Faltavam poucos dias para o Natal. Naquela tarde de sábado, o último antes das festas, Francisca decorava uma grande árvore, com a natural alegria das crianças que andavam à sua volta, com bolas e estrelas, todos querendo ajudar na decoração. Afonso, tinha ido comprar alguns presentes. Depois ia deixá-los no escritório. Já tinha contratado uma empresa de Pais Natal, para fazerem a entrega dos presentes. Na cozinha a empregada afadigava-se com os preparativos para o jantar.
Francisca deu a tarefa por concluída colocando no cimo da
árvore, uma grande estrela dourada.
-Está pronta.
As crianças gritaram batendo palmas de alegria.
- Então meninos,- admoestou Francisca.
- Faltam as prendas - disse João.
-As prendas vêem com o Pai Natal na noite de Natal, não
sabes? – Era Marta quem tinha respondido.
- Será que ele não se esquece de nós, como nos outros anos? – Perguntou o menino.
Francisca sentiu um nó na garganta. Na verdade,
aflita para pagar as dívidas que o marido tinha deixado, não pudera comprar
nada às crianças. Não pensava que os filhos tivessem sentido tanto, a ponto de se lembrarem disso.
-Sabes filho, nos outros anos, estávamos a viver com os avós, na aldeia.
O pai tinha viajado, e a mãe esqueceu de mandar a morada ao Pai Natal. E ele não podia adivinhar, onde nós estávamos.
-E este ano já o avisaste de que estamos aqui? –
Insistiu a criança.
- Sim filho fica descansado. Agora podem ir brincar para
os vossos quartos, quando o pai chegar chamo-vos para jantar.
As crianças saíram. Mas pouco depois João voltava.
- Mãe.
-Sim, filho.
-Quando é que o pai volta da viagem?
Estremeceu. Estava a ser difícil o dia. Mais dia, menos
dia, tinha que lhe dizer a verdade. Desde que entrara para a escola, João
estava mais maduro, E já tinha feito quatro anos. Suspirou
- Ficavas muito triste se ele não voltasse?
- Não sei. Gosto desta casa. Gosto do pai Afonso e das
manas. Não quero sair daqui quando o pai voltar.
Uma lágrima rolou-lhe pela face. De joelhos, na sua
frente, sem saber o que dizer a mãe abraçou-o. E então sentiu a mão do
filho mais velho no seu ombro.
-Deixa mãe, eu conto-lhe. Ele vai entender.
-Deixa mãe, eu conto-lhe. Ele vai entender.
E levando o irmão pela mão, saiu da sala.
15 comentários:
Cenário lindo e tudo pronto,até o João já com a boa compreensão da situação...Gostando muito! bjs, chica
Olá, estimada Elvira!
No seu blogue já vai cheirando a natal. Mto bem! Que Deus nos ajude até lá e sempre.
De "contratos" nada sei (rs).
Agradeço a sua visita e bem disposto comentário.
Beijos para todos.
Querida Elvirinhamiga
Poizé já vai começando a cheirar a Natal - e também para mim vai cheirando a novela ou romance. Pelo andar da carruagem e pela velocidade que ela adquiriu é de esperar tudo...
Qjs do Henrique, o Leãozão
====================AVISO=======================
PINTAROLAS E FUNERAL
Já tinha começado a fazer o anúncio do artigo DENTES PARA O BOLO DE CREME (que faz parte da saga da Alzira) que, porém, não chegou a todos os bogues; por isso o repito agora e aqui.
Entretanto, uma antecipação: o próximo texto da mesma saga Alzira mete FUNERAL. E por agora nada mais.
Qjs & abçs – Henrique, o Leãozão
Na vida há acontecimentos que são muito difíceis
de explicar às crianças - esse é o mais forte.
Bjs. amiga
Irene Alves
Sempre encontramos palavras certas para nos explicarmos aos mais novos...é que eles entendem!
Bj
Quanta ternura!
Beijo
Esse Natal promete. Até o João já esta gostando do pai Afonso.
Aguardo os próximos capítulos.
Beijos!
E esse gosto pela nova casa ainda vai quebrar mais a resistência da Francisca
Continuo a acompanhar e o Natal já anda no ar.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Está tudo a compor-se, como eu esperava! Está a chegar o tempo de serem felizes!
Que saia justa, Natal remete família quem não tem sente solidão quem não sabe o que virá fica na indecisão.
bjokas =)
Oi Elvira,
Fica difícil contar quando a criança já fica crescidinha.
Com meu filho não tive problema e desde bebezinho dizia que sua mãe era muito pobre e não podia criá-lo.
Elvira, eu tenho todos os papéis de como encontrar sua mãe, mas sempre pedi, me deixa morrer primeiro.
Tô gostando.
Beijos no coração
Lua Singular
A árvore já está enfeitada,
o Pai Natal não se demora
com as prendas para a pequenada
O Afonso e Francisca, está na hora?
Boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Pois, a verdade adiada vai ter de ser contada... como reagirá João?
A Francisca deveria ter aproveitado a oportunidade e o clima de festa, para contar ao filho sobre a viagem do pai. Mas outras oportunidades virão.
Abraços,
Furtado
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