- Penso que a Teresa tem razão. Devias dar sumiço nessa
aliança. É verdade que o Afonso foi um crápula, mas tu melhor que ninguém sabes
que é injusto julgar todos pela mesma bitola. Além de que onze anos, é tempo mais
do que suficiente para esqueceres e virares a página. És uma mulher muito bela,
és uma profissional competente, e uma mãe extremosa. Mas pergunto-me se isso é
suficiente para uma mulher jovem e saudável como tu. Desculpa se me estou a meter onde não devo, mas tanto eu
como a Teresa gostamos muito de ti. Deves lembrar-te como te apoiamos e
defendemos no escritório, quando fizeste a inseminação menos de um ano depois
de teres ficado viúva. Talvez porque a vida não quis dar-nos a alegria de
sermos pais, e tu tens idade de poderes ser nossa filha, sentimo-nos um pouco
como se realmente fossemos da família. Falamos muitas vezes de ti e pensamos
que deves sentir falta do abraço de um homem. E depois há o Martim. Não achas
que ele sente a falta de um pai? O teu irmão, sempre foi muito independente,
nunca fez muita companhia ao menino, e depois que casou, então nem deve
aparecer na vossa casa, para ver como estão. Segue o nosso conselho, Amélia. Deita
fora essa aliança e dá uma nova oportunidade a ti mesma. Olha, a Teresa sempre
diz, que a vida é como um comboio. Durante anos vai passando por ti, e nem lhe
ligas. Mas na maioria das vezes quando te decidas a apanhá-lo, é tarde demais,
já desativaram a linha.
- Vou pensar nisso, Carlos, mas não prometo nada. Está
quase na hora de saída do Martim, se não precisas de mim, já nem entro. Por
favor dizes ao Pedro que guarde tudo, e que amanhã de manhã eu vejo o que ele
precisar?
- Vai descansada. O dia hoje foi complicado. Amanhã
depois de verificares o trabalho dele, vai ter comigo. Temos muitas coisas para
analisar. Dá um beijo ao Martim.
- Obrigado por tudo. A ti e à Teresa. Nós também gostamos
muito de vocês.
Saiu do carro do amigo e colega e dirigiu-se ao outro lado do parque onde estacionara o seu veículo.
Não sabia o que se passava com ela, mas de há uns tempos
a esta parte trazia um grande desassossego no corpo e na alma.
Pôs o carro a trabalhar, e arrancou em direção à escola
do filho, enquanto recordava o que os amigos lhe tinham dito. Há onze anos que
tinha ficado viúva e nunca mais tinha tido nenhuma relação. O trabalho e o amor
do filho preenchiam por completo a sua vida. Então porque é que ultimamente se
sentia tão desassossegada? Seria uma questão hormonal?
E tudo tinha piorado, desde que no fim-de-semana, tinha
encontrado Paulo Guerra. Aquele homem perturbara-a. O seu olhar, poisava nela,
de uma forma atrevida, como uma carícia. Ou então era a sua imaginação que lhe
pregava uma partida. E por ironia do destino, era ela quem ia cuidar dos
interesses jurídicos dele.
23 comentários:
Tá mesmo na hora dela dar chance pra si mesma e ser feliz! Vamos lendo e imaginando! bjs praianos,chica
O destino marca a hora, não era assim?
Continua a ser.
Boa semana
A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
bom dia
depois de uma aliança que não correu bem , uma nova aliança poderá surgir !!1
JAFR
Bem, já começa a ficar desassossegada e isso é bom... Siga para outro episódio.
Hoje temos para si:-Mermurios em desnorte.
-
Bjos
Votos de uma óptima segunda feira.
É assim que o destino marca a hora, as coisas acontecem quando menos se espera e o corpo dá sinais do Paulo Guerra.
O meu abraço e ótima semana.
Esta história, está uma maravilha
Bom dia Elvira :-)
E vai na volta a aliança ainda fica para o próximo "casamento" ;)
Estou a adorar cada palavrinha!
Infinitos rendidos às suas histórias!
Boa semana, Elvira!
Beijo
Tudo bem encaminhado pelo destino ! :) Aguardemos !
Uma boa semana, Elvira.
:)
Gostei do episódio. Algo se começa a desenvolver, Looool
NEXT....
Recordo com saudade, o teu carinho. (Poetizando)
Beijo e uma excelente semana
Um segundo tempo sempre traz outras esperanças... Vamos ver se ela se dispõe...
Boa semana! Bjs
Como irá reagir Amélia à sugestão dos amigos?
Vou continuar a acompanhar com muito agrado.
Beijinhos,
Ailime
E por certo vai dar a volta!!!bj
Estou cada vez mais curiosa com esta história!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Olá minha querida amiga!
Estou voltando a blogosfera e já me deparo com mais um de seus ótimos contos em andamento.
Estou a algum tempo afastado mas aos poucos vou me inteirar das coisas por aqui.
Obrigado pela dica da cebola lá no meu blog.
Vou fazer essa experiência.
Um grande abraço!!
Eu costumo dizer "quem quiser apanhar o comboio, melhor, quem não quiser fica para trás".
Afinal o título desta história não é assim tão maluco!
Boa semana.
E, neste comboio da Vida, Paulo e Amélia já seguem na mesma carruagem. Veremos se tudo vai correr sobre rodas.
Algo me diz que pai e filho se vão aproximar e entender às mil maravilhas. :)
Já foi muito bom o Paulo ser de visão ampla e homem de fibra, com capacidade de gerir o negócio que herdou do tio.
Um abraço, boa semana, Elvira
Penso que Carlos tem razão,
nos conselhos que dá a Amélia
para o sossego do seu coração
e mais para a felicidade dela!
Tenha uma boa boa amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Verdade. A vida é um comboio que devemos apanhar....
Estamos a andar sobre os carris da carruagem, parece-me que o coração está a vacilar.
Temos novidades!😁
Bjs
Ironia do destino ou não, mas a vida está dando uma nova chance a ela, tomara que aproveite.
Beijos!
Oi Elvira,
Eu é quem saiba. Ficar viúva com filho de 2 anos, morando numa avenida de uma cidade grande.
Voltei para o interior e casei-me depois e 7 anos de viuvez e estamos felizes até hoje.
O menino, por uma decepção não se casou e mora comigo por enquanto. O ano que vem vai mudar.
Beijos
Lua Singular
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