Joana acordou na manhã seguinte, com o braço do marido
enlaçando a sua cintura e o calor do corpo masculino junto ao seu. A respiração
dele, fez-lhe saber que dormia profundamente. Sem se mexer, fechou os olhos e
recordou tudo o que se passara naquela noite. O medo irracional que a dominara,
e a fizera chorar. A forma como Pedro reagira fora uma completa surpresa. Nunca
lhe passara pela cabeça que o homem frio, que dizia não acreditar no amor, e negociara o próprio casamento, como da compra de um novo restaurante se tratasse, fosse na intimidade tão
gentil, tão compreensivo, a ponto de a levar a contar, o segredo que durante anos a atormentara e sempre calara. Depois daquela noite, Joana sentia-se mais
confiante em relação ao futuro, e menos apreensiva com o passo que dera. Quem
sabe um dia, eles conquistariam a felicidade? Pedro Mesquita podia continuar a
dizer que não acreditava no amor, mas naquela noite, com a sua atitude, conquistara o amor da esposa.
Por outro lado, a sua mãe estava reagir muito bem ao tratamento, e as análises de controlo que fazia todas as semanas, demonstravam-no.
Por outro lado, a sua mãe estava reagir muito bem ao tratamento, e as análises de controlo que fazia todas as semanas, demonstravam-no.
Dona Ermelinda era uma guerreira. Foi sempre uma mãe
exemplar. Depois que ficou viúva, trabalhou sem descanso para que Catarina, que
se preparava para entrar na Universidade, pudesse continuar os estudos. Claro que ela também ajudou. Por essa altura,
tinha conseguido emprego numa pastelaria. Entrara como ajudante de pasteleiro,
mas rapidamente se impôs com novas receitas que foram um sucesso. Quando um ano
depois o pasteleiro se reformou, foi com naturalidade que os donos deixaram nas
suas mãos o cargo.
Mas o facto de ela contribuir com as despesas, não
invalidava o esforço da mãe. E depois veio o maldito cancro, a mastectomia, e a
quimioterapia, numa altura em que Catarina terminava o Curso de letras, mas
estava ainda sem emprego. Depois apareceu aquele Pedro que afinal era Paulo e a irmã caiu de amores
por ele. Desde menina, Catarina sempre fora uma criança frágil, que se deixava
dominar pelas paixões. Para ela sempre era tudo ou nada, não havia meio-termo.
Quando o pai morreu, Joana e a mãe, chegaram a recear que adoecesse. A doença da
mãe foi mais um golpe rude a que ela resistiu porque nessa altura apareceu o
tal Paulo, e ela se apaixonou perdidamente por ele.
Por outro lado, a gravidez da filha e a possibilidade de ser avó, atuaram como o melhor dos remédios para a mãe, que vencido o cancro, fazia a reconstrução mamária. Depois Paulo desaparecera, e a irmã desabou. Joana e a mãe, temiam que ela não aguentasse a gravidez até ao fim. Depois, quando a mãe enfrentava a dor maior que qualquer mulher pode sofrer, a perda de um filho e tentava buscar no neto forças para continuar a viver, o rim começara a deixar de funcionar e os exames detetaram a maldita doença. A mãe não aguentaria novas doses de quimioterapia, e então o médico falou-lhe naquele tratamento alternativo, mas em Portugal só estava disponível em hospital privado. Joana teve que largar o emprego, e as poucas economias que tinha evaporavam-se a olhos vistos. Um bebé precisa de tanta coisa. Foi então que ela teve a ideia de criar a firma para vender através da Internet os seus doces. Porém como toda a gente que começa, os clientes não abundavam e a situação estava aflitiva quando resolveu procurar o namorado da irmã, na empresa onde ele lhes dissera que trabalhava.
