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17.6.20

ISABEL - PARTE XXVI



 Apesar disso, o livro foi um grande êxito, já ia na décima edição, e toda a gente andava meio doida, para saber quem era o escritor mistério. 
 E tinha já agendado a data de lançamento do segundo livro, para o fim do mês. Pelo meio ficava o projecto de reunir em livro algumas das suas reportagens, como documento histórico. E, no momento encontrava-se às voltas com uma telenovela, que o seu editor lhe fizera chegar, encomenda de um canal de TV. 
 Esses projectos e a idade avançada dos pais, tinham-no levado a comprar casa em Lisboa e a estacionar por tempo indeterminado a autocaravana, sua companheira e seu refugio nos últimos anos, pensando que desta vez, talvez ficasse mais tempo do que habitualmente. Ou até quem sabe aquele fosse o tempo de acabar com a vida de aventureiro, e criar raízes.
Começava a pesar-lhe a solidão. Como agora. Não é que estivesse a pensar em casamento ou constituir família. Não. Não era isso. O seu desespero ainda não tinha chegado a esse ponto. 
O que ele queria, era  ter dois ou três amigos com quem sair, beber um copo, trocar ideias. Apenas isso. Era muito jovem quando partira de Portugal, e depois disso, sempre que vinha era de passagem, apenas para ver e abraçar os pais. 
Dos amigos da faculdade, que não via há quase vinte anos, nem sabia se estavam no país, se tinham emigrado, ou mesmo se ainda se lembravam dele. E dos miúdos da sua rua, os seus companheiros de brincadeiras na infância, todos tinham casado, e partido para outros pontos da cidade, alguns até para o estrangeiro, atraídos por uma perspectiva de vida melhor. Parecia impossível, mas era a realidade. Tinha amigos espalhados por meio mundo, mas ali, na cidade onde nascera, não tinha um único amigo. E era disso, que ele sentia falta naquele momento. Alguém com quem assistir a um jogo de futebol, ou trocar dois dedos de conversa durante um jantar.
Deu uma volta pela Praça do Comércio, totalmente diferente da última vez que ali estivera, foi até ao cais das colunas, admirou o manto de águas serenas, que a lua cheia beijava descarada, a ponte 25 de Abril, o Cristo-Rei, do outro lado do Tejo,  e murmurou:
- Tanta beleza meu Deus!
Olhou o relógio. Era quase meia-noite. Lançou um último olhar para o Tejo, e regressou ao hotel, fechando a gaveta das memórias, e interrogando-se sobre
quem era e onde viveria, aquela Isabel Mendes que tanto o impressionara.


Peço desculpa pelas ausências, vou comentando sempre que possa. Como sabem cuido de duas netas a mais nova com 10 meses. Elas deixam-me sem tempo nenhum senão à noite, e nessa altura os olhos não me dão muitas hipóteses. Actualizarei os comentários ao fim de semana pois nessa altura tenho os dias livres.


14 comentários:

noname disse...

Não se preocupe Elvira, tem é que cuidar de si, depois terá todo o tempo para nos visitar.

Beijinho, até amanhã

Pedro Coimbra disse...

Desfrute da companhia das netas, os blogues têm tempo.

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Continuando a acompanhar esta bela história com todo o prazer.
Vamos ver quando é que Luís ou Nuno voltará a encontrar Isabel.
Sobre os comentários, não se preocupe, desfrute ao máximo das suas netinhas.
Beijinhos e um dia agradável.
Ailime

Tintinaine disse...

Poupe os olhos para aquilo que é importante, nós cá nos amanhamos sem os seus comentários.
Ao olhar para a autocaravana do Luís fiquei a pensar que esse era um dos meus sonhos, quando me reformasse, mas a minha parceira não alinhou e lá se foi tudo por água abaixo.
Sonhos !!!

" R y k @ r d o " disse...

Bom dia:- Gostando sempre de ler. Quanto ao resto, primeiro está a sua saúde e a saúde das suas netinhas.
.
Deixando cumprimentos
Um miminho 🌹

Maria João Brito de Sousa disse...

Estou a começar a simpatizar com este misterioso rapaz de olhos cinzentos :)

Quanto aos seus olhos, poupe-os, amiga! Eu tenho o mesmíssimo problema; ao final da tarde já quase não vejo nem os móveis de minha casa. Valha-me que lhes conheço a posição de cor e salteado, para além de distinguir os vultos...

Forte abraço!

Cidália Ferreira disse...

Certamente que ele irá saber quem é a Isabel!! Estou gostar muito!

Também estou com a neta de 15 (diferente) e uma com 12 em escola virtual. Já estive com 3 mas a creche abriu graças a Deus.
~~
Beijos e um dia feliz!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Estou a gostar.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

chica disse...

Está muito boa a história! E anda se se preocupar conosco...Compreendemos tudo muito bem! TE CUIDA! bjs, chica

Edum@nes disse...

O homem dos olhos cinzentos, continua a pensar em Isabel. Será que Isabel também ainda o não esqueceu?

Tenha um bom dia amiga Elvira. Um abraço.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

ELvira

agora a saga ainda está melhor.
estou a gostar de ler e estou ansiosa pelo encontro dos dois na empresa da Isabel.

até lá, aguardemos.

Continuação de boa semana.
beijinhos
:)

teresa dias disse...

Netas sempre em primeiro lugar.
Cuidado com seus olhos, Elvira.
Beijo. Cuide-se.

Alexandra disse...

Um senhor das letras e bem viajado. Esperemos...

Quem está primeiro é a Elvira e família. O resto vem por acréscimo.

Um abraço e saúde! :)

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Encantador esse capítulo!
Abraços!