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24.6.19

UM PRESENTE INESPERADO - PARTE XXXI




Parecia distraído com a conversa, mas estava atento à jovem, ao seu rubor, ao estremecimento que aquela carícia lhe provocara, ao esconder do seu olhar nos olhos semicerrados. Estava desejoso de acabar com aquela representação na cama. Porque ele estava convencido que toda aquela inocência, não passava de representação, afinal Isabel não era nenhuma adolescente, e segundo o relatório de Artur, tivera pelo menos um namorado.

- Para onde sigo agora?-perguntou Sérgio ao entrar em Lisboa.

- Para casa da Natália, na rua Alexandre Braga, em Arroios. Conheces? – perguntou Ricardo.

-Arroios sim, mas essa rua, não sei onde fica.

- É logo acima do Jardim Constantino, - elucidou Natália.

Pouco depois, estavam à porta do prédio. O casal saiu do carro e Ricardo pegou na criança adormecida ao colo, para que Natália saísse.

Pouco depois regressavam deixando a menina com Natália, não sem antes Isabel ter feito um milhão de recomendações à amiga, como se ela nunca tivesse tomado conta da criança. Depois deixaram Artur, em casa e por fim, Sérgio deixou-os à porta do prédio onde tinham o apartamento, dizendo na brincadeira que ia aproveitar a limusina para levar a esposa num passeio romântico. Ricardo riu-se e despediu-se com uma forte palmada nas costas de Sérgio.

Tinha parado de chover, e os dois ficaram uns momentos vendo o carro afastar-se.  Depois Ricardo enlaçou a jovem murmurando:

-Vamos.

 Encaminharam-se para a porta no momento em que as luzes da rua se acenderam. Os dias pelo Natal são muito curtos. Apesar do relógio marcar pouco mais que dezassete horas, o dia dera lugar à noite.
Eles entraram no elevador em silêncio. Ricardo estava ansioso por dar livre curso ao seu desejo. Isabel encontrava-se dividida por emoções contraditórias. Desejava tanto fazer amor, como o receava. Pela sua cabeça passava uma infinidade de perguntas. Iria saber corresponder aos desejos dele? Iria ser prazeroso ou iria doer-lhe muito? O que é que um homem experiente nas artes do amor, espera de uma mulher? Estremeceu, e ele apertou-a carinhosamente.
-Tens frio? – perguntou solicito.
- Um pouco – mentiu enquanto o elevador parava no andar da sua nova casa.
Ao chegarem à porta, ele abriu-a, e depois voltando-se passou-lhe um braço pelo pescoço e o outro pelas pernas e pegou-lhe ao colo.
-Que fazes? – perguntou nervosa.
- Cumpro a tradição – respondeu entrando em casa e fechando a porta com o pé. Com cuidado, pousou-a no chão, mas não a largou. Beijou-a apaixonadamente.
 - Estava doido para te beijar, para te ter assim, nos meus braços. Meu Deus nunca um dia foi tão longo.
Ricardo era um homem atraente, que agradava às mulheres. E elas agradavam-lhe. Essa combinação fazia que nunca tivesse tido problemas em satisfazer os seus desejos, quando determinada mulher lhe agradava. Isabel agradava-lhe e muito. Desejava-a mais do que desejara qualquer outra, desde o primeiro beijo naquela noite. Mas de um modo ou de outro, qual virgem envergonhada, ela conseguira evitar a união sexual, durante o tempo que mediou entre o ter aceitado casar com ele, e o dia do casamento. E isso foi exacerbando o seu desejo até ao limite.
Mas agora eram marido e mulher, e ele não conseguia controlar-se mais.


