Os anos seguintes foram para Manuel os mais felizes da
sua curta existência. Na casa do patrão não faltava comida. O trabalho fazia-o
bem. Era um miúdo franzino, porém tinha força e gostava de estar ali. Para isso
contribuía, além da boa comida, os filhos do patrão, especialmente o mais novo,
um rapazito pouco mais ou menos da sua idade, com quem se dava muito bem e de
quem herdava a roupa e o calçado que lhe iam deixando de servir.
O Arménio era
um rapazito esperto, sempre pronto a descobrir uma maneira de não fazer o que o
pai queria. Porém era bom estudante e quando ia ter com o Manuel aos pastos, onde este estava com o gado, gostava de ensinar ao amigo o que ia aprendendo. Este que nunca tinha ido à
escola, ouvia com avidez e registava tudo o ouvia. Foi assim que aprendeu a
ler, e mais tarde a escrever. Gostava tanto do Arménio que prometeu a si mesmo, que se um dia tivesse um filho ele se chamaria assim.
Nos meios pequenos, tudo se sabe, e há sempre uma “alma
caridosa”, que gosta de dizer o que não deve.
Manuel não sabia que era filho de
pai incógnito. Mais, ele pensava que o seu pai tinha ido para o Brasil, e nunca
mais dera notícias. Era o que ouvia aos irmãos, e nunca lhe passou pela cabeça
que o seu pai, não era o mesmo pai dos irmãos.
Mas um dia, andaria o Manuel pelos dez anos, chegou à aldeia, o Armindo, um emigrante que vivia no Brasil. Vinha buscar a mãe que ficara viúva. Ele contou que António, o marido da Piedade, tinha ido trabalhar para uma padaria, lá nos arredores de S. Paulo, tinha casado com a filha do patrão, e já tinha uma “penca” de filhos. Quando Manuel soube, achou que o pai era um “sacana” e ficou muito zangado. Logo, a tal “alma caridosa” se encarregou de lhe dizer que não tinha porque estar assim, afinal o homem não era seu pai, o seu pai era o Alberto da aldeia de Mourel.
Mas um dia, andaria o Manuel pelos dez anos, chegou à aldeia, o Armindo, um emigrante que vivia no Brasil. Vinha buscar a mãe que ficara viúva. Ele contou que António, o marido da Piedade, tinha ido trabalhar para uma padaria, lá nos arredores de S. Paulo, tinha casado com a filha do patrão, e já tinha uma “penca” de filhos. Quando Manuel soube, achou que o pai era um “sacana” e ficou muito zangado. Logo, a tal “alma caridosa” se encarregou de lhe dizer que não tinha porque estar assim, afinal o homem não era seu pai, o seu pai era o Alberto da aldeia de Mourel.
22 comentários:
Gostei de ler. A vida ensina-nos muitas coisas e alguns dos nossos amigos encarregam-se de nos enriquecer com os seus conhecimentos.
A passar para acompanha a história e desejar um bom Carnaval!
Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Enredo que nos contagia.Está muito bem engendrado! Gostando! bjs, chica
¡Hola Elvira!!!
Me encantó leer este relato que se asemeja a muchas lejanas realidades. ¡Que bien se te dan estas historias! Es un placer leerlas.
Te dejo mi gratitud y mi estima siempre.
Un abrazo inmenso y feliz carnaval.
Aquí en Pontevedra, llueve a cántaros.
Ótimo dia!!!!!!!!!!!! Beijos
Um texto muito interessante.
Um abraço.
A Piedade é uma mulher de fibra... Muitas situações enfrentadas!
Continuarei acompanhando as suas criativas narrações, Elvira...
Abraço nesta 3a feira... Muita paz.
Sigo com atenção a narrativa.
Afinal, ao Manuel, até foi feita uma revelação que o rapaz tinha todo o direito de saber!
Pena ter sabido pela boca dos de fora.
Um abraço, Elvira.Boa e inspirada semana.
Acabei de ler os 4 capítulos do novo conto "Manel da Lenha".
Estou a gostar; são tempos duros dos quais é bom guardar a memória, registando-os.
Parabéns, amiga :)
Oi Elvira
Vou comentar o capítulo I e depois, amanhã se estiver melhor, uns dois.
Beijos
Minicontista2
Os filhos de pais icógnitos não têm nome do pai, mas não quer dizer que não se saiba quem é o pai; nas aldeias há muitas 'almas' que sabem os nomes, mas às vezes, por medo, respeito ou outra coisa qualquer...não os querem revelar. Não foi o caso e ainda bem, assim o Manuel ficou a saber o nome do pai.
Abraço.
Os rapaz no jogo do pião,
nesse conto bem contado
para comer o Manuel tinha pão
pelo patrão estava sendo ajudado!
Oxalá tenha sorte,
não seja só para inglês ver
tinha pão para comer
como dantes não passava fome?
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Corrijo: Os rapares e não os rapaz!
Amiga, sempre a escrever coisas interessantes. Beijo grande.
A verdade, vinda de chofre
dói
mas é preferível a dor à tranquila mentira
isto promete
Continuando a acompanhar esta bela história.
Beijinhos
Oi Elvira,
É tão bom aprender com os amigos.
Quantas coisas que aprendemos com eles.
Adorei
Beijos
Minicontista2
Muito bom querida Elvira, instiga minha curiosidade.
Um abraço.
Uma revelação que decerto chocou o Manuel.
Estou a seguir a história com atenção vou ler a seguinte.
Um beijinho
Fê
CONTINUANDO.
ABRÇS
http://. zilanicelia.blogspotcom.br/
Elvira, pare de espreitar no buraco da fechadura das casas dos outros, sff. rsss.
já estava mais do que na hora do garoto saber quem era o pai, assim como do safado reconhecer e amparar o filho. Aguardemos.
Abraços,
Furtado.
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