Deixou-se cair na cadeira, passando a mão pela testa. A conversa com a irmã, deixara-o nervoso. É claro que ele já tinha reparado na mulher. Nem podia ser de outra maneira se viviam na mesma casa há tantos meses. Para ser sincero, reparara bem demais, para a sua estabilidade emocional.
Pegou no telefone interno.
- Dona Luísa, a partir deste momento não estou para
ninguém. E não me passe chamadas. Entendido?
Desligou. Pegou na moldura. Olhou-a relembrando o dia em
que a tirou. Tinha chegado a casa e encontrara Francisca na sala a brincar com
as crianças. A cena parecera-lhe tão naturalmente íntima, que sem eles perceberem registou o momento no telemóvel.
Depois imprimira-a e colocara-a ali. A fotografia de Olga
repousava no fundo de uma gaveta da secretária. O facto da
irmã, ser amiga de Francisca, e encontrá-la numa época em
que ele estava desesperado, foi uma dádiva do destino, talvez arrependido de ter deixado, duas crianças de tão tenra idade sem mãe.
Era admirável, o modo como ela cuidava da casa, como cuidava
das crianças. E era tão bonita, que aos poucos a imagem de Olga se foi desvanecendo na sua mente enquanto Francisca se ia instalando no seu coração.
Há já algum tempo que se dera conta disso. Cada dia lhe
era mais difícil, ter uma atitude natural junto dela, quando o que realmente
desejava era apertá-la nos braços e amá-la até a fazer desfalecer de paixão.
Abriu a gaveta e tirou a cópia do contrato assinado antes
do casamento.
A quinta cláusula, dizia expressamente, que nenhum dos contratantes
podia molestar o outro com qualquer atitude de cariz amoroso ou sexual, sob
pena de o molestado ter direito a rescindir o contrato e a seguir a sua vida
liberto de todas as obrigações com o outro.
Que raio de clausula havia ele de ter inventado? Mergulhado na dor da perda da mulher, convencera-se que nunca a esqueceria. Que a sua capacidade de amar morrera com ela.
Que raio de clausula havia ele de ter inventado? Mergulhado na dor da perda da mulher, convencera-se que nunca a esqueceria. Que a sua capacidade de amar morrera com ela.
E, desesperado para resolver a situação, em que se encontrava, temendo que os sogros conseguissem levar-lhe as filhas, parecera-lhe que aquela clausula, era um incentivo para que Francisca se sentisse segura e aceitasse o contrato que ele lhe propunha.
Como pudera ser tão estúpido? E agora? Agora estava manietado de pés e mãos por aquela maldita cláusula. Não podia sequer imaginar que Francisca pudesse abandonar a casa, se ele se atrevesse a expressar o que lhe ia na alma. O que ia ser da sua vida? E das filhas? Como podiam viver sem ela?
Como pudera ser tão estúpido? E agora? Agora estava manietado de pés e mãos por aquela maldita cláusula. Não podia sequer imaginar que Francisca pudesse abandonar a casa, se ele se atrevesse a expressar o que lhe ia na alma. O que ia ser da sua vida? E das filhas? Como podiam viver sem ela?
Voltou a guardar o malfadado contrato na gaveta,
fechando-a à chave.
15 comentários:
Essa cláusula nº 5,creio será esquecida, abandonada e revogada,rs Tomara! bjs, chica
Esta cláusula veio criar uma barreira entre eles ( por enquanto).
Bjn
Márcia
Boa noite Elvira,
Outra história criada e contada com o habitual suspense a que nos habituou.
Vou ver se acompanho os futuros capítulos.
Beijinhos e boa semana.
Ailime
Os contratos podem sempre ser alterados...
Um bom suspense no ar...
Uau, o amor quando nasce naturalmente é um desafiante e maravilhoso mistério!
Abração neste dia...
isto promete...
seguindo e gostando de ler.
esperemos os próximos capítulos
beijinhos
:)
Boa tarde, um contrato que vai ser alterado para melhor certamente.
Continuação de boa semana,
AG
A autora sabe manter os leitores em suspense! Mas não tardará muito que eles caiam nos braços um do outro!
Esse é quase um contrato como os do ministério da educação! Que todos os anos e durante vinte anos os professores andam com a casa às costas e o coração nas mãos!
Uma boa semana ABRAÇO.
Eles vão conseguir ultrapassar a terrível cláusula!? ... eu quero acreditar que sim...
Os contratos nem sempre se cumprem...
Beijinhos
Quando o amor explode, os contratos perdem o efeito risos.
Beijos!
Oi Elvira, ele deve esconder o contrato, amá-la com paixão e no outro dia fazer os papéis para um casamento de verdade.
Que raios de casamento é esse?
Beijos
Lua Singular
Antes os dedos do que os anéis. O melhor é esquecerem a clausula, e fazer o que ambos desejam!
Ele como advogado sabe que a cláusula pode ser substituída em comum acordo entre às partes. Tá esquentando e eu gostando.
Abraços,
Furtado
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