10.10.18

ENTRE O AMOR E A CARREIRA - PARTE XXIV




Com as pernas a tremer, Clara deixou-se cair no sofá. Nunca o seu corpo tinha reagido assim com Júlio, nem sequer nos momentos de maior intimidade.
“O que foi isto, meu Deus? Será a isto que chamam a química entre duas pessoas? Se o é, então entre nós existe química, mais do que suficiente para fazer explodir um quarteirão inteiro” – Pensou enquanto tentava acalmar-se.
Não teve porém muito tempo para isso pois as crianças irromperam na biblioteca a chorar.
- Desculpa. Não consigo acalmá-los – disse o irmão.
- Não faz mal, - disse abraçando as crianças. Vamos deixá-las chorar um pouco a fim de acalmarem. Depois a seguir, vamos aproveitar o sol na piscina, não é verdade meninos? Para a semana começam as aulas, e o outono está à porta. Temos que aproveitar o resto do verão.
E sabem de uma coisa? Se o vosso pai se esqueceu de alguma coisa, e volta atrás, vai ficar muito triste por vos ver a chorar. Vocês querem ver o vosso pai triste?
-Não – disseram em coro.
-Então toca a por, um sorriso nessas carinhas lindas, despir essas roupas, vestir os fatos de banho e… vamos para piscina.
- Tu também? Nunca vens – disse Soraia.
- Claro que vou. Só não fui antes, porque vocês estavam com o vosso pai, e o tio Tiago. Era muita gente na piscina, não acham? – Perguntou enquanto subiam as escadas para os quartos.
Pouco depois estavam os quatro na piscina. Enquanto Bernardo parecia tão à-vontade na piscina como peixe na água, Soraia, não sabia nadar. Não saía da zona onde tinha pé, e sempre que Clara ou Tiago tentavam que se deitasse na água tremia de medo. Tiago disse à irmã que tinha observado o mesmo comportamento da menina nos dias anteriores com o pai.
- Admira-me que o pai não lhe tenha comprado uma bóia para que ela perdesse o medo.
- Comprou. Contou-me que foi mesmo por causa de uma bóia que ela ficou assim. Disse-me que estavam os três na parte mais funda da piscina. Ele jogava à bola com o Bernardo, e a menina brincava na água suspensa pela bóia que de repente rebentou e a fez- afundar-se e engolir água até o pai chegar junto dela e a tirar da piscina. Depois disso levou bastante tempo até que voltasse a entrar na água mas limita-se a ficar ali quieta.
- Se me ajudares, vamos fazer uma brincadeira, a ver se aos poucos ela perde o medo.
-Vamos a isso.
- Meninos, vamos brincar um pouco na água? – Perguntou Clara depois de chamar Bernardo para junto da irmã. – Vamos fazer de conta que o Tiago é um Golfinho. Vocês já viram um Golfinho?
- Sim.
E gostam de Golfinhos?
-Sim – repetiram em coro
Então o Tiago vai ser um Golfinho que gosta de passear os meninos pela piscina. Eu sou a tratadora. E vocês querem passear no lombo do Golfinho. Muito bem. Como é que se vai chamar o Golfinho?
-Piloto – disse Bernardo.
-Piloto. Parece-me bem. Vamos lá Piloto levar o Bernardo a passear, – disse clara estendendo o menino ao comprido sobre as costas do irmão que nadou de um lado ao outro da piscina, sem contudo se afastar para a parte mais funda. O menino ria, as mãos agarradas aos ombros de Tiago. Clara olhou a menina, e viu-lhe nos olhos o desejo de entrar na brincadeira.
- Chega Piloto, agora é a vez desta menina linda, - disse Clara retirando Bernardo das costas do irmão e colocando no seu lugar Soraia.
Tiago sentia o corpo da menina tenso. Nadou tão devagar quanto possível enquanto emitia sons, como se fosse um verdadeiro Golfinho. A menina foi relaxando e quando ele se dirigiu à borda da piscina ela já ria e parecia esquecida do medo, embora os dois adultos soubessem que a brincadeira teria que se prolongar ainda alguns dias até que a menina perdesse o medo e confiasse o suficiente para desejar aprender a nadar.



