-Tudo bem, doutor, a dona Angelina e o senhor Anselmo, já
aí estão, mas como só acabam os tratamentos hoje eu vou dizer-lhes para irem
primeiro fazê-los, e têm a consulta no fim.
-Obrigado. Vamos, Anabela?– perguntou afastando-se em
direção ao seu gabinete.
Paula ergueu as sobrancelhas em sinal de interrogação e a
jovem respondeu com um encolher de ombros, apressando-se a seguir o médico.
Já no gabinete, o médico despiu o casaco que pendurou num cabide,
pegou na bata que lá estava pendurada e voltando-se para a jovem, disse:
-Sente-se por favor.
Anabela sentou-se sem saber bem, o que esperar daquele
encontro, ou porque o velho médico queria tanto falar com ela. Sentou-se e
aguardou que o clínico fizesse o mesmo.
- Decerto está curiosa para saber porque quero tanto falar
consigo ao ponto de pensar em pedir à Paula que a chamasse, se o acaso não tivesse feito com que a encontrasse hoje.
-Na verdade…
-Já me explico. Mas antes devo dizer-lhe que
tenho acompanhado o percurso da sua vida desde que saiu desta clínica para se
formar, coisa que fez com brilhantismo. Conheço a sua força de vontade e o seu
profissionalismo.
Também sei que tem estado de férias sem vencimento por
causa de problemas familiares. Sei, porque ouvi por acaso o comentário da Paula
com a Judite, que está a pensar candidatar-se a uma vaga de enfermagem em
Londres, porque a família do seu falecido marido lhe tem feito a vida negra. É
verdade?
-Sim. Eles culpam-me pelos disparates do filho, quando eu
fui uma vítima dos vícios dele.
- Percebo que se queira afastar daqui por uns tempos embora pense que o que devia fazer era dirigir-se à polícia e pedir que eles fiquem proibidos de se aproximarem de si. Mas existe outra solução que lhe vou expor. O meu sobrinho Tiago, médico cirurgião, estava integrado numa ONG, em serviço na República Centro Africana, quando foi gravemente ferido.
Esteve em coma durante mais de um mês, foi submetido a várias cirurgias e finalmente teve alta no final do mês passado. E embora os especialistas digam que a cirurgia à coluna correu bem e ele pode voltar a andar, o facto é que ele continua sem conseguir mexer as pernas.
Na verdade, perdeu a vontade de viver, não só, por não poder movimentar as pernas, mas porque tem algumas outras cicatrizes no corpo e a pior de todas, na alma, pois a noiva com quem pretendia casar na próxima primavera rompeu com ele, quando o viu ferido.
Desde então ele isolou-se numa casa que herdou da madrinha, na Lousã, e não quer ver ninguém, nem sequer os pais que estão desesperados. Já lhe arranjámos três enfermeiras, mas a que aguentou mais tempo, esteve três dias. Ora, eu pensei que se alguém é capaz de lidar com ele e fazer com que recupere a saúde, esse alguém é a Anabela.
10 comentários:
Eu não disse que vinha aí proposta???
Bfds
Bah! Será vai aceitar? Vamos ver...Bem coisa boa por aí! beijos, lindo fds! chica
Acho que é uma boa alternativa à ida para Londres. Se fosse comigo ... aceitava já sem pestanejar!
Bom fim de semana!!!
Lendo, gostem do e deixando votos de um
Feliz fim de semana
E aqui vai começar uma nova vida para a Anabela, creio eu. Espero que estejas bem de saúde, amiga! Beijinhos e um bom fim de semana
Emilia
Boa tarde Elvira,
Uma proposta que poderá dar uma reviravolta na vida de Anabela.
Será que aceitará?
Um beijinho e um bom fim de semana com saúde.
Ailime
Um desafio e tanto. Vamos ver o que a Anabela consegue 😊
Beijinho, Elvira
O futuro da nossa Anabela já está delineado!!
Irá aceitar ir para a Lousã cuidar do médico - por certo irascível - apaixonar-se e...no final, o amor triunfará. :)
Venho tarde hoje, Elvira, nem sempre o vento sopra a nosso favor. É a vida!
Um abraço.
Ainda não li os episódios anteriores, mas bastou este para me prender a atenção. E isso é talento da autora.
Um abraço, Elvira :)
Anabela vai aceitar e a sua vida vai mudar.
Já merece ser feliz.
Será, Elvira?!
Beijo
Enviar um comentário