A manhã ainda não tinha alvorecido no horizonte quando Teresa se levantou. Enfiou um robe e foi à cozinha onde pôs duas fatias de pão na torradeira, tirou do frigorífico duas laranjas e preparou um sumo. Saboreou o pequeno almoço com gosto. Quando terminou, lavou o prato e o copo e foi para a casa de banho.
Escovou os dentes, prendeu os seus longos cabelos castanhos
no alto da cabeça, cobriu-os com uma touca, despiu-se e entrou no duche. Quando
terminou enrolou ao corpo uma toalha e dirigiu-se ao quarto. Abriu a gaveta da
cómoda, donde tirou um conjunto de roupa interior de algodão aos quadrados.
Retirou a toalha do corpo e vestiu-o. Olhou-se ao espelho.
Não eram peças finas, de seda e rendas, mas ajustavam-se-lhe perfeitamente ao
corpo, eram cómodas, e isso era o que lhe importava, não pretendia seduzir
ninguém. Vestiu umas calças de ganga, e um camiseiro branco. Tirou a touca,
desprendeu o cabelo, escovou-o e prendeu-o numa trança. Calçou uns ténis brancos,
puxou a roupa da cama para trás, e abriu um pouco a janela a fim de arejar o
quarto, saindo em seguida.
Na cozinha, pegou nas chaves da casa, e no telemóvel que
meteu no bolso das calças e abrindo a porta que dava para as traseiras, saiu.
Contornou a habitação, uma casa térrea, pintada de branco como quase todas as
outras da aldeia, passou pela porta principal e seguiu em direção ao fundo da
rua.
O sol apenas despontava no horizonte, mas ali acordava-se
cedo. A maioria dos homens, já se encontrava nos terrenos, cavando ou regando,
que Junho estava no fim, e era necessário aproveitar aquelas horas, já que pelo
meio-dia, o calor começava a apertar e de tarde era impossível fazer trabalhos
ao ar livre.
- Bom dia Teresa! – saudou uma mulher que dava milho às
galinhas no seu quintal.
- Bom dia, dona Arminda. Como vai a senhora?
- Como Deus quer, filha, como Deus quer. Sempre com o
coração apertado com muitas saudades da minha Lena, mas que fazer? Deus quis
assim, há que aceitar, a Sua vontade!
- É a vida dona Arminda. Cada um procura o sítio onde pode
ter melhor vida. O que interessa é que ela e a família estejam bem. E não tarda
chega Agosto e estão aí todos para matar saudades. Vou andando. Até logo
- Vai com Deus - respondeu a mulher
Teresa continuou o
seu caminho. Ao chegar ao fundo da rua, a principal da aldeia, virou à
esquerda, e entrou num pedaço de terreno onde pontuavam apenas meia dúzia de oliveiras,
e a erva crescia solta, por todo o terreno que se estendia até ao ribeiro, onde tantas
vezes em menina se banhara nos dias de maior canícula.
Ao chegar ao leito do mesmo, agora quase seco devido ao
calor intenso que se fizera sentir durante todo o mês, sentou-se numa pedra e
olhou ao seu redor. Na sua frente do outro lado do ribeiro, para lá dos campos
de milho, erguiam-se as montanhas. Atrás de si, o campo inculto que
atravessara, e que lhe pertencia, destoava dos campos de outros vizinhos, todos
cultivados com os mais diversos legumes, que o cercavam.
-Bom dia, Teresa! Por cá de novo?
Levantou a cabeça. Ali perto um homem de cabelos brancos
com umas quantas cebolas numa mão e o boné na outra, os pequenos olhos meio
escondidos entre as rugas, mirava-a.
23 comentários:
E lá vamos nós, de novo, entrar numa história, que tal como as outras nos manterá presas, até ao fim.
Boa noite, Elvira
O regresso dos que saíram.
Este ano será assim?
Para mim, não.
Riscos nas viagens e duas semanas de quarentena no regresso?
Não, obrigado!
Bfds
Bom dia
São palavras mas parece um filme , tal é a descrição deste novo conto .
Até segunda com novo capitulo .
J R
Estou a gostar muito deste saudável ambiente de aldeia :)
Saúde e um forte abraço, Elvira!
Mais uma história que vou acompanhar por aqui!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Meus senhores e minhas senhoras, entrem no Carrossel Aventura! Mais uma corrida, mais uma viagem, é emoção garantida e não dará o seu tempo por mal empregue!
Adorei o cenário do conto e belas viagens virão pra te acompanhar nessas palavras lindas que escreves...beijos, vamos contigo! chica
Começa como gosto esta nova história!
Ambiente sossegado e gente simples... mas a vida, sempre pródiga a armar-nos ciladas, por certo irá tumultuar a placidez deste começo.
Cá estarei na segunda para acompanhar o diálogo entre a Teresa com e o vizinho.
Bom fim de semana.
* perdão...entre a Teresa e o vizinho. :)
Vamos lá então acompanhar o desenrolar da Estória
.
Tenha um dia de Paz e Amor
O homem mirava a Tesera,
porque o faria, ele, então
seria, talvez, a sua beleza
que lhe despertava a atenão?
Tenha um bom fim de semana amiga Elvira. Um abraço.
Boa tarde Elvira,
Gostei imenso do inicio do conto, como sempre muito inspirado e bem escrito.
Parecia que estava a ver o cenário.
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime
Gostei deste começo. Mais um conto que promete! 🍀💚
.
Deambulo no baú dos sentimentos ...
Beijo e uma excelente Sexta Feira
Boa noite de muita paz, querida amiga Elvira!
Muito bonita a história em seu início com a riqueza de detalhes que lhe é peculiar.
Campo de oliveira, gosto deles e os imagino muito pela descrição bonita da Bíblia
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Belo começo. Eu gosto muito do ambiente aldeão, da sua calma, da paisagem e do ar que se respira! No verão o prazer da sombra das árvores é indescritível.
Bom fds.
Seguindo a nova estória.
beijos
:)
Um belo início... 👏👏👏👏👏
E cá estou de novo!
O primeiro capítulo já cá está.
Aguardando o segundo...
Um abraço :)
Mais uma história/estória que começa, prenúncio de novas emoções.
Abraços,
Furtado
Cheguei para acompanhar mais uma bela e emocionante história.
Beijos afetuosos!
Ora bem, gostei do que li e vou sim acompanhar a história da Teresa.
Beijo.
Já estou pelo menos situado no meu atraso (sorrisos). Aos poucos vou recuperar e colocar a leitura em dia.
É apenas o primeiro texto desta história, gostei mesmo muito dos pormenores iniciais (ou do pormenores em geral). É o meu tipo de escrita.
São as primeiras raízes e vou continuar a acompanhar até chegar ás folhas e flores desta "árvore" de palavras.
Abraço e bom fim de semana
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