-Vem. Vamos levá-los para o quarto. Antónia se
encarregará de despi-los e deitá-los. Tem cuidado ao subires a escada, não
pises o vestido. Seria perigoso para ti e para a menina.
Ela subiu os degraus com estremo cuidado, uma mão
segurando a criança, outra levantando o vestido.
Uma vez lá em cima, ele abriu uma porta, e entrando
deitou o menino numa cama de ferro pintada de azul. No lado oposto, havia uma
cama igual pintada de rosa, onde Clara deitou a menina com todo o cuidado.
Logo de seguida Antónia entrou no quarto e Ricardo
estendeu-lhe a mão, num convite mudo para abandonarem o local.
No corredor, ele abriu uma porta, dizendo.
-Aqui será o teu quarto. Tem uma porta que comunica
com o quarto das crianças, para que possas ir rapidamente até elas, se te
chamarem de noite. Essa porta do lado esquerdo, é o quarto do teu irmão. Espero
que esteja tudo a vosso gosto, mas se quiseres mudar alguma coisa, tens
carta-branca para o fazer.
Ela queria perguntar onde era o quarto dele, mas não
se atreveu. Porém como se ele adivinhasse a pergunta que não foi feita, disse:
- O meu quarto é a porta a seguir, do lado direito, e
também comunica com o quarto das crianças. Se algum dia precisares de mim, é só
abrires a porta de comunicação que sempre fica apenas encostada. Pedi à Antónia
para arrumar as vossas coisas nos respetivos quartos. Durante a semana, poderemos ir
buscar o que ainda não veio, para que possas entregar a casa ao senhorio. Mais
tarde estarei na biblioteca. Se quiseres podes ir até lá e conversaremos um
pouco. Se não apareceres compreenderei que estás cansada e foste dormir, - disse afastando-se.
Ela acendeu a luz e entrou no quarto fechando a porta
atrás de si.
O quarto era espaçoso. Na parede contrária à porta de
entrada, havia uma grande e larga porta de vidro que dava para um terraço.
Ocupando toda a parede do lado esquerdo um enorme roupeiro ao meio do qual se
encontrava a porta de comunicação com o quarto das crianças. Na parede do lado
direito um toucador e uma porta. “Será que os quartos comunicam todos entre
si?” Foi até lá e depois de bater e não ouvir nenhuma resposta deu a volta à
maçaneta, pensando que provavelmente iria entrar no quarto do irmão mas tratava-se da sua casa de banho.
No centro do quarto, como rainha absoluta do espaço, a
enorme cama de casal.
Com uma certa dificuldade, conseguiu desapertar o
vestido de noiva, que colocou o mais direito possível em cima de uma cadeira
para mandar depois para a lavandaria. Descalçou-se, e entrou na casa de banho.
Livrou-se da roupa interior, soltou o cabelo e meteu-se debaixo do chuveiro.
O duche revigorou-lhe os músculos tensos, e sentiu-se
muito melhor.
Fechou a torneira e enrolando uma toalha à volta do
corpo, pegou no secador e durante alguns minutos dedicou-se a secar a sua farta
cabeleira. Depois enfiou um roupão e dirigiu-se ao quarto. Tirou do armário um
par de calças de ganga, e um top de seda azul que pôs em cima da cama. Escolheu
um conjunto de cuequinha e sutiã de algodão branco, e com ele na mão voltou à
casa de banho. Depois de o vestir, olhou-se ao espelho. Fez uma careta. Não era
um conjunto sensual mas era cómodo. E depois, o que lhe interessava a roupa interior? Ninguém ia ver se o que ela vestia
era de seda ou algodão.
Arrumou a casa de banho e voltou ao quarto onde vestiu
a roupa anteriormente escolhida.
Procurou no armário umas sabrinas, escovou o cabelo e
prendeu-o num rabo-de-cavalo. Abriu a porta de comunicação, verificou que as
crianças continuavam a dormir, aconchegou-lhes a roupa, e voltou ao seu quarto.
Finalmente apagou a luz e saiu.
Nota. Parece que esta história não começou de forma muito convencional. O que será que se vai passar agora? Alguns de vós pensam que a jovem fez um casamento de conveniência por causa da carreira. Mas será que assim foi? E se não tiver sido um casamento?
20 comentários:
Vamos continuar a ler para ter opinião.
Abraço do Zé
Coisa estranha esse casamento. Até aqui ainda não consegui compreender patavina. Um quarto para cada um. Isso só pode ser mesmo um casamento do outro
mundo. Séculos antes de Adão e Eva?
Tenha uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço,
Nesta história, o mistério é a primeira palavra eheheheh
Boa noite, Elvira
Cada uma que nossa querida escritora Elvira apronta,rs...Muito legal e bem instigantes! beijos, chica
Foi um casamento, mas podia ser 2 em 1. Casamento&Baptizado.
Vou tentar acompanhar para perceber porque esta história começou no altar.
Um abraço.
A minha intuição já me disse que este casamento não foi de conveniência por parte da jovem, Elvira. Se casaram e o casamento não se consumar, o que tudo leva a crer, só pode ter sido uma espécie de contrato.
Tenho lido muito toda a minha vida, não é só de agora que leio, de qualquer maneira, a minha estranheza no capítulo anterior foi o total desconhecimento da jovem a respeito das crianças.
É suposto que em qualquer contrato, ambas as partes saibam ao que vão.
Adiante... qualquer estória ou estorieta, tem de ter o mínimo de coerência. Caso contrário até parece que o autor brinca com os leitores. Isso, aos meus olhos, é contraproducente.
Espero, Elvira, que me tenha feito entender.
Abraço e obrigada.
Ainda preciso de ler mais um pouco para ver o que se passa com esse casório.
Bjs
De facto é um casamento estranho, sem que ela quase soubesse da vida dele. Mas vamos indo!
Beijos- Boa noite.
Dizendo o que disse no
final do texto acaba
melhorando o suspense.
Que bom que continua
empolgada...
Beijos e saúde, tá?
.
Estou por tudo, aceito o que vier, quanto mais suspense melhor!
Distraí-me um pouco e só após a terceira publicação apareço a comentar pelo que peço as minhas desculpas.
Já vamos descobrindo aos poucos que é um casamento de 'fachada',ou seja com alguma finalidade.
Resta acompanhar com carinho e atenção para sentir cada personagem. rs
Bom Elvira, sigamos pois!!
Abraço
Há casamentos que são negócios.
Conheço vários casos assim...
Abraço
Bom dia
Duvidas . duvidas e mais duvidas !!
JAFR
Estou a gostar deste suspense inicial. Prende o leitor.
Beijinhos.
Não sei o que irá acontecer mas fico na expectativa.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Boa tarde Elvira,
Admiro a sua criatividade e imaginação!
Interrogações às quais não faço a mínima ideia de como responder...
Mais uma história que me parece vir a ser muito interessante.
Beijinhos,
Ailime
Pois é, Elvira!
Acho que vai dar um belo romance hem!!!
Tá criando um clina rsrs
Bjs
Cada pormenor na descrição faz toda a diferença!!! Bj
...
A minha Ana já ganhou peso...na segunda vai pedir outra opinião médica e no dia 1 de Outubro tem a consulta de cirurgia!
Veremos o que a Elvira nos traz desta vez . Abraço
Preciso ler mais alguns capitulos pra saber o que acontece.
Beijos!
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