Francisca acabara de adormecer as crianças e preparava-se para se deitar. Afonso ainda estava no escritório, e ela sempre respeitava aquele espaço. Sabia que ele se refugiava ali para trabalhar.
Olhou-se no espelho. Como estava diferente. Agora era uma mulher feliz, realizada. Tão diferente daquela Francisca que foi casada com Jorge. Viu pelo espelho a entrada do marido e como se dirigia para ela. Sentiu os seus braços à roda da cintura, os olhos procuraram-se através do espelho.
-Amo-te! - Sussurrou-lhe ao ouvido.
Sem respondeu, voltou-se e ofereceu-lhe a boca entreaberta, pronta para o beijo.
Enlouquecia-o. Cada dia mais, como se fosse uma dependência. Pegou-lhe ao colo, e deitou-a na cama. Inclinou-se para ela.
- Espera, - disse ela colocando a sua mão no peito masculino e empurrando-o suavemente. - Vamos conversar.
-Agora? - Em tom de lamento.
-Depois compenso-te. Prometo!
-Sendo assim, - parecia resignado.
-Sabes, o quartinho ali ao lado…
- O que é que tem? – Interrompeu impaciente
- Temos que trazer de novo para lá o berço. Vai ser preciso...
Levantou-se de um salto
-Queres dizer…
- Que a família vai aumentar dentro de alguns meses.
Abraçou-a.
- Amo-te tanto! Tens noção de que me tornaste no homem mais feliz do mundo?
- Esforço-me por isso - sorriu sedutora.
-Amanhã trato do berço.
-Temos tempo. Ainda faltam uns meses. Antes, queria contar-te uma fantasia que tinha contigo quando lá dormia. Prometes que não te ris?
- Esforço-me por isso - sorriu sedutora.
-Amanhã trato do berço.
-Temos tempo. Ainda faltam uns meses. Antes, queria contar-te uma fantasia que tinha contigo quando lá dormia. Prometes que não te ris?
Beijou-a com paixão.
- Conta, - pediu com voz rouca
E ela contou. Devagar frisando cada pormenor da fantasia tantas vezes sonhada, exacerbando e levando ao limite o desejo do marido.
Quando ela se calou, ele estendeu-lhe a mão, ajudando-a a levantar-se.
- Vai, - sussurrou. Vamos convertê-la em realidade.
Feliz, ela encaminhou-se para o outro quarto
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