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18.9.18

ENTRE O AMOR E A CARREIRA - PARTE II








Alguns minutos mais tarde, cumpridas as formalidades na sacristia o cortejo saía da igreja, sendo felicitados pelos poucos convidados.
Depois, Clara ajudou a Antónia a instalar as duas crianças nas suas cadeirinhas no banco traseiro, do carro do pai, agora seu marido.  Tiago, o seu irmão e as duas jovens, suas colegas de trabalho, até à semana anterior, quando se despedira, seguiram no carro do advogado de Ricardo que apadrinhara a cerimónia, e finalmente os dois empregados, Antónia e o marido, no terceiro veículo, encerraram o cortejo em direção ao hotel onde se ia realizar a festa.
Antónia era uma mulher de meia-idade que sempre trabalhara para Ricardo. Era  de toda a confiança, e além de cuidar da casa, cuidara das crianças nos últimos tempos. O marido era uma espécie de faz-tudo, desde cuidar do jardim, e da manutenção da piscina até às pequenas reparações em casa. E gozava igualmente de total confiança do patrão.
Um silêncio pesado caiu sobre os noivos. Clara voltou-se e verificou que as crianças tinham acabado por adormecer.
Olhou-as com atenção. Não pareciam filhos do homem que ia a seu lado. Bernardo, o menino era ruivo. Soraia, a irmã muito morena, tinha nítidos traços africanos. Será que se pareciam com as mães? Porque era nítido que não eram filhos da mesma mãe.
- Tão diferentes. Nem parecem irmãos - murmurou.
-Não são irmãos, - afirmou Ricardo sem desviar a atenção da estrada.
“Como não são irmãos?” – Pensou Clara. “Mesmo que tenham tido mães diferentes, ainda assim são irmãos por parte do pai. Ou será que algum deles foi adotado?”
Não se atreveu a interrogar o marido, e ele também não acrescentou nada que pudesse saciar a sua curiosidade. Quantas surpresas mais, lhe traria aquele homem?
Tinham chegado ao hotel. Ricardo estacionou em frente à porta, e Clara apressou-se a sair e a abrir a porta de trás tirando o cinto da cadeirinha e pegando na menina ao colo. No outro lado Ricardo fazia o mesmo retirando o menino do carro e de seguida estendeu as chaves do mesmo, ao empregado do hotel para que o arrumasse.
De pé nas escadas de entrada no hotel, esperaram pelos restantes convidados. Faziam um quadro curioso. O noivo, alto, moreno, de olhos cinzentos, tinha no colo um menino de quase quatro anos, de pele branca, cabelo ruivo e rosto sardento. A noiva tinha ao colo uma menina um pouco mais nova, quase da cor do chocolate, e cabelo encarapinhado.
Quando os restantes convidados chegaram, foram conduzidos a um pequeno salão onde ia decorrer a  comemoração.
A festa foi uma tortura para Clara, forçada a representar um amor que não sentia, preocupada em que o irmão e as duas amigas não desconfiassem da farsa que era aquele casamento.
Felizmente a preocupação com as crianças, dar-lhes de comer, o cansaço e o sono delas, serviram de desculpa para uma situação que se podia tornar estranha.
Cerca das nove da noite, deram por terminada a festa, e todos se despediram. As crianças foram acomodadas no carro do pai. Tiago, o irmão de Clara, no segundo carro, com Antónia e o marido. E o advogado ofereceu-se para levar as duas amigas da noiva a casa.


17 comentários:

chica disse...

E nós vamos acompanhando com ATENÇÃO à cada detalhe trazido... Legal! Bjs tudo de bom,chica

noname disse...

Ganda salganhada ahahahahah

Esta promete, deixar-me em pulgas.

Boa noite, Elvira

Pedro Coimbra disse...

Teatro na nossa vida?
Não, não faz o meu género.
Boa semana

Cantinho da Gaiata disse...

Estou vendo que está estória promete.
Bjs.

Isa Sá disse...

A passar para acompanhar a história.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Depois das formalidades , vamos esperar pelo que aí vem !!
JAFR

Os olhares da Gracinha! disse...

Esta promete pois o começo é bem interessante!!! Bj

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Estou a gostar minha amiga.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Edum@nes disse...

Casamento por interesse,
põe de parte o amor
mais haverá como esse
que não criarão bolor?

Tenha um bom dia de Terça-feira amiga Elvira.
Um abraço.

Cidália Ferreira disse...

Ou seja, para ter uma carreira casa-se sem amor, Não vai dar certo. Hummmmm estou muito curiosa!

Beijos e um excelente dia!

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
As duas crianças que não sendo irmãs deixam-me antever que o noivo poderá ter adoptado alguma delas, o que demonstra bom coração.
Quanto ao casamento muito a esperar do desenvolvimento que promete.
Beijinhos,
Ailime

Anete disse...


Muito mistério nos dois primeiros capítulos...
Uma marca forte no que você escreve, Elvira, é o suspense bem elaborado!

Vamos adiante, aguardando emoções e suspiros pela frente...
O meu abraço

Meu Velho Baú disse...

Vamos ver o que se segue.....
Beijinhos

Janita disse...

Começo complicado e pouco entendível, não pelas personagens, mas pela total ignorância da noiva em relação ao marido. Romance não é charada, é?
A ver vamos...

Um abraço

lis disse...

Casamento sacramentado,agora que a história deslancha
Aguardando o que vem por aí _ nem imagino rs

Sandra May disse...

Acabei de ler este capítulo e já vou para a postagem seguinte. Ler assim é muito interessante, parece série ou novela.
Vamos ver o que vai acontecer depois que acabou a festa.
Daqui a pouco novamente vou comentar.
Bjs

Smareis disse...

Gosto desse suspense que a Elvira faz.
Beijos!