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23.8.18

FOLHA EM BRANCO - PARTE XXVI


                                          
. -Muito bem doutor. Mas, eu não posso ficar mais tempo na cidade. É imperioso que regresse a Lisboa. Posso viajar com a Mariana?- Perguntou Miguel.
- Do ponto de vista médico, claro que pode. Em Lisboa existem bons médicos, ela pode perfeitamente ser acompanhada lá. Pode inclusive ser melhor para o restabelecimento da normalidade cognitiva da paciente, se o factor causa-efeito, estiver nesta cidade. O afastamento do local, de uma tragédia, não faz com que ela seja menor, mas faz com que pareça menos trágica. Agora, do ponto de vista legal, pode ser problemático, uma vez que uma pessoa em amnésia, não tem vontade própria, e segundo me disse, a paciente não é sua parente. Mas isso, claro, não é comigo.  E sim com o senhor e as autoridades.
-Compreendo. E o doutor poderia recomendar-me algum colega, em Lisboa?
- Claro que sim. Se quiserem aguardar um pouco na sala, eu vou escrever uma carta a um colega meu. Convém que levem a RM. Se não puder esperar, passe pela clínica, deixe a morada que eles enviam-na pelo correio. Se não o fizer, o colega vai pedir-lhe para ir fazer outra e não há necessidade disso.
-Muito obrigado, doutor.
- Boa sorte! - Respondeu o médico.
Aguardaram alguns minutos na sala, até que a assistente, lhes veio trazer uma carta endereçada a um tal doutor João Serra, na rua António Augusto de Aguiar.
Consulta paga, e já na rua, Miguel perguntou:
-Está desiludida, Mariana?
-Não devia estar? Retorquiu com amargura.
- Não. Já sabemos que não tem nada físico, o que podia tornar irreversível o seu estado. Então é preciso não perder a esperança.
Amanhã vou despachar as telas para Lisboa, e depois seguimos nós. Precisamos comprar uma mala para as suas coisas. Vai gostar da minha casa em Lisboa. Fica num sítio muito bonito, e tem outras condições que esta não tem. E, preciso contratar alguém para ir consigo ao médico e lhe fazer companhia. Vou estar muito ocupado nos próximos tempos. Tenho uma exposição para fazer, e estou muito atrasado. Tenho que ver o espaço, na galeria, escolher as telas que vou expor, mandar fazer os folhetos de apresentação, os convites,  contatar a imprensa, um sem fim de coisas.
Calou-se ao ver que a jovem chorava.
- Mau. O que é isso agora?
- Estraguei a sua vida. Deixou de pintar, de ir às suas tertúlias, está farto de gastar dinheiro comigo. Devia ir-se embora sem mim.
Estacou, zangado:
-Não digas, asneiras, - disse tuteando-a pela primeira vez







9 comentários:

chica disse...

As coisas complicam pra ele, mas farao tudo que foi indicado! Bjs tudo de bom, chica

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
A história está muito bem encaminhada, Miguel tem sido extraordinário com Mariana.
Vamos ver se não vai ter problemas com as autoridades.
Beijinhos,
Ailime

Pedro Coimbra disse...

Cada vez mais próximos.
Um do outro e da verdade.
Abraço

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Não faço a menor ideia como isto vai terminar , mas que ainda vai dar muitas dores de cabeça aos dois , não deve haver duvidas .
JAFR

_ Gil António _ disse...

Bom dia:- Acompanhando, super interessado, o desenrolar da estória.
.
* Amor em Asas Libertas *
.
Votos de um dia feliz

Cidália Ferreira disse...

Está complicada a situação de ambos!

Soubesse eu...que modificaria o mundo... [ 9º aniversário do blogue espiritual-idades]

Beijo e um excelente dia.

Olinda Melo disse...


Mais um passo no sentido de resolver o problema da Mariana.
É certo que isso ainda vai levar o seu tempo...

Bj

Olinda

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Gostei mas tenho que ler os anteriores.
Um abraço.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

lis disse...

E, assim vao se familiarizando cada dia mais.
Tomara tudo se resolva, lindamente!
bjim