29.10.17

A RODA DO DESTINO - PARTE XLV






Anete, desceu logo que a campainha tocou. Sob o casaco de fazenda castanho, tinha vestido umas calças pretas e uma camisola creme. O cabelo solto, descia-lhe pelas costas como um manto sedoso. Até agora, ele sempre a vira com o cabelo preso num coque, numa trança, ou num rabo-de-cavalo. Era a primeira vez que Salvador a via assim e ficou encantado.
Levantou-lhe o rosto entre as suas mãos e roçou os lábios pelos dela, numa carícia tão suave como sedutora. Depois enlaçou-a e dirigiram-se para o carro.
- Vais demorar-te com a tua irmã?- Perguntou pondo o carro em movimento.
- Não muito. Um pouco de conversa, uma brincadeira com os meninos, não sei, uma hora, talvez. Porquê?
- A tarde está bonita, podíamos ir até Cascais, ou Sintra. Lembro-me que me disseste que gostarias de conhecer Sintra. Queres ir lá esta tarde?
- Sim.
- Vais contar à tua irmã a minha proposta?
- Porquê? É segredo? – Perguntou tensa.
- De modo algum,- respondeu sorrindo. - Compreendo que estejas receosa, que queiras um conselho. Mas ninguém sabe mais de mim, do que eu mesmo. Sentir-te-ias mais confiante se eu dissesse que te amo?
- Se fosse verdade!
- E quem te diz que não é? E não achas que eu anseio o mesmo que tu? Isto é, que o meu maior desejo é ouvir-te dizer que me amas? Precisas confiar mais. Em mim, em ti, em nós. E pensar que vamos ser muito felizes.
Tinham chegado. Mal Salvador estacionou o carro, e ela apressou-se a desapertar o cinto e sair.
“Continua nervosa. É uma pena que acredite tão pouco em si própria.”
Salvador tirou do banco de trás uma caixa com livros para colorir e lápis de cor, para os sobrinhos e alcançou-a quando ela já se aprestava para tocar a campainha.
 Foi Raul quem lhes abriu a porta.
Cumprimentaram-se e entraram para a sala, onde Ana Clara vigiava, se os filhos arrumavam os brinquedos antes de irem dormir a sesta.
As crianças ficaram alvoraçadas com a presença dos tios, já não queriam ir para a cama. Finalmente a mãe conseguiu que eles serenassem e foi deitá-los com a ajuda de Anete. Para que as duas irmãs ficassem à-vontade, os homens foram para o escritório. O que os dois irmãos falavam, não era muito diferente, da conversa das gémeas.
- Sabes que não me surpreende? – Perguntou Ana Clara.  - Reparei que o Salvador está apaixonado por ti quase desde a primeira vez que vos vi juntos. 
-Acho que não percebeste o que te contei. Eu nunca disse que ele estava apaixonado por mim. O que ele me propôs, não foi uma relação amorosa. Foi um tempo de convivência para nos conhecermos melhor, para descobrir que sentimento nos une.
 - Salvador pode dizer o que quiser, mas ele não precisa saber nada sobre os seus sentimentos. Basta olhar para ele quando te olha. É amor. Conheço-o há anos e nunca o vi aquele brilho no seu olhar.
- Ele já amou, e muito. Confessou-me que pensava em casar, mas parece que ela não lhe correspondeu. Gostava de saber quem é essa mulher. Conheceste-a?
- Não. Se isso aconteceu, deve ter sido há muitos anos, antes de eu o conhecer, porque nunca dei por nenhum entusiasmo da parte dele. E o que é mais estranho, o Raul nunca me contou nada. Não te preocupes com isso. Se gostas dele, vai em frente. Salvador é um homem sério, responsável, e é dos melhores na sua profissão. E além disso é jovem, bonito e rico. Nem com um radar  encontravas melhor.
- Não me interessa a sua riqueza. Eu só quero ser amada. Saber como é viver com um homem, dormir com ele...



18.10.17

A RODA DO DESTINO - PARTE XXXI


O almoço, decorreu animado, como se todos se conhecessem há muito tempo e pertencessem à mesma família. A Salvador agradaram-lhe os pais de Anete, desse que os conhecera na semana anterior. E apesar de não se sentir muito confortável com a atitude vigilante dos irmãos dela, não os condenava. A jovem era muito bonita, e provavelmente, ele faria o mesmo se estivesse no lugar deles.
Ele não estava apaixonado por Anete. Ou pelo menos pensava que não estava, embora sentisse um certo carinho por ela. Na verdade apenas uma vez na vida esteve apaixonado, e isso já fora há tanto tempo, que às vezes pensava se realmente amara mesmo Ana Clara, ou se não passou de uma ilusão que ele empolgou transformando num amor platónico e impossível. Perguntava-se muitas vezes, se Raul não se tivesse intrometido, ele teria mesmo chegado ao casamento.
 Anete constituía um desafio para ele. Sabia que era divorciada, mas isso não parecia afetá-la de alguma maneira. Mas seria assim na realidade, ou essa era uma máscara que ela usava para não denunciar os seus sentimentos? Tinha vinte e oito anos, e não tinha filhos. No entanto a maneira carinhosa que usava no trato com os sobrinhos, revelavam um carácter tão maternal, que parecia impossível não ter sido mãe, durante o casamento.  Pensou vagamente que se chegasse a sentir por uma mulher um amor tão grande, que o levasse ao casamento, gostaria de ser pai. Às vezes enquanto brincava com os sobrinhos, pensava como seria se fossem seus filhos. Engraçado pensar assim e nunca lhe ocorrer associar Ana Clara às crianças.
Desejava conhecer melhor Anete. Gostaria que fossem amigos, que saíssem. Sem compromisso. 
- Ei, alguém viu se o Salvador saiu? - A voz de Luís soou trocista.
- Hem.. . Dizias alguma coisa?
- Homem há meia hora, que te estou a pedir se me passas o pão.
- Desculpa, estava distraído. Toma.
- E essa distração tem nome? – Interrogou Ricardo
- Deixem o Salvador em paz, - irritou-se Anete.
- A vossa irmã tem razão, - interveio o pai.- Não foi essa a educação que vos demos. Salvador é nosso convidado, merece respeito.
Terminado o almoço, e depois da loiça se encontrar já na máquina, os donos da casa, reuniram-se com as duas irmãs, para conversarem, e verem as fotos prometidas. As crianças voltaram para a brincadeira no quintal seguidas por Raul. Teresa andava às voltas na cozinha, e Salvador, ficou na sala com Luís.
Durante um longo momento, permaneceram em silêncio, como que estudando-se. Por fim Luís disse:
- A mãe disse que foste tu que deslindaste esta história. Que fazes na vida?
- Sou advogado. Tenho um escritório em Lisboa. E tu?
- Antropólogo. Trabalho na biblioteca nacional. Como é que descobriste a Anete? Procurou-te?
- Não. Tu foste o culpado. Vi-a na rua, e pensei que era a minha cunhada. Se estivesse sozinha não teria tomado atenção. Mas estava contigo, numa atitude carinhosa, e deves saber o que pensei.
- Cálculo, mas eu não te vi. Procuraste-a depois? Foste a casa dela?
- Sossega, nunca fui a casa da tua irmã que me merece o maior respeito. Confia em mim, não lhe farei mal. Amigos?
-Amigos, - disse Luís apertando a mão que Salvador lhe estendia.



