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3.6.18

CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA - PARTE XVI







Joana estava com os nervos à flor da pele. Durante aquele mês viveu numa correria tal que quase não tivera tempo para pensar no passo que ia dar. Preocupada com a saúde da mãe, que já tinha iniciado o tratamento dez dias antes, tendo de cumprir os dois compromissos anteriormente marcados, uma festa de aniversário de uma menina de cinco anos e outra de uma pré adolescente, e ainda com o bebé que embora estivesse a ter um normal e saudável desenvolvimento, cada dia requeria mais a sua atenção e o seu tempo, ela acabara por se esquecer de si mesma, Agora que o casamento seria no dia seguinte, como que saíra enfim do transe em que estivera e dava voltas e voltas na cama sem conseguir conciliar o sono. Parecia-lhe impossível que há pouco mais de um mês não conhecesse o poderoso empresário e no dia seguinte se fosse converter na sua esposa. É normal que uma noiva esteja nervosa na noite anterior ao seu casamento, pela expectativa de no dia seguinte unir o seu destino ao eleito do seu coração. Não era o que se passava com Joana. O seu casamento era um negócio realizado entre duas partes que sabiam bem o que esperar uma da outra, O empresário deixara-o bem claro, embora  ela tivesse a perceção de que havia mais alguma coisa para além do que ele lhe contara. Não sabia bem definir aquela sensação, mas tinha a certeza de que ele não lhe contara as verdadeiras razões para a ter escolhido a ela, e não a qualquer outra para aquele arremedo de casamento. Sentira-o desde o início, mas isso não impediu que ela o aceitasse. Porque a vida da mãe, e o bem-estar do bebé, eram superiores a todos os seus traumas, e afinal ela também escondera dele o seu segredo.
Pedro surpreendera-a com a rapidez com que tratou de toda a documentação, não só para o casamento, mas também para a entrada do pedido de adoção legal do bebé. Sem dúvida que o advogado dele era muito competente e tinha bons conhecimentos.  O resto o dinheiro comprava. Também a surpreendera ao marcar imediatamente a consulta e os tratamentos da sua mãe, sem esperar pelo casamento. Afinal durante aquele mês, ela verificara que o empresário, era muito mais humano, do que aquilo que pretendia demonstrar em palavras, mesmo não tendo convivido muito, nem tendo outras intimidades que não fossem meia dúzia de beijos.
Ao contrário do casamento faustoso que o noivo pretendia organizar, Joana conseguira que a cerimónia fosse o mais simples possível, no civil, com a presença da família, as testemunhas, e alguns empresários com quem o noivo tivera, ou tinha interesses comerciais. Assim, a cerimónia realizar-se-ia no restaurante “A poesia dos sabores” pertença do noivo, que no dia seguinte por causa do evento, estaria encerrado ao público.
Joana, não tinha mais família que a mãe, e o bebé. O pai rompera com a família, para casar com a mulher por quem se apaixonara, uma jovem criada num orfanato, “que ninguém sabe de onde vem, nem tem onde cair morta” como diziam os pais dele, que ao darem-lhe a escolher entre eles e a jovem Ermelinda, ditaram o rompimento. Anos mais tarde, quando o pai falecera de um ataque cardíaco, a mãe achara seu dever informar os sogros do triste acontecimento. O sogro respondera-lhe com uma carta em que lhe fazia saber que só tinha um filho, vivia com eles e estava de boa saúde.
O sol já raiava no horizonte quando Joana conseguiu adormecer.



Será que este casamento vai dar certo? Que vos parece?


Obrigada a todos pelo vosso cuidado comigo, e com a minha saúde. Eu estou num carrossel.  Uns dias quase não tenho dores, e outros tenho muitas. O tratamento é para 8 dias, fiz 4.







