Enquanto isso, Paulo observava-o. Não pode deixar de
reparar no brilho de admiração nos olhos negros do menino. Também na cor negra
dos seus cabelos e na pele morena. Pensando que não se parecia em nada com a
mãe voltou-se para Amélia.
- Vê-se que o seu filho, gosta de motas.
- Muito. Desde bem pequenino, sempre as preferiu, em detrimento
de outros brinquedos.
De súbito, Paulo baixou-se, pegou em Martim e sentou-o na
mota.
- E então, campeão, qual é a sensação? -Perguntou ao
menino.
- Uma maravilha. Um dia, ainda vou ter uma assim, mãe.
- Falamos nisso quando chegar esse dia, Martim, - respondeu
a mãe com um sorriso.
- Devias experimentar, sentar-te aqui, - disse o garoto
- Deus me livre e guarde. Essas coisas metem-me medo. Agradece
ao senhor, estamos a atrasá-lo. Vamos embora.
Paulo agarrou o menino e voltou a poisá-lo junto da mãe.
Fez-lhe uma festa na cabeça e disse:
- Gostei de vos conhecer. Não se esqueça que tem que
levar o carro à oficina. O pneu sobressalente só serve como um remedeio para
seguir viagem.
-Não esquecerei, como não esquecerei a sua ajuda. Muito obrigado, - disse Amélia
estendendo-lhe a mão que ele se apressou a apertar.
Com o toque, a mulher sentiu que o seu coração se
alterava, e sem poder suportar o olhar penetrante dele, desviou o olhar, sentindo o rosto afogueado pelo rubor.
Paulo pensou que aquela mulher era muito interessante, e
que gostaria de a conhecer melhor. Abanou a cabeça, como se assim afastasse aqueles
pensamentos. Afinal a mulher usava aliança, portanto era casada e tinha um
filho, não era pessoa em quem ele pensasse para uma aventura. Ainda que as
pessoas pensassem, que era um aventureiro, que nada levava a sério, ele sempre
respeitara as mulheres casadas. Soltou-lhe a mão, dizendo:
- Podem seguir viagem. Eu vou atrás de vocês até à
cidade, para o caso de precisarem de ajuda novamente.
- Mais uma vez muito obrigado. Vamos Martim, daqui a pouco é noite.- Disse Amélia, pegando a mão do garoto e encaminhando-se para o carro.
Ligou o motor e o veículo arrancou e passou por Paulo que
já se encontrava sentado na sua potente Kawasaki.
Uma hora mais tarde, entrava na cidade. Paulo que seguira
sempre atrás do carro, acelerou então, fez um aceno de despedida ao passar pelo
carro e seguiu por uma rua à direita. Amélia continuou em frente em direção ao
centro, e à sua casa.
30 comentários:
bom dia
essa dela ter aliança é algo que desconhecemos e pode haver aí alguma surpresa.
mas como a vida é um comboio tanto pode ter muitas paragens como muitas carruagens .
JAFR
Um pouco de romance logo ao pequeno almoço não faz mal a ninguém. E motas foi também uma das minhas doenças da juventude, mas já ficou lá tão para trás que mal a recordo.
Instigante. Ansiosa para o final kkkkkk
Bjos
Boa Segunda-Feira
A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Continuo a acompanhar com muito interesse.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Continuo a passar, mas a navegar, desde que fiz um salto mortal na do meu sogro nunca mais andei de mota, em Moçambique tive uma para me levar mais longe em aventuras, vendi-a a um primo meu antes de partir.
Também antes de atracar quero deixar o meu abraço.
Na certa poderiam ter trocado telefones pelo menos...Mas um reencontro talvez possa acontecer...Adorando ler! bjs praianos,chica
Elvira, estou rendida e viciada nas suas excelentes histórias, são empolgantes, intrigantes bem desenvolvidas e com um ou outro mistério que me faz querer ir descobrindo o possível desfecho.
Então este tema Motard, que adoro e vivo na vida real!
Infinitos viciados:)
Hummmm não sei a volta que lhe vai dar, mas, estou cá na minha...Há destinos que se cruzam...
NEXT...
Beijos e uma excelente semana
Xa temos o primeiro contacto.
Agora vén o seguinte que non sabemos como será.
E cá vamos... no comboio da vida e da interessante história...
Abraço
~~~
Comboio em andamento acelerado, a viagem é longa, mas parece haver agora, algo que o vá fazer andar mais lentamente ! ... Temos "amor à vista" ! :)
Muito interessante, Elvira ! :)
É como digo, a coisa começa morna mas vai aquecendo aos poucos, deixando os leitores na expectativa. Gosto disso :-)
Beijinho
Querida Elvirinhamiga
Eu bem dizia que a dança recomeçaria. Já está. Mais um folhetim, mais um desejo que cada PARTE regresse depressa. Esta estória não desmerece das outras que publicaste. Mas a procissão só agora começou a sair do adro...
Qjs do teu amigo Henrique, o Leãozão
Há bastantes dias que não venho ao SEXTA-FEIRA pois dentro das diversas e graves maleitas que já conhecesses (filho da puta de ano!!!) desta feita coube-me a mim a chatice:baixei ao Hospital de Santa Maria com uma pneumonia agravada, (há virus e bactérias a esmo nem eu nem os médicos descobrimos qual foi o sacana) onde estive onze dias ao fim deles foi-me dado alta!!!!!
_____
Quero mais!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Não trocaram n.ºs de telm., será numa próxima oportunidade?
Quanto a esse mistério, ainda, encapuzado. Por aqui irei, sim, continuar. Para ficar a saber o que estou pensando.
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Essa de usar aliança deixou-me incrédula, porque será?
Coisas da amiga Elvira, sempre a deixar uma deixa para ficarmos curiosos.
Estou a adorar.
Beijinho grande.
Boa noite Elvira,
A história está com contornos muito interessantes que me fazem antever mais uma das suas magníficas narrações.
Beijinhos,
Ailime
Passaram-se vários anos, podia ter casado...
Cada vez mais interessante
Bjs
Kique
https://caminhos-percorridos2017.blogspot.pt
Espero que a aliança não seja o que ele pensa.
Em cada capítulo o interesse aumenta e a ansiedade em ver o desenrolar dos fatos (romance) que com certeza vai surgir ou já surgiu.
Beijos!
Uma breve separação que vai dar lugar a um tórrido reencontro.
Abraço
Ola, querida amiga Elvira!
Uma história curiosa . Fui lendo capítulos anteriores pois estou de férias quase não vindo ao blog.
Um conto diferente dos que já te li...
Seja muito feliz e abençoada!
Bom de paz e bem
Beijinho de paz e bem
Oi Elvira,
Essa aliança é uma fraude.
Tem coisas por aí
Beijos
Lua Singular
Isto promete e espero que ... haja um feliz final!!!bj
Voltei para acompanhar os desenvolvimentos da história, que li com muito prazer e, no final, lá se foi o sorriso. Então que foi isso? Uma pneumonia? Espero que esteja melhor, Elvira!
Um abraço. Cuide-se
Ruthia d'O Berço do Mundo
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