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27.9.17

A RODA DO DESTINO - PARTE IV




Ele podia e tinha perdoado a traição de Ana Clara, quando o “trocou” pelo irmão. Afinal ninguém escolhe por quem se apaixona, e não havia qualquer compromisso entre eles, que não fosse apenas atribuído a uma saudável amizade. Queria até acreditar que ela nem sequer se tivesse apercebido dos seus sentimentos. Mas a recém-descoberta traição dela, matara tudo de bom que havia no seu coração. Ela não traíra apenas o marido. Traíra-o também a ele, às suas emoções, os seus sonhos, à sua fé nas mulheres. O seu coração estava cheio de raiva, e o seu maior desejo era ir a casa do irmão e contar-lhe tudo. Impediam-no a lembrança dos sobrinhos, duas inocentes crianças, que não tinham culpa dos erros da mãe, mas que ele sabia seriam os primeiros a sofrer as consequências. O irmão, iria sofrer sem dúvida, mas era jovem, bonito, e dono de uma inegável simpatia. Logo encontraria alguém disposto a fazê-lo esquecer a má experiência. O mesmo não aconteceria com os miúdos.
Tinha que se concentrar neles. Arranjar uma solução que lhes evitasse todo e qualquer sofrimento.                   
Indeciso, sem saber muito bem, o que fazer com a “bomba” que tinha nas mãos, desejando e receando ser ele a detoná-la, com um importante julgamento agendado para aqueles dias, Salvador não conseguia concentrar-se no processo.
Continuava de pé, junto da janela, olhando sem ver a rua, onde aquela hora o movimento tinha decrescido bastante.
Olhou para o bonito e caro relógio de pulso. Eram vinte e trinta. Franziu o sobrolho. Como é que o tempo passara tão depressa? Afinal, ficara até mais tarde para quê? Não fizera nada depois que o horário de expediente acabara. E duvidava que conseguisse fazer.                                           
Era imperioso que tomasse uma decisão. Não podia continuar a atormentar-se daquela maneira. Era sua obrigação contar ao irmão o que se passava. Mas pensando melhor, e especialmente por causa dos sobrinhos, decidiu não o fazer. Pelo menos por agora. Depois do julgamento, procuraria Ana Clara, e teria uma conversa séria com ela. Faria com que jurasse nunca mais ver aquele sujeito. E talvez assim, conseguisse não só salvar o casamento do irmão, como impedir que as crianças viessem a ter uma infância triste, sem a companhia e o apoio dos pais.  Porque ele conhecia bem o irmão. Tinha a certeza de que ele partiria para um divórcio litigioso e tentaria evitar todo o contacto dos filhos com a mãe. E ele sabia melhor que ninguém como certos casais se serviam dos filhos, como armas de arremesso para se ferirem um ao  outro, sem pensarem no mal que estavam fazendo às crianças. Na sua profissão já se deparara com vários casos. Tomada que foi a decisão, o seu corpo relaxou. Endireitou os ombros, suavizaram-se-lhe os músculos faciais, a concentração voltou. Porém eram quase nove horas da noite, o seu estômago revoltava-se, irritado com a falta do almoço, e os inúmeros cafés.
Decidido guardou o processo, apagou a luz e saiu do escritório apagando a luz.   



E se fosse convosco, que decisão tomariam? Fariam de conta que não tinham visto nada? Contariam ao marido a traição? Ou fariam como Salvador?


E A LISTA DE NOMES SUGERIDOS AUMENTOU

O filho Pródigo
A lei e a vida
O tribuno
A força da Lei
Disputa de irmãos
Amor e direito
Duelo entre amigos
Duelo das feras
A balança da lei
Defesa transcendente
Prova  da inocência
A verdade vencerá
Sucesso, meu irmão
Aliança
Tenacidade e coragem
Audácia
Deus escreve direito por linhas tortas
Julgamento decisivo
A carreira não é tudo.
A sentença
Nos caminhos da lei
Encruzilhada
Entre o amor e o rigor
O processo.
Culpado ou inocente
A justiça dos homens, 
Fez-se justiça, 
Amor no tribunal
Para lá do que os olhos vêem 
Destino Traçado.
A escolha
Traição




                                                

20 comentários:

Edum@nes disse...

