Depois do duche e de ter trocado de roupa, Afonso voltou à sala. Foi até à janela e ficou observando o exterior. A irmã, estava no baloiço com a sobrinha Ana. Marta e João ora subiam as escadas do escorrega, ora se deixavam deslizar pelo outro lado, soltando alegres gargalhadas. Desde o dia em que se conheceram três meses antes, que aqueles dois quando estavam juntos era uma festa. Ninguém diria ao vê-los que não eram irmãos, ou amigos de longa data. Um pouco afastados, Francisca, de cócoras falava com Simão. O menino preocupava-o. Pelo que observara, naqueles três meses, parecia-lhe demasiado adulto para os seis anos que ia fazer em breve. Não tinha a alegria nem a espontaneidade do irmão, nem estava sempre a pensar na brincadeira. Várias vezes observara nele atitudes de protecção com o irmão e até com a própria mãe.
No jardim a conversa continuava, e Afonso pensou que
gostaria de saber de que falavam. Será que o miúdo ia ter problemas de
integração? Que não ia aceitar o casamento da mãe?
A carrinha do restaurante parou junto ao portão. Antónia,
a empregada, saiu para o abrir e lhes franquear a entrada. Viu as duas mulheres chamarem as
crianças e encaminharem-se para casa. O serviço com o restaurante estava
tratado, incluindo a presença de dois empregados para lhes servir a refeição,
não tinha que se preocupar com isso. Chamá-lo-iam quando tudo estivesse pronto.
O que o preocupava agora era a visita dos ex-sogros, no
dia seguinte. Não lhes tinha dito nada que ia voltar a casar. Preferira
apresentar-lhes o acto consumado. Desde que lhe disseram que queriam a guarda
das meninas, porque achavam que elas estavam muito sozinhas, que um homem só e
ainda por cima com tanto trabalho, não teria condições de dar às crianças a
atenção que necessitavam, toda a simpatia que lhes tivera desaparecera. Fora
por isso que Graça o incentivara a casar. E se a princípio ele achou que
semelhante ideia era uma estupidez, depois que a irmã lhe falou da amiga, e sobretudo quando a viu, tímida e envergonhada no seu escritório, a ideia começou a parecer-lhe mais aceitável. E se ainda tinha dúvidas,
depois que ela foi com os filhos, passar o dia lá a casa, e viu a forma
carinhosa como tratava deles, e como se deu a conhecer e tratou as meninas,
teve a certeza de que era realmente o passo certo.
14 comentários:
Querida Elvirinhamiga
Isto está a caminhar - e cada vez mais acelerado - para a novela ou quiçá para o romance. Fôlego não te falta, escrita também, enredo adensa-se. Um dia destes tens de parar e avisar a malta que continuarás a escrever - mas esperas que depois comprem a obra completa [talvez com um desconto.. simbólico :-)))))))]
Já te tenho dito que escreves muito bem - o que é verdade; se assim não fosse também to diria; sou pão, pão, queijo, queijo; sempre o fui e não seria agora aos 75 anos que iria mudar... Fico à espera do... novo capítulo...
Qjs do fã Henrique, o Leãozão
LÊ, SFF, O COMENTÁRIO QUE SEGUE
Camarada
Um desejo da minha querida Gabrielamiga é para mim uma ORDEM e por isso espero que a massa que já amassei comece a levedar para depois ir ao forno de padeiro com lenha de azinho. De certo já compreendeste do que se trata: é a sequência da vida da Senhora Dona Alzira Silva da Purificação.
Nesta via têm lugar imprescindível e inultrapassável umas obras que estão a decorrer na rua onde ela vive destinadas a remodelar a distribuição de água aos oradores, oops, moradores e que tantos transtornos lhes têm criado.
Quando o post esteja pronto espero que seja do teu agrado e comentário – bem como de outras/os Comentadoras/es. Por favor diz-me o que pensas na NOSSA TRAVESSA:
Qjs do Henrique, o Leãozão
Sempre interessantes os seus textos.
Aqui se cruzam estradas que muitos percorremos em vida.
Daqui a pouco teremos o almoço da família....E como será na mesa? Gostando muito de acompanhar! bjs, chica
Estou para ver a reacção dos ex-sogros, agora, perdidos os "argumentos" ! :))
... e o "princípio do amor" (por parte do Afonso) anda no ar ! :)
Elvira
Aproveitei que tinha tempo, para ler de enfiada todos os capítulos deste "Estranho Contrato".
É uma história suave, como é seu timbre, mas no que reparei mais foi na sua escrita, que se mostra muito mais depurada. Parabéns.
Um grande beijo
De passo certo sigam em frente. Aproveitem o que a vida tem para vos dar. Com o amor que as vossas corações um pelo outro sentem. Sejam muito felizes, enquanto as vossas vidas durarem!
Bom domingo amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Oi amiga,
Nem sei mais o que escrever. Eu iria na piscina com as crianças. Afonso ficaria louco com aquele corpão e iria nadar também...
Beijos
Minicontos2
Lindo domingo! Beijos
Como será que vai correr?
aguardando a continuação, isto promete um final feliz
a ver vamos
beijinhos
:)
Enquanto eles almoçam, eu aqui vou tomar um pouco d'água e aguardar os próximos acontecimentos.
Abraços,
Furtado
Vamos aguardar o almoço.
Beijos!
Vamos ver como reagem os sogros...será que eles vão entender e aceitar?...estou curiosa!
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