Sandra estava sentada no sofá, as pernas debaixo do corpo, coberto por um robe de seda azul-celeste. Tinha o cabelo preso num rabo-de-cavalo, e olhava sem ver a televisão, na qual passava um filme. Ouviu ao longe um som de campainha, mas absorta nos seus pensamentos, nem se apercebeu de que não era no filme, já que a TV estava sem som.
A campainha voltou a tocar, desta vez, mais insistente, e
ela pôs-se de pé, e descalça dirigiu-se à porta. Abriu-a um pouco sem tirar a
corrente, e arregalou os olhos de espanto ao ver Gabriel do outro lado. Voltou
a fechar a porta, tirou a corrente e então abriu-a.
- Boa-noite – saudou ele, fechando a porta atrás de si.
- Boa-noite, - respondeu e dirigiu-se para a sala, sem
uma pergunta, como se fosse normal, a visita dele aquela hora.
- Desculpa, sei que é tarde, mas precisava falar contigo.
Olhou-a da cabeça aos pés. Parecia uma miúda. Uma miúda
perdida e sem proteção. Sentiu um desejo enorme de a abraçar, de lhe dar a
proteção que ela precisava, mas não se atreveu sequer a estender a mão para lhe
tocar. Cerrou os olhos, confuso. Que raio se passava com ele?
- Quer tomar alguma coisa? Não tenho bebidas alcoólicas,
mas um café ou chá, posso fazer num minuto.
-Aceito um café.
- Vou buscar.
Afastou-se em direção à cozinha. Ele recostou-se no sofá
e cerrou os olhos. Sentia-se bem ali. A sala era pequena, mas confortável, e
tinha um não sei quê de lar que lhe agradou. Minutos depois, ela voltou com uma
bandeja onde fumegava uma chávena do aromático café, e um açucareiro. Sem usar
o açúcar, ele agarrou na chávena.
- Não me acompanhas?
- Nunca bebo café à noite.
Decorreram uns minutos em silêncio. Depois ele quebrou o
silêncio:
- Foste ver o teu pai?
- Fui.
- E como estava?
- Como queria que estivesse? Cada dia mais desmoralizado, - disse sem evitar que uma lágrima lhe rolasse pela face.
- Olha, é por isso que vim. Falei com um amigo meu, que é
investigador da Judiciária. Ele diz que oficialmente não pode fazer nada, o
julgamento foi feito a sentença está a ser cumprida. Para reabrir o processo
seria necessária uma nova prova, ou um indício muito forte de erro judiciário.
- Eu sei. Foi o que me disse o advogado.
- Mas o meu amigo, está disposto a ajudar-nos
particularmente, sob uma condição.
Ela levantou para ele os seus belos olhos
verdes, num olhar interrogativo, mas não fez perguntas.
- Ele está livre amanhã. Quer conhecer-te, falar contigo.
Só depois decide se nos ajuda. Penso que ele precisa ter a certeza de que estás
certa da inocência do teu pai, não sei. Sei que foi a condição imposta por ele.
Achas que nos podemos encontrar, por exemplo às dezasseis horas?
- Sim, claro que sim? Onde?
- Ainda não pensei. Ele sugeriu um local sossegado, onde
pudéssemos falar à vontade.
- Aqui?
-Não, aqui não, - respondeu rapidamente sem nem mesmo
pensar, porque lhe repugnava a ideia de levar outro homem para a casa dela. Levantou-se, e encaminhou-se para a porta.
- Telefono-te amanhã perto do meio-dia. Vai descansar.
O pc, continua periclitante. Vamos a ver se se aguenta.
O pc, continua periclitante. Vamos a ver se se aguenta.
14 comentários:
Olá Maria,
passando para lhe desejar uma linda tarde.
Bjs
Tânia Camargo
Vamos ver se tudo se resolve em bem!!! Bj
Atenta, acompanho a história. Bj
Atenta acompanho cada lance e estou gostando do enredo bem bolado! bjs, chica
Estou super curiosa para saber mais!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
O romance já está no ar. Agora vamos ver o que afinal aconteceu.
Bjinho, Elvira
Um telefonema, para marcar o local de encontro. A ver vamos se valha a pena. Acredito que sim!
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
O Gabriel começa a portar-se bem :)
e estava a preparar-me para ler o capítulo seguinte quando percebi que tinha chegado ao último...
um beijinho, uma boa noite e depois volto para ler os próximos capítulos
Até esbugalhei os olhos com o desejo dele, vai mesmo dar um romance, oba Elvira é disto que eu gosto.
Beijinho grande.
Quem sabe não se corrige uma tremenda injustiça. Vamos ver.
Tudo se encaminha para que um erro judiciário seja corrigido.
Bfds
É, parece que voltou a pintar um novo clima de parceria. Continuo gostando.
Abraços,
Furtado
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