Uma vez em casa, a jovem atirou-se para cima da cama a chorar.
Estava revoltada. Não sabia como lutar contra o novo inimigo que se levantara entre ela e Miguel.
Era irónico, que fosse o facto de ser muito nova, o impedimento para ser feliz. Ela que tantas vezes, se sentia demasiado velha, para a sua idade.
Enquanto isso, Miguel batia à porta, de uma casa no extremo oposto da cidade.
A porta, abriu-se:
- Boa noite, Olga!
A mulher exclamou surpresa:
- Miguel! Há quanto tempo! Entra, homem, entra.
Afastou-se para o deixar passar, e ele encaminhou-se para a sala, e sentou-se pesadamente no sofá.
Parecia conhecer bem a casa.
A mulher, de meia idade, cabelo totalmente branco,preso no alto da cabeça, vestindo uma singela bata de chita, conservava no rosto alguns traços do que devia ter sido uma grande beleza.
A mulher, de meia idade, cabelo totalmente branco,preso no alto da cabeça, vestindo uma singela bata de chita, conservava no rosto alguns traços do que devia ter sido uma grande beleza.
Seguiu atrás dele e ficou na entrada da sala, observando-o com atenção.
-Há tanto tempo que não aparecias. Pensei que estavas no estrangeiro, até que há pouco tempo vi uma reportagem sobre a tua exposição. Parabéns por ela. Disseram que foi um êxito.
- Obrigado. Na verdade, voltei poucos dias antes da exposição. Estive em Roma e depois, lá em baixo no Algarve.
- Bom, mas decerto não foi para me falares das tuas viagens que vieste até cá. Vá, despeja lá isso que te atormenta. Sou toda ouvidos, - disse ela sentando-se no velho cadeirão em frente do sofá.
Então, Miguel falou. Durante quase duas horas, contou tudo o que se passara, desde aquela manhã na falésia, até à conversa dessa tarde em Sintra.
Quando terminou ela disse.
- Muito especial deve ser essa mulher, para te deixar nesse estado.
- Não sei que fazer, Olga. Estou desesperado.
- E contudo não tem nada que saber, homem. Se ela te ama, e tu correspondes, qual é o motivo desse desespero?
Mas não percebes? Eu tenho quarenta e seis anos e ela tem vinte.
Na mente feminina fez-se luz.
Na mente feminina fez-se luz.
Sorrindo a mulher levantou-se. Aproximou-se de Miguel, e poisou a sua mão no ombro dele.
- E tu temes que se repita a nossa história? – Perguntou com ternura
13 comentários:
Nem sempre a diferença de idades é um problema. Mas às vezes é.
Em qualquer caso, o amor vence tudo.
Continuo a gostar da história e da narrativa. Muito boas.
Elvira, continuação de boa semana.
Beijo.
Pois... eu também achei que só a idade era coisa pouca :-)
Ansiosa pelo episódio seguinte, em pulgas :))
Boa tarde, Elvira
Que bom que ele recorreu aos conselhos..Agora vai!! bjs, chica
Mistério. Aqui devia ser o contrário. Adorei... :))
Hoje... O teu sussurro.
Bjos
Votos de uma óptima Quinta-Feira
O que importa é o que sentem agora e depois ver-se-à; afinal, nunca sabemos se teremos o dia seguinte. Vai ficar com ela, de certeza!!!! Beijinhos, amiga!
Emília
Afinal o problema dele é um trauma! Vamos ver até onde vai esse trauma!
Intempéries
Beijo- Boa noite!
Boa noite, Elvira. Admiro a sua produtividade. Parabéns.
Beijo
Oi Elvira
Esse entrave é bem pequeno,diante do que eles ja viveram que foi o completo desconhecimento de quem era a menina. E, certo que será resolvido com mais um tempinho.
Idade não chega a ser problema tão grande,quando o casal resolve só viver o amor que sentem.
Fico no aguardo que isso aconteça.
abraço Elvira e boa noite,querida.
As memórias podem ser um obstáculo complicado de ultrapassar.
Bfds
Umm. Ele está mesmo com medo de algo real....
Boa noite Elvira,
Lendo com sofreguidão cada capítulo!
Agora que se terá passado entre Olga e Miguel?
Suspense....
Beijinhos,
Ailime
Ah....Afinal havia outra ...:((
Suspense
Beijinhos
Concordo com Mariana. O hoje sempre foi e é o mais seguro. Que venha o amanhã com suas incertezas. Continuo gostando e aguardando os acontecimentos.
Abraços,
Furtado
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