O amor não se conquista. O amor acontece. Salvador apaixonou-se por uma mulheres que por ele não sentia amor. Será de curta duração. Um casamento sem amor. Quanto à traição, o silêncio seria, talvez, a opção mais correcta?

Tenha uma boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Tintinaine disse...

E se afinal não houve traição alguma?
Aquele homem podia ser um amigo, um irmão.
Aí eu dar-lhe-ia outro nome - Julgamento apressado!

Os olhares da Gracinha! disse...

Guardaria o que sabia!!!
Entre o amor e o rigor...na encruzilhada da lei...qual será a senrença!?
Bj

noname disse...

Isto promete aquecer eheheheh

Bell disse...

Que situação!!!
Amiga as desilusões fazem com que na gente se feche e o coração fique mais duro.
Por isso tanta gente machucada no mundo com medo de se relacionar.
Para homem acredito que ainda é pior, em algumas vezes o cara se bloqueia e não consegue se relacionar. Outras qdo se relaciona, é o tipo obsessivo com medo de ser traído de novo.

bjokas =)

chica disse...

Creio que ele faz bem ter uma conversa com ela...Deve esclarecer que viu e sabe e que ela dê um jeito( se é que foi mesmo traição)...bjs, chica

Teresa Isabel Silva disse...

Faço minhas as palavras da Chica!

Bjxxx
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Rosemildo Sales Furtado disse...

Acho que ele deve armar um flagrante para ter a certeza de que realmente se trata da Ana Clara, para depois contar ao irmão.

Abraços,

Furtado
PS- A minha sugestão para o título não está na relação.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá Elvira!
Sem dúvida, uma trama muito bem montada. A traição poderá desfazer o casamento. Que fazer, em casos como esse? Perdoar, reconciliar ou colocar um ponto final? Uma difícil decisão. Parabéns.
Quanto ao título, minha sugestão é: "A escolha".
Um abraço.
Pedro

redonda disse...

Ainda me parece que ele pode estar enganado quanto ao que pensa que viu


se me acontecesse, espero que nunca me aconteça, não sei bem o que faria, e neste caso é especialmente complicado porque pelo que ele conhece do irmão este iria "descontar" em cima dos filhos, afastando-os da mãe


vou continuar a esperar que ele esteja enganado...e se ele estiver enganado pode ser mesmo o melhor caminho ir falar com ela para assim se poder esclarecer a situação


um beijinho e boa noite

Pedro Coimbra disse...

Se tivesse a certeza, obviamente contava.
Mas tinha que ter a certeza.
Um abraço

Smareis disse...

Quando estamos com raiva não queremos enxergar a verdade dos fatos, e muitas vezes podemos errar em decisões apressada só para punir a outra pessoa que nos fez sofrer... No momento, melhor mesmo, e procurar a verdade, as respostas para depois tomar a decisão de contar ou não para o irmão.

Beijos Elvira!

Joaquim Rosario disse...

bom dia
depois de uma conversa talvez se esclareçam as coisas !!
JAFR

Teresa Brum disse...

Bom dia!
Que situação difícil Elvira!
Vamos adiante para ver o que Salvador fará!
Um abraço e feliz dia!

Gaja Maria disse...

Acho que ele julgou sem saber o que se passava. Acho que devia tentar saber mais.

Cantinho da Gaiata disse...

Realmente foi um balde de água fria.
Eu faria uma visita familiar e tentava ver como estava o clima, de resto nem abria a boca.
Beijokitas

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Muito interessante a historia e uma situação muito delicada.
Só com certezas poderia tomar uma atitude.
Beijinhos,
Ailime

Lua Singular disse...

OI Elvira,
Não sei se foi realmente uma traição, ma se foi não se deve perdoar.
Beijos
La Singular

aluap disse...

Pressinto que não houve traição. Tem de falar com ela e esclarecer.

Berço do Mundo disse...

Primeiro é preciso saber o outro lado da história, antes de se precipitar. Falar com a cunhada, claro. Só depois decidir