Santo Deus que loucura! Pedro caminhava pela rua completamente aturdido. Acabara de sair do médico e o que se passara tinha sido tão absurdo que se interrogava, se acontecera mesmo, ou se era fruto da sua imaginação delirante. Tinha saído de casa decidido a falar com o clínico. Chegou ao consultório e pediu à assistente uma consulta. Não era possível, disse ela. O médico tinha muitos doentes e não tinha ordem para marcar mais ninguém.
- Por favor menina, peça ao médico. É muito importante. Olhe diga-lhe que sou Pedro Medeiros e que me venho despedir...
A assistente hesitou. Depois virou costas, e dirigindo-se ao gabinete do médico, bateu, e entrou. Saiu logo de seguida.
- Por favor, siga-me. O Doutor vai recebê-lo já.
Ele seguira a assistente que lhe abriu a porta e se retirou. Avançou para a secretária e o médico pôs-se de pé.
- Boa-tarde, Doutor.- Por favor menina, peça ao médico. É muito importante. Olhe diga-lhe que sou Pedro Medeiros e que me venho despedir...
A assistente hesitou. Depois virou costas, e dirigindo-se ao gabinete do médico, bateu, e entrou. Saiu logo de seguida.
- Por favor, siga-me. O Doutor vai recebê-lo já.
Ele seguira a assistente que lhe abriu a porta e se retirou. Avançou para a secretária e o médico pôs-se de pé.
– Boa tarde, Pedro. Como desejava vê-lo. Há mais de um mês que o procuro.
- Para quê Doutor? Para ver se o seu diagnóstico estava certo? - perguntou com ironia.
- Não amigo. A minha preocupação era outra. Acontece que pouco tempo depois daquela tarde em que vi as suas análises, eu tive que mandar repetir as análises de um outro doente. É que apesar das primeiras que fez me dizerem que estava tudo bem, o doente definhava a olhos vistos. Repetidas as análises, descobri que ele sofria de uma leucemia em fase terminal. Pouco ou nada podia fazer por ele.
- Como eu...
- Não! Como o senhor, não. Depois de estudar as análises dele e as suas, que você não quis levar, e comparando os valores com das segundas que ele fez, cheguei à conclusão de que as vossas análises iniciais, tinham sido trocadas. Então procurei-o na morada que tinha na ficha, mas infelizmente não havia ninguém lá, e não sabia onde encontrá-lo.- Para quê Doutor? Para ver se o seu diagnóstico estava certo? - perguntou com ironia.
- Não amigo. A minha preocupação era outra. Acontece que pouco tempo depois daquela tarde em que vi as suas análises, eu tive que mandar repetir as análises de um outro doente. É que apesar das primeiras que fez me dizerem que estava tudo bem, o doente definhava a olhos vistos. Repetidas as análises, descobri que ele sofria de uma leucemia em fase terminal. Pouco ou nada podia fazer por ele.
- Como eu...
Em silêncio, Pedro escutava a voz grave do médico, relutante em aceitar o que ele dizia. Por fim balbuciou receoso:
- Então eu...
– Sim meu amigo – interrompeu ele – tinha apenas uma ligeiro distúrbio nervoso, de que já deve estar curado, a julgar pelo seu óptimo aspeto.
– Doutor não seria melhor eu fazer outros exames?
– Se com isso fica mais descansado, posso marcar-los. Por mim não é necessário. O verdadeiro dono das outras análises faleceu na terça-feira à noite no hospital de S. José em Lisboa.
- Meu Deus!
Pedro ergueu-se. Mil pensamentos passavam velozes pela sua cabeça. A imagem de Rita, o seu olhar cândido, o som mavioso da sua voz, o toque sedoso dos seus cabelos, a casa da tia, a margem do rio, a preocupação de sua mãe, o pequeno Pedro, dona Célia, os passeios à beira-rio, tudo o que vivera nos últimos dois meses, voltaram à sua memória numa sucessão vertiginosa, como cavalos selvagens em louca corrida.
- Obrigado Doutor. Muito obrigado.
E como amanhã é domingo esta história volta na segunda.
- Então eu...
– Sim meu amigo – interrompeu ele – tinha apenas uma ligeiro distúrbio nervoso, de que já deve estar curado, a julgar pelo seu óptimo aspeto.
– Doutor não seria melhor eu fazer outros exames?
– Se com isso fica mais descansado, posso marcar-los. Por mim não é necessário. O verdadeiro dono das outras análises faleceu na terça-feira à noite no hospital de S. José em Lisboa.
- Meu Deus!
Pedro ergueu-se. Mil pensamentos passavam velozes pela sua cabeça. A imagem de Rita, o seu olhar cândido, o som mavioso da sua voz, o toque sedoso dos seus cabelos, a casa da tia, a margem do rio, a preocupação de sua mãe, o pequeno Pedro, dona Célia, os passeios à beira-rio, tudo o que vivera nos últimos dois meses, voltaram à sua memória numa sucessão vertiginosa, como cavalos selvagens em louca corrida.
- Obrigado Doutor. Muito obrigado.
E como amanhã é domingo esta história volta na segunda.
13 comentários:
ahahah e a gente espera
Boa noite, Elvira
Seguimos contigo e que o fds seja lindo! Bjs,chica
Eu não disse??
Agora lá vai começar a odisseia do nosso rapaz a procurar a Rita.
A dele e a nossa...:)
Boa noite, Elvira!
A passar para acompanhar a história e desejar bom fim de semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Bom dia
Um engano que poderia ter causado ainda mais danos que aqueles que causou .
Quando ele for contar á mãe toda esta historia , vamos ver qual a reação dela e dos demais .
Com certeza que esta historia vai ter ainda muitos capítulos , para nos deixar ansiosos .
BFS
JAFR
Continuo a acompanhar e aproveito para desejar um bom fim-de semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Confesso que respirei de alívio! Resta saber se ele vota ao sítio onde conheceu a Rita! Até segunda!!
Beijos. Bom fim de semana.
Bem me lembrava eu deste episódio!
Um bom fim de semana, Elvira!
Continuando a ler a história com entusiasmo fiquei também aliviada;))!
Mas, infelizmente, tantos casos reias semelhantes, que tanta angústia e sofrimento causam.
Neste caso, o problema de saúde está resolvido!
E Rita? Como será? Vamos aguardar com calma.
O seu marido continua a melhorar, Elvira? Desejo que o mau tempo tenha passado.
Um beijinho e um bom fim de semana.
Ailime
O médico disse que só um milagre o salvaria. A troca de análises, foi o que eu pensei, que tivesse acontecido e não me enganei. Já antes num comentário me referi, que essa podia ser a hipótese do tal milagre!
Tenha um bom fim de semana amiga Elvira. Um abraço,
Pois, ou o diagnóstico estava errado, ou tinha havido negligência...
Caso para processar por danos morais.
E agora vamos ter uma história de amor.
Saúde e bom final de semana.
Abraço, grande contista.
~~~
É bom ler coisas boas... e boas mensagens... Pedro teve oportunidade de estabelecer prioridades na vida, pensado que era o fim... agora, tem oportunidade de a viver...
Abraço
Depois desta só lhe resta ser feliz. Continuo gostando e acompanhando.
Abraços,
Furtado
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