Seguidores

30.6.20

ISABEL - PARTE XXXV


foto do google

Quando os três chegaram ao hotel, onde ia decorrer o lançamento de “Vidas cruzadas”, o segundo livro de Nuno Fraga, já o evento tinha começado há muito. Na verdade, Afonso esquecera os convites, tiveram que voltar atrás, o trânsito estava caótico e por isso quando chegaram, a parte da apresentação já tinha decorrido. O local estava apinhado. Muita gente conhecida, gente da rádio e TV. Também muitos jornalistas e fotógrafos. Todos queriam conhecer o escritor da moda. Este encontrava-se sentado numa secretária onde autografava os livros que lhe iam apresentando. Estrategicamente colocada,  outra mesa repleta de livros. Também havia várias mesas com doces e salgados bem como água e outras bebidas. As duas amigas compraram, o livro e dirigiram-se à mesa do autor para recolher o seu autógrafo. Quando Isabel finalmente conseguiu vê-lo, empalideceu, deixou cair o livro, e sem se preocupar em apanhá-lo dirigiu-se para a porta de saída deixando a amiga espantada. Luís também a viu. Cerrou os punhos e apertou-os com raiva. Desejou largar tudo e segui-la, mas sabia que não podia fazê-lo. Pelos seus leitores que aguardavam pacientes na fila, a sua atenção. Mas também por ela. Bastava que a chamasse para atrair sobre ela a curiosidade dos jornalistas ali presentes. Continuou pois a sessão enquanto Amélia e Afonso se dirigiam para o carro onde Isabel já os esperava.
- Que aconteceu Isabel? – perguntou-lhe a amiga. Estás a tremer.
- O Luís, - murmurou
- O Luís? – admirou-se a amiga - Mas o que é que tem o Luís?
- É ele.
- Ele quem, mulher? O escritor?
Acenou com a cabeça, os olhos marejados de lágrimas.
Virando-se para o companheiro Amélia disse:
- Afonso por favor volta para lá. Nós vamos tomar qualquer coisa ali na pastelaria em frente e já lá vamos ter.
- Não se preocupem. Eu vou. Afinal de contas ainda não tenho o autógrafo do autor.
Quando ficaram sós, Amélia disse.
- Não fiques assim. Deve haver uma explicação.
- Claro que há. Servi de cobaia ao escritor da moda. Quem sabe até devia sentir-me honrada, - disse com amargura.
 - Como tu sofres Isabel. Sabia que estavas apaixonada, mas não pensei que fosse um sentimento tão intenso.
-Como é que eu ia adivinhar? Se nunca tinha visto nenhuma fotografia dele? E depois parecia tão sincero, era tão convincente, que pelas suas palavras fui alimentando sonhos e sentimentos. Só mentiras. Estou destroçada. Por favor Amélia, leva-me a casa. Quero ficar sozinha.
- Claro. Vou ligar ao Afonso. Levo-te a casa e volto depois. Quero ver melhor esse homem.
Mas quando meia hora depois voltou, Afonso já se encontrava cá fora com o livro autografado, e não teve ensejo de rever o escritor.



11 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Tudo tem uma explicação...
Abraço

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

Muito rápida a tirar conclusões, a nossa Isabel!
O que tem o cu a ver com as calças, diria alguém que eu conheço.

Maria João Brito de Sousa disse...

Pobre Isabel... as conclusões precipitadas nunca foram pródigas em bom-senso...

Forte abraço, amiga!

chica disse...

Puxa!Que situação! Mas vamos esperar! Ansiosa! beijos, chica

noname disse...

A Mestra das reviravoltas voltou a atacar ahahahahah

Bom dia, Elvira

Cidália Ferreira disse...

Cada episodio uma surpresa!! :))

**
Quero de volta o meu silêncio...

Beijo e um excelente dia.

Alexandra disse...

E agora Elvira? Como vai dar o Luis a volta a isto?

Um abraço e saúde.

" R y k @ r d o " disse...

Lendo mais um capítulo e acompanhando a Estória.
.
Abraço

Edum@nes disse...

Isabel continua confusa. Em vez de se ter dirigido ao homem pelo qual se sente apaixonada. Virou-lhe as costas. Não teve coragem de enfrentrar a realidade.

Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Uma reviravolta para o retorno ser mais emocionante!
Beijos carinhosos!