O projeto não era mau, de todo, mas havia algumas coisas
que não lhe agradavam e levou mais de uma hora, anotando alterações que julgava
necessárias para que tudo ficasse como ele idealizava. Quando se deu por
satisfeito, reenviou-o por email para o arquiteto e fechou o computador.
Passou a mão pela testa, pensativo. Relembrou a conversa
tida com Joana Teixeira. Cada vez lhe agradava mais a jovem,
a sua maneira franca de encarar a vida tão diferente da fútil Cristina Amaral,
com quem rompera há quase uma semana. Rompimento que sinceramente pensou fosse
mais difícil do que realmente foi. Provavelmente ela estaria tão farta das suas escusas em acompanhá-la de festa em festa, como ele estava da sua
futilidade. Fisicamente, Cristina tinha uma figura bem mais exuberante que
Joana, desde logo pela sua altura, pela elegância com que se vestia. Porém a
ele, bastaram-lhe dois encontros com Joana para saber que era uma mulher
inteligente, e de fibra. E isso agradava-lhe. O facto de não acreditar no amor,
não invalidava o respeito, o companheirismo, a cumplicidade. E ele estava
disposto a fazer com que aquele casamento desse certo, principalmente pelo
menino que não tinha culpa do pai que o tinha gerado. Não lhe passava pela
cabeça que a jovem, rejeitasse a sua oferta. Pensava conhecer bem as pessoas. E ainda que a jovem dissesse que nuca se ama demais, ele sabia que ela amava demasiado a mãe e o menino para não os por em primeiro lugar na
balança. Sim ela aceitaria, ainda que com sacrifício da sua própria liberdade. Pelo menos nos dois anos que estariam no contrato pré-nupcial. Depois do casamento, cabia-lhe a ele fazer com que não se arrependesse. Para
bem de todos. Abandonado pela mãe, aos cinco anos, Pedro não se lembrava de ter
sentido a ternura de um afago feminino, a não ser da sua tia quando os visitava, o que acontecia muito raramente. O pai, um homem amargo, nunca lhe
faltou com nada que se pudesse obter com dinheiro. Comprou-lhe roupas de marca, pagou-lhe os melhores colégios, e a Universidade. Mas nunca se sentou a
conversar com o filho, nunca lhe perguntou o que sentia ou como sentia. Era
como se a traição da mulher amada, lhe tivesse secado todo e qualquer sentimento, ou até o
próprio coração.
Por isso quando o pai morreu, Pedro continuou o seu trabalho, acumulando riqueza, completamente entregue aos negócios.
Meses atrás, começara a pensar que era altura de arranjar
uma companheira. Alguém que aceitasse
determinadas condições para se casar com ele. Não pensava em amor. Isso
envolvia sentimentos, e mais cedo ou mais tarde ia fazê-lo sofrer. Ele nunca iria envolver o coração numa relação. Não queria passar pelo que o pai passou. Quando
conheceu Cristina Barbosa, pensou que tinha encontrado o que desejava, mas logo
se desiludiu. E precisamente quando sentia que talvez nunca fosse conseguir
encontrar alguém capaz de se sujeitar ao que ele desejava, eis que o destino
levara até ele, Joana Teixeira.
Fechou o computador, arrumou a mesa, e vestiu o casaco. O
seu dia de trabalho tinha chegado ao fim.
.
18 comentários:
Elvira ... agora está na hora de SER FELIZ ao lado de alguém especial em sua vida!!!
Que seja um EXCELENTE fim de semana!!!
A passar por cá para acompanhar a história e desejar um bom fim de semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
A novel vai de vento em popa!
E a saúde, como vai?
Espero que melhor.
bom dia
Se houver casamento neste caso a conveniência é dela , ele só tem depois de fazer com que ela passe a gostar dele , até para o futuro e a felicidade do menino !!
um bom fim de semana com uma melhor recuperação.
JAFR
O dia dele acabou, mas levará pra casa essa "tarefa" na mente... Tá lindo ! beijos,chica
Ele não acredita no amor, mas vai-se apaixonar por ela. Vai ser lindo :))
Hoje:- Sou o bago adocicado que tu beijas.
Bjos
Votos de um óptimo Sábado.
Continuo a acompanhar minha amiga e espero que esteja melhor.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Novamente chegando por aqui e lendo os capítulos todos. Fiquei sabendo do seu repouso, puxa, uma experiência forte e que pede muita paciência. Tomara logo fique boa, querida Elvira!
Um relacionamento que trará resultados impactantes. As carências dos dois encontrarão oportunidades únicas no “misterioso jogo do amor”! Ficarão realmente surpresos com a “dança da vida” e as suas superações...
Bom sábado e esperanças novas p a sua saúde... Bjs
Quem desdenha quer comprar! Vai apaixonar-se...Vai vai!! Prevê-se intensidade! :)
Beijo e um excelente Sábado!
Continuando a acompanhar.
O amor às vezes prega partidas, e os que mais descreem dele... caiem que nem patinhos :)))
Esperemos para ver...
Bom Fim-de-semana
Abraços
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Gostando da estória. Continuarei a passar e a ler...
.
* Utópicos versos rimados num abraço entre namorados ( Poetizando) *
.
Deixando um abraço poético
Pedro parece estar confiante, de que o casamento vai acontecer. Se continuar a chover. Daqui até lá, por baixo da ponte, muita água irá correr?
Tenha um bom fim de semana amiga Elvira. Como vai a sua saúde?
Um abraço.
É, parece que o rapaz foi atingido pela flecha do cupido, não quer aceitar a ideia e continua a enganar a si próprio. Continuo gostando e aguardando os futuros acontecimentos.
Abraços,
Furtado
PS: Já leu o PS do meu comentário anterior? Diga-me algo no pio1furtado@oi.com.br
Boa noite Elvira,
Continuando a acompanhar com muito interesse a história.
Vamos ver o que se segue.
Beijinhos,
Ailime
Vamos ver se o amor lhe bate no coração e se apaixona.
Passando para o próximo capítulo, estou a gostar.
Bjs
Casamento por conveniência até que o amor atinja seus corações!
Beijos carinhosos!
LENDO, ELVIRA.
https://zilanicelia.blogspot.com/
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