ouvido as últimas palavras de Pedro. Este aguardou a volta da assistente, pagou a consulta e saiu. Na rua respirou fundo.
A mãe já devia estar ansiosa à sua espera. Pobre mãe. Os seus setenta e um anos tinham sido bem sofridos, mas não queria que ele contratasse uma empregada. Dizia, zangada, que velhice não é invalidez.
- Boa tarde mãe. Como foi o seu dia? - perguntou enquanto a beijava.
- Normal, filho. E o teu? Foste ao médico? Que disse ele? - perguntou ansiosa e preocupada.
- Ora mãe, que queria que dissesse? Que não me encontrava nada de maior, que me distraísse. E mandou-me fazer umas análises e voltar lá quando tivesse os resultados.
- E os pulmões, filho? Viu-te lá no tal aparelho?
– Claro, mãe. Pode ficar descansada, que não vou morrer tuberculoso, - e afastou-se rindo.
A mãe foi atrás dele.
- Não te rias filho. Andas mal-encarado e sem apetite. Sou velha, mas não sou cega. Nem quero pensar o que vai ser de mim se te acontece alguma coisa grave.
- Ora mãe, não me fale de coisas tristes. O médico disse para me distrair, e ninguém se distrai com tristezas. E mudando de conversa, o que é o jantar?
– Pato assado.
- Ora valha-a Deus minha mãe. Então tem o meu prato favorito para o jantar e não dizia nada? Vamos lá para a mesa que já me cresce água na boca, -
disse-o rindo, mas o riso soou-lhe a falso. E mentalmente pediu a Deus que a mãe não o percebesse. Sentou-se à mesa e foi com grande esforço que conseguiu comer o suficiente para não deixar a mãe mais preocupada. Na verdade, embora fosse o seu prato preferido, não sentia qualquer vontade de comer.
15 comentários:
É o Pedro e eu... Quando tenho algo que me aflige não consigo engolir nada. A narrativa de hoje soube-me a pouco.
Isto assim custa a avançar, Elvira!
Um abraço e uma boa noite.
Pobre,Pedro...E essa mãe tem razão de preo cupada estar! Bjs,chica
Muito mais que ansiedade...
Bom dia
O que será que o rapaz tem ?
JAFR
A passar para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Continuo a acompanhar com interesse e aproveito para desejar a continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
O Pedro está preocupado, normal. No entanto, disse uma grande verdade... alguém para se animar não pode estar sempre preso às tristezas.
Gostei muito, como sempre.
Eu, no lugar de Pedro, estaria ainda mais preocupada. Até hoje, apenas quatro coisas, todas em simultâneo, foram capazes de me abalar o apetite; um enfarte, uma pielonefrite, uma gripe A e uma pneumonia dupla.
Forte abraço, Elvira.
Gosto desta expectativa que vai deixando entre um episódio e o seguinte, aguça a curiosidade, cria um frenesim ahahahah
Bom dia, Evira
As mães ficam sempre preocupadas.
Em tempos, li a primeira edição deste "Vidas Cruzadas". Mas já não me lembrava dos pormenores. Por isso, gostei de reler e vou continuar a fazê-lo, já que a história e a narrativa são muito agradáveis.
Elvira, um bom resto de semana.
Beijo.
Muito bem, poderão ser sintomas de uma depressão? Vamos a ver se sim, ou não!
Não sou o que não quero ser. [Poetizando e Encantado]
Beijos, e um excelente dia!
Preocupações e intuição de Mãe, vamos a ver.....
Beijinhos e as melhoras para si e marido
Esperemos que não sejam nada de grave. O menu é bom... Gosto :))
Hoje:-Para além do infinito
Bjos
Votos de uma óptima tarde
Pato assado no forno,
não seria muito frequente
o seu apetite era pouco
será que está mesmo doente?
Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.
Então Elvira, já se sente melhor?
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