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4.3.20

DÍVIDA DE JOGO - PARTE I



Curiosamente os dois contos mais pedidos, com 2 votos cada, foram a Dívida de Jogo  e À Média Luz, com dois votos cada, e são das menos vistas pelos leitores atuais. A julgar pelos comentários, Dívida de Jogo, foi vista na totalidade (23 pequenos capítulos)
por 3 leitores.  Tintinaine, Edumanes e Redonda.  Joaquim Rosário, Pedro Coimbra, Chica e Anete , comentaram alguns capítulos e Janita comentou os dois primeiros. Não sei se  a história não interessou muito, ou se foi por ter sido publicada num mês de Agosto. Esperemos para ver o que vai acontecer agora.





                                                           I




Num quarto de casal, uma mulher jovem e muito bonita, tinha espalhado sobre o leito, alguns fatos masculinos. Depois abriu a gaveta da cómoda, e retirou várias camisas e T-shirts.
 Abriu uma mala de viagem e preparava-se para arrumar nela as roupas quando a campainha tocou. Foi abrir. Era o carteiro com uma carta registada para assinar. Fechou a porta e revirou o envelope entre as mãos. O remetente era de uma firma de advogados. O que podiam querer com ela?
Curiosa abriu a carta, e leu-a rapidamente. Convocavam-na para uma reunião no dia dezasseis de Maio às quinze horas a fim de assistir à leitura do testamento de Alfredo Magalhães.
Deixou-se cair sobre a cama. Desconhecia que o marido tivesse feito testamento.
Poisou a carta sobre a mesa-de-cabeceira, e voltou à operação anterior, acabando de encher a mala com as roupas do falecido. Fechada a mala, foi buscar um saco para colocar o resto das roupas, e calçado. Mais tarde iria levar tudo para uma instituição de caridade.
Eva era ainda muito jovem. Fizera vinte e três anos no mês anterior. Era alta, magra, de cabelos castanho-claro, e olhos cor de mel. Nariz levemente arrebitado, e boca pequena, de lábios bem desenhados. Se a natureza fora pródiga com ela, dando-lhe um rosto de serena beleza, e um corpo de sonho, a vida, fora tão sovina que nem a mãe lhe deixou conhecer. Desde que se conhecia sempre vivera num orfanato. Lá viveu até que se casou. Aos dezoito anos empregou-se como recepcionista numa clínica dentária, mas continuou sob a proteção das freiras da instituição.
Tinha dezanove anos, quando conheceu Alfredo. Ele era um homem elegante, bem parecido e muito carinhoso, e ela era uma mulher carente. Apaixonou-se de imediato. Casaram um ano depois. Eva sonhara muito com a vida pós casamento, mas a realidade não foi bem a que ela esperava. Aos poucos Alfredo, foi substituindo a paixão pela indiferença, reduzindo o tempo que passava em casa. Tinha um bom ordenado a que acrescentava boas comissões sempre que efetuava uma venda, mas o dinheiro desaparecia rapidamente. Felizmente que a casa era dele, herdara-a da madrinha. Ainda assim era o ordenado de Eva que sustentava a casa, na maior parte dos meses.
Ela não sabia o que se passava, mas suspeitava que o marido tivesse uma amante.
Só assim entendia as noites em que chegava a casa de madrugada, e a falta de dinheiro no lar.


15 comentários:

noname disse...

Promete. Um inicio a despertar já a curiosidade do episódio seguinte.

Noa tarde, Elvira

chica disse...

E lá vamos nós, embarcando num novo conto contigo! Simbooooooooooooora! bjs, chica

Edum@nes disse...

Tô passando por aqui,
sem pressa vou andando
porque, antes já o li
hoje estou recordando!

Tenha uma bao tarde de Quarta-feira amiga Elvira. Um abraço.

Janita disse...

Oh, Elvira...nem no futebol acontece ser o árbitro a escolher quem ganha quando há um empate! :( Isto deveria ter ido à 2ª volta!

Acho que vou fazer como o patinho Calimero que passava a vida a lamentar-se de ser o eterno injustiçado:

Oh, não é justo!

Só me falta pôr a trouxa às costas e abalar...Adeus, mundo cruel.

https://www.youtube.com/watch?v=WmzOCtsZTW4

Bora lá então ler os malefícios do jogo, a ver se desta vejo mais do dois episódios!

Cidália Ferreira disse...

Não me lembro deste! Gosto!

(as suas melhoras)

Beijos. Boa noite!

Os olhares da Gracinha! disse...

Por enquanto não me lembro de nada!!! Bj

Tintinaine disse...

Eu lembro, mas ... que me adianta? Vou acompanhar até vir outro!

Fatyly disse...

Eu li mas não comentei na altura e digo-te Elvira que identifiquei-me com muitas coisas porque o vicio do jogo as consequentes dívidas por parte dele foi o que foi mas já passou e também já cá não está para se defender. É uma das gavetas da minha vida que a mantenho fechada por estar totalmente resolvida.

Beijos e continuação da tua recuperação.

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Confesso que não sou de muito boa memoria , mas recordo-me deste conto embora não me recordo de muitos pormenores .
Vou acompanhar e com certeza vou me recordar a medida que o mesmo se for desenvolvendo .

JAFR

Maria João Brito de Sousa disse...

Pelo título, tive a súbita sensação de já ter lido esta história mas, ao iniciar a leitura, ocorreu-me que tivesse sido uma falsa impressão...

Continuarei a acompanhar :)

Forte abraço, Elvira!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Promete e vou acompanhar.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

teresa dias disse...

Não li... e agora a Eva já me conquistou.
Isto promete!
Beijo.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Embarcando em mais uma história bem escrita e que promete muitas emoções!
Beijos carinhosos!

João Santana Pinto disse...

Gostei da caracterização da personagem. Um começo “duro”, um dos momentos difíceis, a retirada das roupas, um início de contexto, com um matrimónio pouco feliz e o indício, ou de problemas de jogo, ou de uma terceira pessoa.
Tal como já foi mencionado num comentário anterior, a mim, a Eva também já conquistou, fico, portanto, a aguardar os próximos textos.

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Não li este conto e estou a gostar do início.
Promete!
Um beijinho.
Ailime