Os quatro dias que Isabel passou em Munique, foram de autêntica loucura.
Foi recebida no aeroporto por Hans, que a transportou para sua casa onde Anne os esperava para jantar. Contrariamente ao que o telefonema de Hans fizera supor, a mulher estava no quarto mês de gravidez e quase não se notava ainda a barriga. De resto estavam muito felizes e notava-se-lhes um brilho diferente no olhar.
- Mas como é isso de casarem assim de repente? – perguntou Isabel enquanto jantavam
- Não foi assim tão de repente – disse Hans. Na verdade desde o princípio do ano que tínhamos programado o casamento para este ano. A gravidez só veio alterar um pouco a data, já que pensámos no fim do ano como data, mas Anne diz que nessa altura já estará com um grande barrigão e não terá graça nenhuma.
- Nós, mulheres, - explicou Anne - sonhamos com o casamento, desde que ainda meninas, começamos a perceber o que se passa à nossa volta. Depois quando acontece, é algo que vamos recordar toda a vida. No fim do ano estarei com oito meses, uma barriga enorme, provavelmente com dificuldade em calçar uns sapatos decentes, por causa dos pés inchados. Decerto ia sentir-me cansada, com dores nas pernas e nos rins, sem conseguir dançar, e sem vontade para nada. Não quero um casamento assim.
E Anne tinha razão, pensou Isabel. Mulher nenhuma desejaria um casamento assim.
E Anne tinha razão, pensou Isabel. Mulher nenhuma desejaria um casamento assim.
Depois, bem depois, o tempo passou a correr entre a ida ao cabeleireiro, os ensaios da cerimónia, o ajudar a noiva a vestir-se, a cerimónia, e a festa que se lhe seguiu. Por sorte Isabel conseguiu passar na véspera do casamento às cinco da tarde, pela Marienplatz uma das praças mais movimentadas de Munique, e, pode ver e ouvir Glockenspiel o famoso carrilhão composto por quarenta e três sinos, e a dança dos bonecos de madeira que ao som musical vão representando cenas históricas da Alemanha, na torre do Neues Rathaus.
No dia da cerimónia, ao colocar-se no altar, ao lado do padrinho, Isabel não pôde deixar de sorrir divertida, ao lembrar as considerações de Amélia sobre o padrinho. É que este, era o avô do noivo, um empertigado octogenário.
Depois da cerimónia, a sessão de fotos no Jardim Inglês, e por fim a festa onde não faltou muita alegria e cerveja.
Depois da partida dos noivos para a lua-de-mel, Isabel recolheu ao hotel extremamente cansada.
No dia seguinte antes de seguir para o aeroporto, ainda conseguiu visitar a Catedral de Frauenkirche, em honra de Nossa Senhora Bendita. Aí, quando depois da visita, que incluiu uma subida à torre sul, onde pode apreciar uma maravilhosa vista da cidade, se recolheu em oração, reconheceu perante Deus, aquilo que nunca tinha deixado ninguém adivinhar. Nunca seria uma mulher realizada, se não conseguisse ter uma família. E orou com fervor, pedindo à Virgem, para encontrar um homem bom, capaz de a amar e de formar com ela uma família, concedendo-lhe a graça de ser mãe, antes que a idade a impossibilitasse disso.