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5.3.20

DIVIDA DE JOGO - PARTE II


Naquele dia, Eva levantara-se cedo. Quase não conseguira dormir, de nervosa que estava. Tinha pedido dispensa, no emprego, a fim de tratar de alguns assuntos relacionados com a sua recente viuvez, e para ir ao escritório de advocacia. Depois do banho matinal, tomou o pequeno-almoço, meteu a mala e o saco com as roupas do falecido no carro e dirigiu-se à instituição onde ia deixá-las. Depois passou pelo orfanato onde sempre vivera, a fim de se aconselhar com a Irmã Madalena com quem sempre tivera uma relação especial, e que foi para ela aquilo que mais se assemelhava com uma mãe. 
Na verdade a jovem freira apaixonara-se por aquela bebé tão pequenina e frágil, e a tomara sob a sua proteção desde o primeiro dia. Às vezes Eva pensava, que o amor da Irmã Madalena, fora a causa de nunca ter sido adotada.
Mais calma, regressou a casa, e entreteve-se com uma breve limpeza, enquanto fazia o almoço. Mais tarde, depois da refeição, vestiu uma saia preta, que se lhe ajustava ao corpo, delineando-o na perfeição, e um camiseiro branco. Completou o conjunto com umas sandálias de salto alto e uma bolsa em tons de bege.
Não tinha por hábito, a maquilhagem que usava muito raramente em ocasiões especiais, e naquele momento não achou necessária. Demorou a encontrar lugar para estacionar, pelo que entrou na sala de recepção do escritório, apenas dois minutos antes da hora marcada. Na sala, além da recepcionista, encontrava-se um homem, de pé junto à janela, que se voltou  ao ouvi-la entrar.
Eva, identificou-se com a empregada, que pelo telefone interno falou com o advogado, e disse de seguida.
-Podem entrar. O doutor espera-os.
Surpreendida ela lançou um breve olhar para o homem que se dirigia para a porta.
Era alto, vestia umas calças de sarja bege, e uma camisa desportiva branca, cujas mangas tinha arregaçado até ao cotovelo. Não se atreveu a olhar-lhe para o rosto, mas se já estava nervosa, pior ficou naquele momento. Quem seria aquele homem e que tinha a ver com o falecido Alfredo?
Entraram no escritório, onde atrás da secretária se encontrava um homem de aproximadamente cinquenta anos, meio calvo, que depois de os cumprimentar, os mandou sentar. Abriu a pasta, e tirou de dentro dela uma carta, que entregou a Eva, dizendo-lhe que a deveria ler, após a leitura do testamento. Depois deu início à leitura do mesmo. Eva não queria acreditar naquilo que ouvia. Como fora possível que o marido tivesse deixado a sua casa, aquele desconhecido? E que raio de cláusula era aquela de que devia viver com ele, durante seis meses? Que loucura era aquela? Sentiu que uma onda de mal-estar lhe invadia o corpo, que um garrote lhe apertava a garganta impedindo-a de respirar, e teria caído no chão, não fora a pronta intervenção do homem a seu lado.


18 comentários:

noname disse...

Ui... que a coisa promete mistério.

Bom dia, Elvira

Elvira Carvalho disse...

Bom dia amigos:
Antes de mais quero informá-los que finalmente ao fim de um ano e várias cirurgias já vejo, pelo menos até uma distância de + ou - cinco metros, embora ainda com se tudo se encontre atrás de um véu. De qualquer modo para quem só via luz e sombra é já muito bom, tanto mais que me informaram de que a visão poderia voltar em algumas semana ou até meses, que cada caso é um caso.
Depois quero pedir desculpa à Janita, na verdade,À Média Luz o conto escolhido por si não teve dois votos mas um o seu, e o Tintinaine, que disse que Sonho ao luar, ou À média Luz não lhe diziam nada, podia ser qualquer um dos dois, o que tanto dava para este como para Sonho ao Luar também pedido pela Ailime.
Dívida de jogo foi pedido pela Noname e pela Fatyly sem dúvidas.
Terceiro como esta história está escrita, e os capítulos são bem pequenos, será postada de Segunda à Sexta. Oxalá quando ela acabe tenha alguma história nova para vos contar.
Caso contrário fica prometido, vem À Média Luz.

noname disse...

