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30.9.18

DESILUSÃO



DESILUSÃO


Quando eu tinha vinte anos
Sonhava construir,
Um mundo melhor
Com as minhas próprias mãos.

Queria acabar com a miséria
Abraçar a Felicidade.
Acabar com a guerra
Abraçar a Paz.
Estrangular a hipocrisia
Abraçar a Verdade.
Derrotar a opressão
Abraçar a Liberdade.
Sepultar o ódio
Abraçar o Amor.

Quando eu tinha vinte anos
O mundo era terra fértil
Onde plantava
Os sonhos dum mundo
Paradisíaco.


Agora que já passei dos setenta
Tenho as mãos estragadas
De tanta luta inglória.
Tenho os ombros curvados
Do peso das desilusões.
Os olhos sem brilho
De tanta lágrima derramada.
E o futuro cheio de pesadelos


E o mundo?
Esse continua a girar
Na roda
Da fome
Guerras
Drogas
Corrupção
hipocrisia.

E já não há sonhos que me valham!


15 comentários:

chica disse...

Por vezes ficamos assim desiludidos com tudo aquilo que vimos... Linda poesia! beijos, chica

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, querida amiga Elvira!
Temos momentos mais tristonhos e a esperança nos escapa, mas vale a pena sonhar e lutar pelos ideais ainda que tenhamos que remar contra a maré.
Deus te abençoe muito!
Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem

Sandra May disse...

Amanhã volto pra comentar porque estou no cel. Fiquei muito emocionada.

Larissa Santos disse...

Intensidade nas suas palavras TÃO verdadeiras. Adorei :)) Bom dia.

Hoje » Um sonho de nada

Bjos
Votos de um Óptimo Domingo

Maria João Brito de Sousa disse...

Concordo absolutamente com uma amiga, também escritora, que diz que hoje em dia se comentam os poetas, não os poemas. Ambas sabemos quão redutor isso é para a poesia, mas... seria ingenuidade da minha parte não entender que a publicação em directo traria, inevitavelmente, esse tipo de alteração.

Pressupondo que a Elvira seja o sujeito poético deste seu poema, quem me dera poder dizer-lhe que ainda há sonhos que lhe valham pessoalmente, a si, ou a mim e a tantos de nós. Mas talvez os haja se os nossos objectivos continuarem a focalizar-se naqueles que virão depois de nós.

Tudo isto parece muito pouco, um "cliché", ou mesmo uma inconveniência, depois de um tão magoado desabafo, mas é bem real, para mim, que me recuso a deixar morrer o sonho.

Um forte abraço, Elvira.

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Um poema em forma de desabafo, mas que tem tudo de realidade .
Um santo domingo .
JAFR

Palavra-padrão disse...

Talvez sejam os meus 20 (e cinco) e a falar mais alto, mas sou uma entusiasta da beleza do mundo. Acredito que há tanto de bom para testemunhar ainda, que as maravilhas da natureza e do ser humano são tão extensas quanto a sua capacidade de se prejudicar a si mesmo. De cada vez que leio um poema, que vejo uma fotografia que me comove, que faço uma viagem de autocarro junto ao rio, que ouço uma música de arrepiar os pelos... vale a pena, certo? Vale a pena ver os que vêm a seguir a mim a traçar os seus caminhos, vale a pena aprender mais e mais com os que já passaram por aquilo que passo agora... Doem-me as guerras, a fome e a miséria de uma forma que nem sei dizer, mas também me alimenta a esperança de que se estamos aqui, é porque há algo para ver e aprender de coração aberto...por cada desilusão,acredito que há mais motivos ainda para nos deixarmos espantar e comover pelo lado solar da realidade.

Beijinhos,

Daniela

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Pois é minha amiga infelizmente há sempre uns "artistas" que nos roubam os sonhos.
Um abraço e bom Domingo.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

silvioafonso disse...

Que delícia, Elvira.
Beijos e parabéns,
amiga.

.

cantinho disse...

Com altos e baixos, vamos acreditar que o sonho ainda comanda a vida.

Beijinhos

Maria Araújo

Cidália Ferreira disse...

Amei o seu poema!

Beijos – Boa Noite!

Tais Luso de Carvalho disse...

Nossa... que lindo e comovente teu poema, Elvira, palavras belas, de muita força. E infelizmente concordo com você, essa é a nossa caminhada, para terminar numa enorme desilusão e sem sonho algum!
Aplausos, amiga!!
Beijo, boa semana.

Edum@nes disse...

Sem dos sonhos excepção,
o que escreveu gostei sim
de ler sobre a desilusão
tudo começa para ter fim!

Tenha uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço.

paideleo disse...

Semella que non hai solución.
Toda a vida da humanidade se resume nestas palabras túas: fome, guerras, drogas, coorrupçao e hipocrisia.

Rosemildo Sales Furtado disse...

É por isso que não paro de pensar qual será o futuro dos nossos netos. Mais um belo poema amiga.

Abraços,

Furtado