5.10.17

A RODA DO DESTINO - PARTE XV



Pouco passava das onze horas, quando Salvador entrou na loja do irmão.  Celeste, a empregada mais antiga, e que o conhecia bem, largou a arrumação da prateleira, e dirigiu-lhe um sorriso cheio de simpatia
- Bom dia Celeste. O meu irmão está?
- Bom dia. No escritório.
- Obrigado. Conheço o caminho, - disse dirigindo-se para as traseiras onde o irmão tinha o escritório.
Bateu na porta com os nós dos dedos e entrou. O irmão levantou os olhos do computador, e ao vê-lo levantou-se.
- Ora viva, quem se digna visitar os pobres. É o teu dia de caridade hoje? - Perguntou com um sorriso alegre ao mesmo tempo que recebia o abraço de Salvador, a quem não via há quase um mês. Senta-te. E conta-me o que te traz por cá.
-Tens algum tempo livre? Preciso falar contigo, sobre um assunto sério que me tem trazido ocupado desde o início do mês.
- Assustas-me. É alguma coisa com o pai? Está doente?
- Não. Não tem nada a ver com o pai, mas com uma amiga minha.
- E o que tem essa tua amiga? Estás apaixonado por ela?
- Não. Ou pelo menos julgo que não. É outra coisa. Vou mostrar-te uma foto dela.
Estendeu-lhe o telemóvel, e esperou a reação do irmão.
A curiosidade com que Raul, olhou para a foto, logo foi substituída pela surpresa para acabar se tornando em fúria. Largou o telemóvel e cerrou os punhos enquanto semicerrava os olhos e o seu rosto empalidecia. Salvador que o observava, não pode deixar de pensar: “ O meu irmão é demasiado expressivo. Na minha profissão seria um desastre”. 
- Que raio de brincadeira é esta, Salvador? Quando é que estiveste com a minha mulher?
- Não é a tua mulher, - a sua voz calma contrastava com a ira de Raul. Por favor acalma-te. Essa é a minha amiga, e a fotografia foi tirada ontem à noite quando fomos jantar. Trata-se de Anete Sampaio, nascida em Leiria, a 16 de Maio, há vinte e oito anos atrás. Confesso que quando a encontrei e falei com ela a primeira vez, pensei que se tratava de Ana Clara, e fiquei furioso, quando ela me perguntou se era uma tática de engate, e me disse que não me conhecia de lado nenhum. Pensei que estava a brincar comigo, e tive que ver os seus documentos para acreditar que não era a tua mulher. 
Raúl deixou-se cair na cadeira, pegou no telemóvel e voltou a observar a foto, incrédulo.
Salvador continuou:
-Esse é o assunto que me trouxe aqui. Estou convencido, de que a minha amiga e a tua mulher, são gémeas. Além da semelhança física, vi um dos irmãos da Anete e não são nada parecidos. Quando lhe chamei a atenção para o facto, disse que ela é a única morena na família. Queria que me ajudasses a desvendar este mistério. Sabemos que a tua mulher foi adotada. Anete não, ou se o foi desconhece o facto. Ela sabe que tenho uma cunhada muito parecida com ela, devido à forma que nos conhecemos. Mas a tua mulher, não sabe que existe uma cópia dela na cidade.
- E o que é que eu posso fazer? Contar-lhe?
- Não. Na verdade o que eu pretendia, era que sondasses os teus sogros. Vocês dão-se bem. Podias saber se no orfanato lhes falaram de que Ana Clara tivesse tido uma irmã gémea. Só devemos dizer alguma coisa às duas, quando tivermos uma certeza absoluta. O ideal seria um exame de ADN, mas se tu podias com facilidade conseguir, alguns fios de cabelo na escova da Ana Clara, eu não poderia fazer o mesmo com Anete.
-Vou falar com eles o mais breve possível. Depois telefono-te.
Salvador despediu-se e abandonou o escritório, deixando o irmão ainda incrédulo.