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18.1.18

A VIDA É... UM COMBOIO - PARTE VIII






- Entra. Já ia ter contigo. Estava aqui a passar ao Pedro os casos mais urgentes.
Carlos, o homem que entrara no gabinete, vestia um impecável fato cinzento, que não escondia um ventre um pouco proeminente. Completamente calvo, tinha uns olhos vivos, e um ar bonacheirão,  que podia enganar qualquer opositor, até que se cruzasse profissionalmente com ele.
- Finalmente o chefe fez-te justiça.
Amélia sorriu.
-Ambos sabemos, que não foi um caso de justiça, mas um caso de não opção de escolha, - disse
-Tens razão se houvesse justiça nas decisões dele, há muito tinhas sido promovida. Bom, estás despachada até à hora do almoço? Preciso de ti esta tarde, já que às três vou reunir com um dos clientes mais importantes que assessoramos, e uma vez que me vais substituir seria bom que fossemos os dois. Se não vais almoçar a casa, podíamos almoçar juntos, isto é se não te importas de almoçar com a Teresa, já que como sabes, almoçamos sempre juntos.
- Por mim tudo bem. Claro que nos próximos dias vou ter que me dividir entre o teu gabinete e este, pois o Pedro vai precisar da minha experiência, em alguns casos mas estou convencida que vai dar tudo certo.
- Então passo por aqui há uma. Até logo. Parabéns Pedro. Espero que agarres o lugar.
- Obrigado- Vou esforçar-me por merecê-lo, - disse o jovem.
Carlos saiu e Pedro perguntou:
- Trabalhas aqui há muito?
- Entrei como estagiária há doze anos. Ainda cá estava o pai do chefe e foi ele que me admitiu. Tenho a certeza de que se não fosse assim, não teria entrado. O pai era uma excelente pessoa. O filho pensa que as mulheres, não têm a mesma capacidade laboral dos homens. Que o nosso lugar é a casa, onde passaríamos o tempo a cuidar dos filhos e a embonecarmo-nos para agradar aos homens.  Desde que o pai se retirou, mais nenhuma mulher foi admitida. Na promoção, já por duas vezes fui preterida por colegas com menos experiência. Tenho a certeza de que a reforma do Carlos o apanhou desprevenido. Todos pensávamos que ele ia continuar. Voltando ao trabalho, estuda este processo, em primeiro lugar, o julgamento é já dia  quinze. Depois fala comigo diz-me como pensas estruturar a defesa e eu ajudar-te-ei. Também estarei a teu lado no tribunal nas primeiras audiências. 

24 comentários:

chica disse...

Acompanhando e gostando! bs praianos,chica

Pedro Coimbra disse...

Fez-me lembrar uma fase da minha vida que não gosto particularmente de recordar - o estágio de advocacia - grande seca!!

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!


Isabel Sá
Brilhos da Moda

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Está interessante.
Um abraço e continuação de boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Cidália Ferreira disse...

Esta deixou-me mais curiosa ainda, looool

NEXT...

Beijo e um excelente dia.

No Reino do Infinito disse...

Querida Elvira,

Este conto é bastante focado em assunto polémicos na sociedade.
Adoro!
Infinitos ansiosos por mais!

António Querido disse...

Continua interessante, amanhã voltarei!

Até lá! ABRAÇO.

Joaquim Rosario disse...

bom dia
vai começar o sofrimento !!
JAFR

Manu disse...

Casos de leis e justiça são sempre polémicos e exigem muito estudo.
Aqui a descriminação feita às mulheres é um tema que infelizmente está sempre actual
Gostei do que li!
Abraço

Larissa Santos disse...

Continua muito interessante:))

Hoje, em texto:-Aves que esvoaçam ... Afastamento dilacerante...

Bjos
Votos de uma feliz Quinta Feira.

Os olhares da Gracinha! disse...

Sempre interessante o desenrolar com cenário diferenciado!!!
bj

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, Elvira!
Vou acompanhar mais esta tua narrativa. Quero ver como tudo termina. A sorte está nas mãos da nossa escritora. Parabéns.
Beijo.
Pedro

noname disse...

Estou em pulgas, com essa reunião .-)

Beijinho, e a saúde está de volta e para ficar?

paideleo disse...

A historia vai encarreirándose.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Gostando demais e ansiosa para a reunião e o desenrolar dos fatos!
Beijos!

Janita disse...

Lá vão o Paulo e a Amélia voltar a encontrar-se.

Desengane-se quem pensar que este conto só irá tratar de romance e encontros e desencontros amorosos. Para já temos aqui um caso de descriminação de género em questões laborais, infelizmente mais frequente do que se possa imaginar.
Parabéns, Elvira, por nos trazer esse flagelo da sociedade, onde grassam mentalidades discriminatórias e machistas.
Gostei.

Um abraço.

Edum@nes disse...

Porque, já li este capítulo,
voltarei para ler o que se segue
para saber como será resolvido
com paciência que se espere!!!

Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Teresa Isabel Silva disse...

Cada vez gosto mais!

Bjxxx
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Cantinho da Gaiata disse...

Estou roendo as unhas desde manhã para saber o que se irá passar na reunião.
Adorando esta história.
Bjs

José Lopes disse...

O mérito é poucas vezes reconhecido e recompensado, independentemente do sexo, e é por isso que as coisas não andam e se vê a mediocridade recompensada.
Cumps

Kique disse...

Esta reunião promete....aguardamos
Bjs
Kique
https://caminhos-percorridos2017.blogspot.pt

Victor Barão disse...

Para já gostei e muito. Mas terei de aqui regressar com mais tempo, a cabeça mais fresca e a horas mais "decentes" para ler toda a sequência!...
Entretanto parabéns e felicidades desde já.
Abraço

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
A historia continua muito interessante.
Vou ler os outros episódios.
Beijinhos e boa semana.
Ailime

Lua Singular disse...

Oi Elvira
Estou adorando seus capítulos e chegará um dia em que o homem se irá ficar abaixo da mulher
Gostando
Beijos
Lua Singular