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15.11.16

ESTRANHO CONTRATO - PARTE XXVI




Faltavam poucos dias para o Natal. Naquela tarde de sábado, o último antes das festas, Francisca decorava uma grande árvore, com a natural alegria das crianças que andavam à sua volta, com bolas e estrelas, todos querendo ajudar na decoração. Afonso, tinha ido comprar alguns presentes. Depois ia deixá-los no escritório. Já tinha contratado uma empresa de Pais Natal, para fazerem a entrega dos presentes. Na cozinha a empregada afadigava-se com os preparativos para o jantar.
Francisca deu a tarefa por concluída colocando no cimo da árvore, uma grande estrela dourada.
-Está pronta.
As crianças gritaram batendo palmas de alegria.
- Então meninos,- admoestou Francisca.
- Faltam as prendas - disse João.
-As prendas vêem com  o Pai Natal na noite de Natal, não sabes? – Era Marta quem tinha respondido.
- Será que ele não se esquece de nós, como nos outros anos? – Perguntou  o menino.
Francisca sentiu um nó na garganta. Na verdade, aflita para pagar as dívidas que o marido tinha deixado, não pudera comprar nada às crianças. Não pensava que os filhos tivessem sentido tanto, a ponto de se lembrarem disso.
-Sabes filho, nos outros anos, estávamos a  viver com os avós, na aldeia. O pai tinha viajado, e a mãe esqueceu de mandar a morada ao Pai Natal. E ele não podia adivinhar, onde nós estávamos.
-E este ano já o avisaste de que estamos aqui? – Insistiu a criança.
- Sim filho fica descansado. Agora podem ir brincar para os vossos quartos, quando o pai chegar chamo-vos para jantar.
As crianças saíram. Mas pouco depois João voltava.
- Mãe.
-Sim, filho.
-Quando é que o pai volta da viagem?
Estremeceu. Estava a ser difícil o dia. Mais dia, menos dia, tinha que lhe dizer a verdade. Desde que entrara para a escola, João estava mais maduro, E já tinha feito quatro anos. Suspirou
- Ficavas muito triste se ele não voltasse?
- Não sei. Gosto desta casa. Gosto do pai Afonso e das manas. Não quero sair daqui quando o pai voltar.
Uma lágrima rolou-lhe pela face. De joelhos, na sua frente, sem saber o que dizer a mãe abraçou-o. E então sentiu a mão do filho mais velho no seu ombro.
-Deixa mãe, eu conto-lhe. Ele vai entender.
E levando o irmão pela mão, saiu da sala.



15 comentários:

chica disse...

Cenário lindo e tudo pronto,até o João já com a boa compreensão da situação...Gostando muito! bjs, chica

CÉU disse...

Olá, estimada Elvira!

No seu blogue já vai cheirando a natal. Mto bem! Que Deus nos ajude até lá e sempre.
De "contratos" nada sei (rs).

Agradeço a sua visita e bem disposto comentário.

Beijos para todos.

A Nossa Travessa disse...

Querida Elvirinhamiga

Poizé já vai começando a cheirar a Natal - e também para mim vai cheirando a novela ou romance. Pelo andar da carruagem e pela velocidade que ela adquiriu é de esperar tudo...

Qjs do Henrique, o Leãozão

====================AVISO=======================


PINTAROLAS E FUNERAL
Já tinha começado a fazer o anúncio do artigo DENTES PARA O BOLO DE CREME (que faz parte da saga da Alzira) que, porém, não chegou a todos os bogues; por isso o repito agora e aqui.
Entretanto, uma antecipação: o próximo texto da mesma saga Alzira mete FUNERAL. E por agora nada mais.
Qjs & abçs – Henrique, o Leãozão


Silenciosamente ouvindo... disse...


Na vida há acontecimentos que são muito difíceis
de explicar às crianças - esse é o mais forte.
Bjs. amiga
Irene Alves

Os olhares da Gracinha! disse...

Sempre encontramos palavras certas para nos explicarmos aos mais novos...é que eles entendem!
Bj

O meu pensamento viaja disse...

Quanta ternura!
Beijo

Smareis disse...

Esse Natal promete. Até o João já esta gostando do pai Afonso.
Aguardo os próximos capítulos.
Beijos!

Pedro Coimbra disse...

E esse gosto pela nova casa ainda vai quebrar mais a resistência da Francisca

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Continuo a acompanhar e o Natal já anda no ar.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar

Tintinaine disse...

Está tudo a compor-se, como eu esperava! Está a chegar o tempo de serem felizes!

Bell disse...

Que saia justa, Natal remete família quem não tem sente solidão quem não sabe o que virá fica na indecisão.

bjokas =)

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Fica difícil contar quando a criança já fica crescidinha.
Com meu filho não tive problema e desde bebezinho dizia que sua mãe era muito pobre e não podia criá-lo.
Elvira, eu tenho todos os papéis de como encontrar sua mãe, mas sempre pedi, me deixa morrer primeiro.
Tô gostando.
Beijos no coração
Lua Singular

Edum@nes disse...

A árvore já está enfeitada,
o Pai Natal não se demora
com as prendas para a pequenada
O Afonso e Francisca, está na hora?

Boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

maria disse...

Pois, a verdade adiada vai ter de ser contada... como reagirá João?

Rosemildo Sales Furtado disse...

A Francisca deveria ter aproveitado a oportunidade e o clima de festa, para contar ao filho sobre a viagem do pai. Mas outras oportunidades virão.

Abraços,

Furtado