E então Afonso fez algo completamente inesperado. Puxou-a para si e beijou-a. Primeiro suavemente apenas aflorando os lábios femininos, depois dando aso ao amor que trazia no peito, e à paixão que lhe invadia o corpo, o beijo, foi-se intensificando, e quando sentiu que a mulher lho retribuía, enlaçando-lhe o pescoço, perdeu completamente o controlo. As suas mãos percorriam nervosas o corpo feminino que palpitava junto ao seu. Amaram-se ali mesmo, no sofá do escritório, as roupas espalhadas pelo chão, os corpos cavalgando no ritmo da paixão, as bocas perdidas entre beijos e gemidos, os corações acelerando cada vez mais até ao êxtase final.
Momentaneamente apaziguado o fogo
que os devorara, Afonso perguntou:
- Desde quando?
- Não sei. Penso que desde o dia do casamento, quando me cedeste o quarto e ficaste a dormir aqui.
- Tão depressa? E eu a pensar que
suspiravas pelo falecido.
- Tonto. Ele foi o pai dos meus
filhos. Se não tivesse morrido seria decerto o meu marido, para o resto da
vida. Sou uma mulher fiel. Mas nunca foi um grande amor. E tu? Desde quando? Eu
pensava que não reparavas em mim.
- Desde aquela noite que ficaste
no quarto das meninas. Acordei às cinco da manhã. A porta do teu quarto estava
completamente aberta, e não te vendo lá, fui ver as crianças. Tu e a Ana dormiam
abraçadas. Tive inveja dela, sabes?
Ela riu feliz. Ele continuou.
- Os últimos tempos foram cada
dia mais difíceis. Passava horas aqui fechado, ansiando por ir ter contigo
apertar-te nos braços e fazer-te minha. Mas o medo de te perder era maior que o
meu desejo.
-Medo de me perder? – Admirou-se
ela. Porquê?
- Por causa da quinta cláusula do
contrato.
-E o que diz a quinta cláusula
desse bendito contrato?
- Não leste? Tens uma cópia.
- Não.
- Não leste? – Perguntou admirado
- Não tenho uma cópia.
- Não? Eu dei-ta.
- Sim. E eu rasguei-a.
-Quando?
- Quando percebi que te amava
-Meu Deus, tanto tempo perdido.
- Ainda estamos a tempo de recuperá-lo. Mas... não seria melhor continuarmos no quarto?
E dizendo isto, Francisca soltou-se dos seus braços e começou a apanhar as roupas dispersas pelo chão.
À margem.
Como os meus leitores estavam à espera disto, aí desde o segundo ou terceiro capítulo, pensam que a história acabou aqui? Pois enganam-se. Ainda há muitas pontas soltas...
18 comentários:
Pois, é o que geralmente acontece...
Esperemos por essas "pontas soltas" :)
BJinho :)
Pois venham então essa pontas soltas, os desamores depois do amor.
Bfds
Enquanto não aparecerem as famosas palavras, "e viveram felizes para sempre", a gente espera que a história continue!
Finalmente! Que bom! Adorei! Estou encerrando hoje o ano nos blogs, mas ficarei de olho por aqui pra acompanhar o final que ainda estás aprontando,rs bjs, chica
Então venham de lá essas pontas soltas.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Estou a ler seu conto, desde o primeiro dia, mas só agora resolvi escrever algo.
É simplesmente mmaravilhoso e estou cá curiosa para saber o final.
Grande beijo querida Elvira e parabéns.
Uma escea de paixón ben descrita, nunha linguaje que emociona e fai sentir mesmo. Parabéms por tanta constancia e esforzo e por tanta imaxinación. Beijinho.
A passar para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Hummm... Um capítulo caliente e que traz evidentes superações... Vamos adiante e veremos as inspirações da autora...
Um bom fim de semana... Abração carinhoso...
Muitíssima PAZzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Até que enfim! aconteceu o que já deveria ter acontecido há mais tempo. Por mais que tentem já não conseguem recuperar o que é irrecuperável!
Boa tarde e bom fim de semana amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Se éun Contrato Estranho ten que ter un final estranho.
Finalmente Afonso, conseguiu esquecer o contrato... esperemos que recuperem o tempo perdido!
Ainda bem que não acaba hoje... Obrigado amiga e fico à espera do que as pontas soltas vão trazer a esta familia :D ...Beijinho!
Amiga, estimada!
Ora, como já disse, não acompanho este Contrato, mas gostei deste texto, mas não sei o motivo (risos).
Beijos para todos e bom fim de semana.
É natural que todos os seus leitores, entre os quais me incluo, Elvira, estivéssemos à espera da consumação deste casamento por conveniência.
Afinal, amar e ser amado, é o sonho de todo o ser humano.
Talvez que essas pontas soltas tenham a ver com a tal quinta cláusula. Nunca se deve assinar nada sem ler...nem sequer um contrato de casamento!! :)
Espero que essa sua ausência seja por bons motivos, Elvira!
Um abraço e boa semana
Depois do doce vem o amargo, mas depois do amargo sempre vem o mel.
Abraços,
Furtado
Finalmente :) Abraço Elvira.
Seu textos parecem novelas, ninguém sai de casa durante a novela.
Adorei, Até que enfim. Mama, mia...
Beijos
Minicontista2
Elvira, um contrato estranho, mas que deu certo, porque ambos estavam empenhados na felicidade dos filhos e deles tambem; quando as pessoas são humanas, corretas sabem respeitar e assim, com amor no coração foram lutando para que esse amor entrasse no coração de todos os interessados e assim constituiram uma familia feliz. Quanto à opinião que nos pedes, a minha é a de que não precisas de mudar nada; tens uma maneira simples de escreveres os teus contos, usando uma escrita correta e de fácil entendimento. Podes continuar assim, querida amiga, que estás otima. Um beijinho e fica bem, sempre com muita saúde.
Emilia
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