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22.6.20

ISABEL - PARTE XXIX


                                                        foto do google
Os quatro dias que Isabel passou em Munique, foram de autêntica loucura.
Foi recebida no aeroporto por Hans, que a transportou para sua casa onde Anne os esperava para jantar. Contrariamente ao que o telefonema de Hans fizera supor, a mulher estava no quarto mês de gravidez e quase não se notava ainda a barriga. De resto estavam muito felizes e notava-se-lhes um brilho diferente no olhar.
- Mas como é isso de casarem assim de repente? – perguntou Isabel enquanto jantavam
- Não foi assim tão de repente – disse Hans. Na verdade desde o princípio do ano que tínhamos programado o casamento para este ano. A gravidez só veio alterar um pouco a data, já que pensámos no fim do ano como data, mas Anne diz que nessa altura já estará com um grande barrigão e não terá graça nenhuma.
- Nós, mulheres, - explicou Anne - sonhamos com o casamento,  desde que ainda meninas, começamos a perceber o que se passa à nossa volta.  Depois quando acontece, é algo que vamos recordar toda a vida. No fim do ano estarei com oito meses, uma barriga enorme, provavelmente com dificuldade em calçar uns sapatos decentes, por causa dos pés inchados. Decerto ia sentir-me cansada, com dores nas pernas e nos rins, sem conseguir dançar,  e sem vontade para nada. Não quero um casamento assim.
E Anne tinha razão, pensou Isabel. Mulher nenhuma desejaria um casamento assim.
Depois, bem depois, o tempo passou a correr entre a ida ao cabeleireiro, os ensaios da cerimónia, o ajudar a noiva a vestir-se, a cerimónia, e a festa que se lhe seguiu. Por sorte Isabel conseguiu passar na véspera do casamento às cinco da tarde, pela Marienplatz uma das praças mais movimentadas de Munique, e, pode ver e ouvir Glockenspiel o famoso carrilhão composto por quarenta e três sinos, e a dança dos bonecos de madeira que ao som musical vão representando cenas históricas da Alemanha, na torre do Neues Rathaus.
No dia da cerimónia, ao colocar-se no altar, ao lado do padrinho, Isabel não pôde deixar de sorrir divertida, ao lembrar as considerações de Amélia sobre o padrinho. É que este, era o avô do noivo, um empertigado octogenário.
Depois da cerimónia, a sessão de fotos no Jardim Inglês, e por fim a festa onde não faltou muita alegria e cerveja.
Depois da partida dos noivos para a lua-de-mel, Isabel recolheu ao hotel extremamente cansada.
No dia seguinte antes de seguir para o aeroporto, ainda conseguiu visitar a Catedral de Frauenkirche, em honra de Nossa Senhora Bendita. Aí, quando depois da visita, que incluiu uma subida à torre sul, onde pode apreciar uma maravilhosa vista da cidade, se recolheu em oração, reconheceu perante Deus, aquilo que nunca tinha deixado ninguém adivinhar. Nunca seria uma mulher realizada, se não conseguisse ter uma família. E orou com fervor, pedindo à Virgem, para  encontrar um homem bom, capaz de a amar e de formar com ela uma família, concedendo-lhe a graça de ser mãe, antes que a idade a impossibilitasse disso.



15 comentários:

Pedro Luso de Carvalho disse...

Boa noite, Elvira!

Aprecio acima de tudo, na ficção, a construção da personagem, tanto no romance como no conto. Já li romances e contos que se salvaram pelas suas personagens bem construídas. Claro que o ideal é escrever (ou ler) uma boa história com uma boa personagem, como você faz muito bem, como nesta excelente narrativa e personagens. Parabéns!

Voto de uma ótima semana, minha amiga Elvira.

Um abraço.
Pedro

(desculpe, havia colocado o comentário no post errado).

noname disse...

Não deveria ter sido feiro o pedido a Sto António?
:-)

Boa noite, Elvira

Pedro Coimbra disse...

Gravidez a acelerar a data do casamento.
Conheço bem a situação... :))))
Boa semana

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história e desejar uma ótima semana!
Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

Rezar não faz mal nenhum e alivia a alma!
Boa semana, Elvira!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Capitulo bem interessante.
Um abraço e uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Maria João Brito de Sousa disse...

Está visto que me enganei quando apostei que o rapaz dos olhos cinzentos estaria no casamento...

Forte abraço, amiga!

chica disse...

Que delícia de leitura e gostaria de como ela, poder ouvir aquele lindo carrilhão! beijos, linda semana! chica

" R y k @ r d o " disse...

Admirável inspiração criativa.
.
Tenha uma segunda-feira de Paz
Cumprimentos

Cidália Ferreira disse...

Mais um brilhante episódio. Vai correr tudo bem!:))

-
Esperei em segredo na fantasia do amor ...

Beijo, e uma excelente semana. :)

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Elvira

Continuo a achar bastante interessante o conto.
Esperemos o próximo post
Boa semana.
Beijinhos
:)

Teresa Isabel Silva disse...

Continuo a acompanhar com curiosidade!

Bjxxx
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Edum@nes disse...

Só espero que Isabel não perca as pegadas de Luís e vice-versa.

Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Admiro muito a sua capacidade criativa bem patente neste capítulo lindo e muito bem escrito.
Os meus Parabéns!
Beijinhos,
Ailime

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Maravilhoso e envolvente este capítulo!
Abraços fraternos!