Fico muito feliz por si, que a visão esteja a voltar, mesmo que devagarinho que venha com passo certo :)

Um beijinho e continuação de melhoras

chica disse...

Que boa notícia da tua visão voltando! VIVA! Graças!!! E o capítulo de hoje muito bom e sei que já o li anteriormente...bjs,chica

Os olhares da Gracinha! disse...

Muitas questões no ar... 🤔... Bj

Janita disse...

Antes de mais, quero manifestar-lhe o meu contentamento por, finalmente, a luz que a Elvira via lá muito ao fundo do túnel, ter começado a brilhar. A partir daqui vai ser sempre a aproximar-se cada vez mais.

Quanto ao empate, na preferência dos contos, que eu levei para a galhofa, se a Elvira reler o que escreveu no início do 1º capítulo, verá que as palavras são suas. :)Não se preocupe, minha Amiga, por mim, acaba sempre tudo bem. Isto de reclamar 'justiça', aprendi com o Calimero! :))


Lembro-me perfeitamente deste capítulo. A partir daqui ficarei ainda mais atenta para ver se reconheço os seguintes.

Um abraço grato ela deferência.

" R y k @ r d o " disse...

Boa tarde:- acompanhando super curioso com os acontecimentos que vão surgindo...
.
Cumprimentos poéticos.

Joaquim Rosario disse...

Boa tarde
Mais um capitulo que me fez recordar a historia !!

JAFR

Tintinaine disse...

Fico feliz com o caminho que a recuperação da sua visão segue e espero continue a melhorar sempre.

Edum@nes disse...

Recordar é viver. Porque aqui estou passando.Fico contente por saber. Que sua visão está melhorando.

Continuação de boa semana amiga Elvira. Um abraço.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Motivo de muita alegria e gratidão pela volta da sua visão e o conto, neste segundo capítulo, maravilhoso!
Beijos carinhosos!

Teresa Isabel Silva disse...

Fico feliz com o seu regresso, espero que a recuperação esteja a correr bem.
Não li os capítulos finais da história anterior vou ter que regressar para ler com calma!

Bjxxx
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Cidália Ferreira disse...

Muito bom. Gostei do episódio!

Importam mesmo as suas melhoras! Que bom!
-
Sonho improvável ...

Desafios - Prosas e Poesias

Beijos e uma boa noite!

João Santana Pinto disse...

Fico muito feliz com as melhoras e agora a inspiração, com calma, acabará por fazer o resto (sorrisos).

Penso que por esta, ninguém estaria muito certamente à espera… uma grande surpresa que acabou por nos colar ao próximo texto.

Um beijinho

Sandra May disse...

Boa noite, Elvira!
Vim, especialmente, agradecer sua visita em meu blog e apreciação do poema.
Estou super feliz por sua recuperação. Você tem se mostrado uma guerreira determinada e incansável, tem todo o meu respeito!
Um abraço fraterno.

Maria João Brito de Sousa disse...

:) Amiga, fico muito, muito contente por saber que o seu quadro clínico está a evoluir no melhor dos sentidos!

Vá com calma, não se esforce.
Quando essas melhorias estiverem bem consolidadas, voltaremos a tê-la entre nós. Esperaremos o tempo que for necessário.

Forte abraço

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Que bom que voltou a ver e já a uma distância razoável!
Graça a Deus e pouco a pouco tudo voltará ao normal.
Faça tudo como os médicos lhe têm dito.
Um grande beijinho.
Ailime
(Estou a gostar da história que promete muito enredo. A Elvira tem uma enorme capacidade criativa).

Rosemildo Sales Furtado disse...

Mistério! Prossigamos!

Abraços,

Furtado