Por outro lado, a gravidez da filha e a possibilidade de ser avó, atuaram como o melhor dos remédios para a mãe, que vencido o cancro, fazia a reconstrução mamária. Depois Paulo desaparecera, e a irmã desabou. Joana e a mãe, temiam que ela não aguentasse a gravidez até ao fim. Depois, quando a mãe enfrentava a dor maior que qualquer mulher pode sofrer, a perda de um filho e tentava buscar no neto forças para continuar a viver, o rim começara a deixar de funcionar e os exames detetaram a maldita doença. A mãe não aguentaria novas doses de quimioterapia, e então o médico falou-lhe naquele tratamento alternativo, mas em Portugal só estava disponível em hospital privado. Joana teve que largar o emprego, e as poucas economias que tinha evaporavam-se a olhos vistos. Um bebé precisa de tanta coisa. Foi então que ela teve a ideia de criar a firma para vender através da Internet os seus doces. Porém como toda a gente que começa, os clientes não abundavam e a situação estava aflitiva quando resolveu procurar o namorado da irmã, na empresa onde ele lhes dissera que trabalhava.
Não conseguia compreender porque ele dera o nome do dono
da empresa em vez do seu. Mas fora graças a isso que ela era agora a esposa do empresário.
22 comentários:
Vidas sofridas ... a caminho da felicidade!?
bj
Está a ficar bastante interessante.
Um abraço e continuação de boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Esperando o desenvolvimento.
Beijinhos, bom JUnho
bom dia
tudo parece se encaminhar para um bom fim .
temos mesmo que esperar par saber se vão haver ou não contrariedades .
JAFR
As teias da vida estão a mexer-se, vamos ver o que dá.
Bom dia, Elvira
Está melhor?
Belo enredo, tanta coisa bem engendrada...
Gostando muito! bjs, chica
Bemm; ao que Joana já sofreu, merece toda a felicidade. Adorei :))
Voam borboletas em desejos fugazes.
Bjos
Votos de uma óptima Quarta - Feira
Quem vê caras não vê corações. O mal de uns contribui para o bem de outros. O que mais lhes interessa agora é a felicidade. Porque, dinheiro para as compras eles têm!
Tenhas um bom dia amiga Elvira.
Um abraço.
Olá Elvira. Estive a le o s capitulos que mefaltavam. Num deles tu pergunta. Fica bem, especialmente com saúde se preferimos que continues com uma história de amor e eu, respondo que sim. A Joana merece ser feliz e ele também, pois parece-me uma boa pessoa.. mas tu é que sabes, amiga. Fica bem, especialmente com saúde. Beijinhos
Emilia
Nada acontece por acaso. Acredito, que depois de ter tido uma vida tão sofrida, e apesar do casamento ter sido "negociado", acredito que nada disso vai fazer sentido. O amor vai instalar-se. Assim espero.
Tão boa esta história.
Beijos e um excelente dia.
Há com cada vida...!
Mas tudo vai acabar bem, porque elas merecem felicidade.
Estou adorando como sempre.
Bjs
Quanto amor, quanta ternura
No casal dormindo à cama...
É a imagem de quem ama
Estampada na figura
De Joana em cena pura
De feliz por ser a dama
Do comerciante, trama
Que sua mãe transfigura
Em casamento feliz
Para quem antes não quis
Ser suposta pretendente.
Esse romance me diz
Que somos sempre aprendiz
Mesmo no amor mais quente.
Belo texto. Parabéns! Parece caminhar para um final feliz. Grande abraço. Laerte.
Ficção mas que podem ser vidas reais , muitas vezes bem sofridas:((
Beijinhos
Boa tarde Elvira,
A vida, tanta vezes madrasta, tem perseguido Joana e a família.
Acredito que este casamento, que será feliz para ambos, vai dar um pouco de sossego a Joana e à Mãe.
Um beijinho.
Ailime
Estou cada vez mais rendida!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Você escreve tão bem que prende nossa atenção.
bjokas =)
Uma história intensa.
O casamento já se realizou. E vê-se que há um ponto de equilíbrio no relacionamento do casal. Pelo menos por agora. Mas penso que muita água vai correr debaixo da ponte...
Bj
Olidna
Boa noite, querida amiga Elvira!
Como é bom ser tocada com ternura! A gentileza dele é de um primor que a conquistará...
Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
Bjm fraterno de paz e bem
O destino mudando a vida de Joana com perspectivas de felicidades.
Beijos!
Males que vêm por bem :)
AQUI AINDA.
https://zilanicelia.blogspot.com/
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