-Não quero que os meus pais saibam do casamento. Não iam entender. Vou dizer-lhes que me contratou para ama das meninas, e que não se importa que tenha comigo os meus filhos. Não me agrada mentir, mas sei que eles não iriam aprovar o que nos propomos fazer. Mais tarde lhes contarei a verdade. É a minha única exigência.
- Muito bem. Vou telefonar à minha irmã para a vir
buscar. Entretanto se me der os seus documentos, mando já fazer as cópias para
dar início ao processo de casamento.
Francisca tirou os documentos e estendeu-lhos. Ele abriu
a porta e chamando a secretária, pediu que lhos fotocopiasse.
Fechou a porta e voltou-se para ela.
- Sendo assim pode dizer a seus pais que tem emprego.
Amanhã, às cinco espero-a aqui para assinar o contrato combinado. Traga os seus filhos. Gostaria de conhecê-los. E no fim-de-semana, espero que vão
passar o dia connosco. Para que conheçam a casa e as minhas filhas. Será uma
espécie de ambientação para eles.
Enquanto o casamento não acontece, a Graça irá busca-la a
fim de tratarem do que pensem ser necessário, para a cerimónia, mas devo
dizer-lhe que ela será o mais discreto possível e não haverá festa, nem viagem. Também terão que escolher os móveis e decorar o quarto para os seus filhos.
A secretária bateu à porta e Afonso ordenou:
-Entre.
- Aqui tem doutor, - disse pondo os documentos e respectivas fotocópias em cima da
secretária. Mais alguma coisa?
- Não obrigado. Logo que a minha irmã chegue, faça-a entrar. Pode retirar-se.
- Com certeza Doutor.
- Com certeza Doutor.
A secretária retirou-se, não sem antes lançar uma mirada
curiosa a Francisca. Desde que trabalhava para o doutor, nunca o vira tanto
tempo no gabinete com uma mulher.
Pouco depois Graça chegou.
-Espero que tenham chegado a acordo. Os seus olhos foram
de um para o outro interrogativos. – Chegaram ou não?
- Chegámos – respondeu o irmão
- Ufa. Pensei que não tinham decidido nada. Estão com uma
cara.
- O assunto é sério Graça. Não querias que estivéssemos
a pular de alegria.
- Está bem. Não precisas zangar-te. Já sabes como sou.
Afonso não respondeu. Levantou-se e aproximando-se
estendeu-lhe a mão
-Não se aflija. Vai correr tudo bem. Não esqueça,
espero-a amanhã às cinco.
Apertou-lhe a mão sentindo a suavidade da mão feminina.
E agora ali estava, casado e disposto a partilhar a vida com uma quase
desconhecida, esperando não ter feito uma grande asneira da qual se pudesse arrepender.
Tinha-o feito pelas filhas. Elas eram toda a sua vida e para não as perder,
faria qualquer coisa.
15 comentários:
Estou banzado... mas então isso é assim?
O Afonso é um frouxo?
A Francisca amouxa?
Acho se esse casório
é um contrato
parece ser um contrato precário...
Uma história romântica e um modo de escrever no presente.
Encontram-se, conversam e decidem.
Um contrato que tenho quase certeza, acabará num bom resultado! bjs, chica
Vai ter que ser a Graça a empurrar, senão a história nunca mais avança!
O que parece um simples contrato, adivinha-se que se tornará em algo mais. Ou não?
Bjn
Márcia
O contrato está a entrar nuns meandros bem interessantes!
bj
Mas que decisão arriscada!
Adivinho que as emoções estragarão o projecto. ..
Beijos
Bom fim de semana, amiga Elvira!
Nem no tempos dos atrasados,
um casamento assim se realizaria
nem dormirem em quartos separados
depois de casados nenhum conseguiria?
Isso é só para inglês ver,
se os olhos tapados não tiver
um romance de amor irá nascer
entre um homem e uma mulher!
Bom fim de semana amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Passos que se seguem com interrogações e exclamações...
Um abraço neste sábado...
Oi Elvira
Não aceitaria essa situação de forma alguma
Mulher tem que ser amada. Oras!!
Beijos
Minicontista2
Uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada, onde a Francisca entra com o trabalho e o Afonso com o capital.
Abraços,
Furtado
Isso vai acabar em muito amor...
Adoro história curiosas.
Beijos!
Chego a meio da estória, que me deixa ansiosa por conhecer os próximos episódios. A Elvira é perita no suspense novelesco.
Abraço
Ruthia d'O Berço do Mundo
Consigo compreender o ponto de vista de ambos...a bem dos filhos!
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