Seguidores

Mostrar mensagens com a etiqueta bolas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta bolas. Mostrar todas as mensagens

15.11.18

ESTRANHO CONTRATO - PARTE XXVI




Faltavam poucos dias para o Natal. Naquela tarde de sábado, o último antes das festas, Francisca decorava uma grande árvore, com a natural alegria das crianças que andavam à sua volta, com bolas e estrelas, todos querendo ajudar na decoração. Afonso, tinha ido comprar alguns presentes. Depois ia deixá-los no escritório. Já tinha contratado uma empresa de Pais Natal, para fazerem a entrega dos presentes. Na cozinha a empregada afadigava-se com os preparativos para o jantar.
Francisca deu a tarefa por concluída colocando no cimo da árvore, uma grande estrela dourada.
-Está pronta.
As crianças gritaram batendo palmas de alegria.
- Então meninos,- admoestou Francisca.
- Faltam as prendas - disse João.
-As prendas vêem com  o Pai Natal na noite de Natal, não sabes? – Era Marta quem tinha respondido.
- Será que ele não se esquece de nós, como nos outros anos? – Perguntou  o menino.
Francisca sentiu um nó na garganta. Na verdade, nos últimos anos, aflita para pagar as dívidas que o marido tinha deixado, não pudera comprar nada às crianças. Não pensava que os filhos tivessem sentido tanto, a ponto de se lembrarem disso.
-Sabes filho, nos outros anos, estávamos a  viver com os avós, na aldeia. O pai tinha viajado, e a mãe esqueceu de mandar a morada ao Pai Natal. E ele não podia adivinhar, onde nós estávamos.
-E este ano já o avisaste de que estamos aqui? – Insistiu a criança.
- Sim filho fica descansado. Agora podem ir brincar para os vossos quartos, quando o pai chegar chamo-vos para jantar.
As crianças saíram. Mas pouco depois João voltava.
- Mãe.
-Sim, filho.
-Quando é que o pai volta da viagem?
Estremeceu. Estava a ser difícil o dia. Mais dia, menos dia, tinha que lhe dizer a verdade. Desde que entrara para a escola, João estava mais maduro, E já tinha feito quatro anos. Suspirou
- Ficavas muito triste se ele não voltasse?
- Não sei. Gosto desta casa. Gosto do pai Afonso e das manas. Não quero sair daqui quando o pai voltar.
Uma lágrima rolou-lhe pela face. De joelhos, na sua frente, sem saber o que dizer a mãe abraçou-o. E então sentiu a mão do filho mais velho no seu ombro.
-Deixa mãe, eu conto-lhe. Ele vai entender.
E levando o irmão pela mão, saiu da sala.

reedição




15.11.16

ESTRANHO CONTRATO - PARTE XXVI




Faltavam poucos dias para o Natal. Naquela tarde de sábado, o último antes das festas, Francisca decorava uma grande árvore, com a natural alegria das crianças que andavam à sua volta, com bolas e estrelas, todos querendo ajudar na decoração. Afonso, tinha ido comprar alguns presentes. Depois ia deixá-los no escritório. Já tinha contratado uma empresa de Pais Natal, para fazerem a entrega dos presentes. Na cozinha a empregada afadigava-se com os preparativos para o jantar.
Francisca deu a tarefa por concluída colocando no cimo da árvore, uma grande estrela dourada.
-Está pronta.
As crianças gritaram batendo palmas de alegria.
- Então meninos,- admoestou Francisca.
- Faltam as prendas - disse João.
-As prendas vêem com  o Pai Natal na noite de Natal, não sabes? – Era Marta quem tinha respondido.
- Será que ele não se esquece de nós, como nos outros anos? – Perguntou  o menino.
Francisca sentiu um nó na garganta. Na verdade, aflita para pagar as dívidas que o marido tinha deixado, não pudera comprar nada às crianças. Não pensava que os filhos tivessem sentido tanto, a ponto de se lembrarem disso.
-Sabes filho, nos outros anos, estávamos a  viver com os avós, na aldeia. O pai tinha viajado, e a mãe esqueceu de mandar a morada ao Pai Natal. E ele não podia adivinhar, onde nós estávamos.
-E este ano já o avisaste de que estamos aqui? – Insistiu a criança.
- Sim filho fica descansado. Agora podem ir brincar para os vossos quartos, quando o pai chegar chamo-vos para jantar.
As crianças saíram. Mas pouco depois João voltava.
- Mãe.
-Sim, filho.
-Quando é que o pai volta da viagem?
Estremeceu. Estava a ser difícil o dia. Mais dia, menos dia, tinha que lhe dizer a verdade. Desde que entrara para a escola, João estava mais maduro, E já tinha feito quatro anos. Suspirou
- Ficavas muito triste se ele não voltasse?
- Não sei. Gosto desta casa. Gosto do pai Afonso e das manas. Não quero sair daqui quando o pai voltar.
Uma lágrima rolou-lhe pela face. De joelhos, na sua frente, sem saber o que dizer a mãe abraçou-o. E então sentiu a mão do filho mais velho no seu ombro.
-Deixa mãe, eu conto-lhe. Ele vai entender.
E levando o irmão pela mão, saiu da sala.