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5.9.18

FOLHA EM BRANCO - PARTE XLV


O empregado conduziu-os à mesa, e estendeu-lhes a ementa, retirando-se em seguida
Voltou pouco depois, com as entradas. Perguntou se já tinham escolhido, tomou nota do pedido e afastou-se. 
Mariana olhou à sua volta. O restaurante estava completamente cheio. Gente que conversava e ria, famílias pequenas e outras mais numerosas, todas irmanadas na mesma alegria. Poucos casais.
Talvez recém-casados, no seu primeiro Natal a dois. Imaginou-se assim, recém-casada com Miguel, e involuntariamente corou.
- Está calor aqui dentro,- disse tentando disfarçar.
Terminado o almoço, seguiram em direcção à Boca do Inferno, depois pela marginal até à praia do Guincho. Seguiam devagar admirando a paisagem, que naquele lugar, é de cortar a respiração.
Miguel estacionou perto da praia, e ficaram algum tempo olhando as ondas de espuma branca,  que se desfaziam no areal.
Retomaram a marcha começando a subir a serra,  na estrada para o cabo da Roca, porém um pouco mais à frente, Miguel entrou numa estrada estreita, rodeada de vegetação, típica  da serra e foram sair junto do Palácio da Peninha. Estacionou aí e saíram para admirar a paisagem, verdadeiramente deslumbrante.
De volta ao carro, seguiram pela mesma estrada. Logo a seguir, encontraram o desvio para o Palácio da Pena e Castelo dos Mouros, porém seguiram em direcção ao centro, passaram pela Quinta da Regaleira, uma maravilha , misto de natureza, e talento do homem, seguindo depois para o centro histórico.
O passeio era maravilhoso, mas os dois continuavam tensos e mudos.
Estacionou à saída do centro.
Saíram.  Na rua, estava bastante frio. A jovem levantou a gola do casaco.
-Tens frio?
Ela moveu a cabeça em sinal afirmativo. E ele passou-lhe o braço pelos ombros, como se quisesse protegê-la do frio, com o calor do seu corpo. Um acto natural e tantas vezes repetido ao longo daqueles meses, mas que agora lhe transmitia uma emoção diferente.  Quebrando o silêncio, que desde a manhã, persistia em acompanhá-los disse:
- Vamos lanchar. Conheces os travesseiros de Sintra?
- Só as queijadas.
 -Experimenta os travesseiros. São uma verdadeira delícia.
Mariana, sentia cada vez mais dificuldade em aparentar uma calma que não sentia. Ela não entendia que ele estivesse a lidar com ela, como se fosse uma miúda, depois da confissão que lhe fizera na véspera, e pensou que não estava nada interessada nos travesseiros. Porem, não disse nada.
- Quando vamos ao Algarve? – Perguntou ele mudando o rumo da conversa.
-Penso que logo no dia 2. No dia 4 tenho a sessão de psicoterapia, a que não quero faltar.
Tinham chegado à pastelaria. Procuraram uma mesa vaga, mas tiveram que se contentar com um lugar ao balcão.




11 comentários:

noname disse...

Está frio,mas a coisa está morna :-)

Boa tarde, Elvira

chica disse...

A emoção trancada dos dois...Quando se "acharem" vai sair faíscas,rs...beijos, chica

_ Gil António _ disse...

Lendo, acompanhando a estória atentamente. Como irá acabar?
.
* Agrestes melancolias de amor ... *
.
Cumprimentos poéticos.

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Vejo que conhece bastante bem o circuito de Cascais até Sintra. Senti-me transportada através da sua escrita por esses locais que tão bem conheço.
E agora tanto que me apetecia um travesseiro quentinho da Periquita:)). Daqui até lá são só cinco quilómetros!
Será que os dois se vão deixar contagiar pelos recantos românticos de Sintra?
Fico a aguardar com ansiedade.
Um beijinho.
Ailime

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, querida amiga Elvira!
Que doce esta parte da história onde chegam numa parte de Portugal encantada.. que amei conhecer... os travesseiros de Sintra... Hum! Delícia pura!
Algarve... dos sonhos com as chaminés algarvias e os doces maravihosos.
Vamos ao final feliz, creio.
Tenha dias felizes e abemçoados!
Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem

Rui disse...

Uma tentativa de fuga a um final que se sente inevitável !!!

Muito natural esta "reacção" do Miguel, que até há bem pouco se sentia responsável pela Mariana, seu salvador, mas também com sincero sentimento algo paternal, qeu estranha a gora se estar a transformar em verdadeiro amor !
Sente-se entre a espada e a parede ! :)

Abraço, Elvira

O meu pensamento viaja disse...

Sempre magnífica, Elvira. Beijinhos

Cidália Ferreira disse...

PAIRAM AS DUVIDAS E OS RECEIOS!

Beijos, boa noite.

Os olhares da Gracinha! disse...

É que isto promete!!!bj

São disse...

Encontrar mesa vaga para comer um travesseiro só por milagre , rrss


Beijinhos

Meu Velho Baú disse...

Será que o maravilhoso passeio e ainda por cima adocicado pelo tão famoso travesseiro da " Periquita" vai ajudar ....:))
Beijinhos