Abriu a porta e desviou-se para lhe dar passagem. Ela acendeu a luz, e ele olhou com curiosidade para o apartamento. Sandra encaminhou-se para a sala. Depositou a mala numa cadeira.
- Sente-se. Posso oferecer-lhe um café?
- Agora não, obrigado. Não estamos numa visita social.
Estou à espera do que tenhas para me dizer.
- É complicado. O meu nome é Sandra Martins Machado. O
apelido Machado diz-lhe alguma coisa?
- Não. É um apelido vulgar. Porquê?
- Porque há pouco mais de três anos, o seu contabilista Joaquim Machado,
foi acusado e condenado por ter feito um desfalque na sua empresa.
- Sim. E o que é que isso tem a ver contigo?
- Joaquim Machado é meu pai. Nunca fez qualquer desfalque
e está preso. É inocente, e vocês acusaram-no.
Desatou a chorar. Ele levantou-se. Começava a perceber a
dor e a raiva da jovem, mas ainda não entendia o que é que ela tinha ido fazer para a
firma.
- Desculpa, não fomos nós que julgamos e condenamos o teu
pai. Nós só demos parte do desfalque. O resto foi trabalho da polícia, e do tribunal.
- O meu pai está inocente. Era incapaz de roubar um
cêntimo que fosse. E se houve desfalque alguém o fez. Não ele, que morre um
pouco todos os dias, de vergonha.
- E se houve? O que queres dizer com isso? Julgas que não
houve desvio daquela verba? Que nós fizemos uma participação falsa à polícia?
- Não. Acredito que tenha havido o desvio dessa verba. Mas qualquer outro o podia fazer. Até mesmo um dos dois sócios.
- Estás doida?
- Será? Porque é que o senhor comprou a parte do seu
sócio, menos de um ano depois de meu pai ser preso?
- Boa! Agora entendi. Quer dizer que pensas que eu
desfalquei a empresa, para obrigar o meu sócio a vender, a sua parte, e ficar
com a totalidade da firma? Era isso que procuravas, infiltrando-te como minha
secretária, e vestida daquele jeito ridículo? Uma prova para me
acusares?
Tinha-se levantado, e passeava pela sala como leão
enjaulado. Estava verdadeiramente zangado. Mais do que isso. Estava furioso.
Ela começava a pensar que se excedera.
- Desculpe, - balbuciou. Mas o senhor pediu sinceridade.
Por outro lado, já não sei o que fazer para provar a inocência do meu pai.
Ele parou. No meio da ira que o invadia, pensou vagamente que era extraordinária, a garra com que ela defendia o progenitor. Mais, pensou que gostaria que ela confiasse nele com a mesma fé que depositava no pai.
-Suponho que não acreditarás se te disser que não tenho
nada a ver com esse desvio, - disse com ironia.
17 comentários:
Ora bem ! ... As cartas estão na mesa e vai começar o verdadeiro jogo, agora, certamente (já deu para ver), com ambos a confiarem um do outro e a trabalharem em conjunto para descobrir o autor da tramoia !
Está óptimo, Elvira :)
Vamos acompanhando...esperando que o verdadeiro mequetrefe apareça,rs...bjs, chica
Não tendo nada a ver com o desvio, Gabriel disse com ironia,
agora só falta saber, se ele mentia ou se dizia a verdade
penso,tudo será esclarecido um dia com justiça pela justiça
e os corações de ambos serão invadidos de amor e felicidade!
Tenha uma boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
A coisa está a começar a aquecer!
Por este caminho, não tarda está a ferver!
Obrigada, querida Elvira, pela sua pronta visita no meu blog. Eu, pola contra, estiven afastada destes meios por mor da horta e do hospedaje que dou no tempo de verán como anfitriona en Airbnb, por tanto, non foi posible ler blogs nen mesmo escriver no meu. Vejo que continua polo seu caminho de escribir moitas historias que eu gustaría de ter tempo de seguir! A ver cando chegue o inverno e nas longas noites! Aperta grande.
Quedé Elvira, como cuando daban antiguamente series en el cine. El capítulo quedaba en lo mejor, mientras las letras indicaban "continuará".¡Eres muy imaginativa!
Continuando a acompanhar com todo o interesse.
Alguém montou um esquema muito bem conseguido; será ele próprio a ajudá-la a encontrar o culpado.
Bjinho e que tudo esteja bem contigo
Pronto já estou vendo o filme, acho que ele está a falar verdade, sendo assim vão os dois descobrir a inocência do pai.
E vão cair de amores um pelo outro.
Beijinho
Confiança é tudo mas relações.
bjokas =)
Querida Elvira, demorei a vir aqui e cá está uma nova história que, como sempre acompanharei, estive a ler desde o começo para me pôr a par dos acontecimentos. Vamos ver como sse saiem os detectives. Beijinhos, amiga e tudo de bom
Emília
¡Hola Elvira!!!
Aquí estoy de vuelta de mis vacaciones y es un gusto leer tu relato, pero que bien se te dan, reina. ¡Escribes como os ánxos! Amiga, en ton, veremos en que queda ea acusación tan grave, es novela, mas bien pudiera ser realidad, pasa tanto de eso hoy día existe tanto egoísmo... Que ya todo nos parece cierto, y a veces pagan justos por pecadores que es de verdad triste.
Ha sido un inmenso placer pasar por esta tu casa de puertas abiertas, gracias.
Te dejo un beso, mi gratitud y mi gran estima.
Se muy -muy feliz.
Com tudo claro, cartas na mesa, pode ser que as coisas se encaminhem como se espera...
Abraço do Zé
Começo a acreditar no Gabriel e a desconfiar da determinação de Sandra... vamos ver :D
Não estava à espera destes desenvolvimentos.
Pois...o que terá acontecido!? Bj
Talvez agora ele se possa juntar a ela para que investiguem os dois quem é que afinal fez o desfalque...
Neste caso, falar não é o bastante. Tem que provar que não foi ele. Gostando e aguardando.
Abraços,
Furtado
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