22 comentários:

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, Elvira!
Neste capítulo vemos uma prosa fluída, muito agradável de se ler. Isto que não falei da sua criatividade, do seu gosto por contar histórias. Excelente"
Boa semana.
Um abraço.
Pedro

chica disse...

Tudo andando bem...Vamos ver como as coisas evoluem nesse casamento! Fica bem! 😗😗

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, querida amiga Elvira!
Creio que a moça vai gostar dele se não estiver já... rs...
Mas confesso que é ousada demais tal proposta de casar-se por conveniência... a não ser que caiamos num golpe ou no conto do vigário como se diz aqui... assim de livre e espontânea vontade é muito inacreditável...
Vou esperar para ver, pois sei que você, como escritora, tem a capacidade de transformar esta história num conto de fadas....
Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
Bjm fraterno de paz e bem

Roselia Bezerra disse...

P.S. Melhoras e cuide-se pois você merece saúde em todos os níveis do seu viver! Bjm

Kique disse...

Tempos idos... casamento por conveniência... aqui há gato
Bjs
As melhoras

Hoje em Caminhos Percorridos - Viagem por Moimenta da Beira

noname disse...

Eu sei, que a vida tece teias, contra as quais é difícil lutar mas, mesmo sendo esta uma história de ficção, nunca me agradaram as pessoas que conseguem tudo pelo dinheiro, e este Pedro, para já, é uma dessas pessoas. Quem quer ajudar, ajuda, e principalmente não mente, e ele está a esconder que quer o menino só para ele, depois dos 2 anos estipulados. Aguardemos pois o que a Elvira lhe tem destinado :-)

Rápidas melhoras, e se possível, definitivas melhoras.

Luis Eme disse...

Os casamentos de conveniência começam logo "torcidos", Elvira. :)

Mas há horas de sorte.

Odete Ferreira disse...

Olá, Elvira.
Deixei um comentário no final da última história (20 de maio).
Logo que possa, iniciarei a leitura desta.
Bjinho

Pedro Coimbra disse...

Como sou um incurável romântico acredito que do convívio nasça a paixão.
Boa semana

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Tudo pode acontecer quando há este tipo de casamentos , no entanto penso que depois de alguns percalços que irão surgir , vai haver um casamento já sem conveniência .
JAFR

Os olhares da Gracinha! disse...

A paixão vai surgir e o amor aparecer!bj

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Está a ficar interessante minha amiga.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Larissa Santos disse...

Mais um bonito e interessante capitulo. Adorei :))

Hoje:- Não nego, que o meu coração se apaixonou.

Bjos
Votos de uma óptima Segunda-Feira


Edum@nes disse...

Se o amor acontece, não se conquista. Um casamento recheado de interesses duvido que vá dar certo. Também não causará transtornos a nenhuma das partes desde que sejam cumpridos todos os requisitos acordados!

Tenha um bom dia amiga Elvira. Mande as dores embora e não deixe parar o carrossel.

Um abraço.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

logo estão apaixonados um pelo outro.
mas, ela também tem um segredo.
aguardando para saber....

beijinhos

:)

Tintinaine disse...

Então amanhã temos casamento!
Adivinho que vai correr tudo bem e, em três tempos, vão estar os dois perdidamente apaixonados.
Haja saúde!

Cidália Ferreira disse...

É um passo muito importante e sério!!

Beijos e uma excelente semana!

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Acredito que o bichinho da paixão já está no coração desses dois!
Abraços!

Cantinho da Gaiata disse...

Acho que ainda vão viver um lindo romance.
Passando para o próximo capítulo.
Bjs

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Desejando-lhe em primeiro lugar boas melhoras.
O casamento quanto a mim ainda é uma incógnita uma vez que não sei se não tenha sido precipitado por parte de ambos.
Só o desenrolar da história o dirá;))!!
Beijinhos,
Ailime

Zilani Célia disse...

OI ELVIRA, TOMARA QUE TENHAS MELHORADO.
https://zilanicelia.blogspot.com/