Era quase meio-dia, quando Anabela estacionou o seu carro, atrás do veículo do doutor Azevedo, junto da porta de uma casa de dois pisos, tipicamente rural, nos arredores da vila da Lousã.
Ela ainda saía do carro quando a porta se abriu e uma
mulher aparentando uns cinquenta e poucos anos saiu e se dirigiu ao doutor
Azevedo.
-Bom-dia, doutor. Que bom que veio, estava a pensar
telefonar-lhe hoje. Não sei que fazer com o patrão. Ele quase não come, geme
todo o dia com dores, mas nega-se a tomar a medicação e as enfermeiras que
vieram não aguentaram mais de dois dias. No fim de semana, os pais estiveram
aí, mas não conseguiram convencê-lo a mudar de atitude. Disse-lhes que o
deixassem sozinho, que queria morrer em paz. Os senhores coitados ficaram em
pânico.
-Eu sei, Isilda. Falei com o meu irmão. Por isso estou
aqui. E trouxe ajuda. Tenho a certeza de que a enfermeira Anabela, não se vai
embora ao fim de dois dias. Queria pedir-lhe que atenda as suas ordens e a
trate como se ela fosse a senhora da casa e não o meu sobrinho. Enquanto ele não mudar de atitude, não se pode lidar com ele, com paninhos quentes E não se importe
com o seu mau génio, nem com as ameaças de despedimento. Conheço-o bem. Ele
nunca o faria. Agora se não se importa, ajude-a a instalar-se, enquanto eu vou
ver o meu sobrinho.
- Por aqui, menina – disse a empregada seguindo em direção
às escadas, para o segundo piso. – Os quartos são aqui, mas devido ao problema
de saúde do doutor, os pais mudaram o escritório cá para cima e instalaram no espaço vazio, o
quarto dele.
-Mas o meu quarto não devia ser lá em baixo para ficar mais
perto do doente?
- Não sei menina, mas lá em baixo não há mais quartos. Havia uma sala de visitas ao lado do escritório, que foi transformado numa sala de tratamentos e ginásio. Há até aparelhos que o doutor Azevedo trouxe no fim de semana. De qualquer modo o doutor Tiago tem uma campainha que se ouve pela casa toda, se quiser chamá-la.
Aqui é o seu quarto, o meu marido já lhe vai trazer
as malas, pode-se instalar, eu virei chamá-la quando o doutor Azevedo quiser apresentá-la
ao sobrinho.
- Diga-me só uma coisa, o doente nunca sai do quarto?
-Não menina. O meu marido ajuda-o todos os dias com a
higiene e sempre o incentiva a usar a cadeira de rodas para ir à rua apanhar um
pouco de sol, mas ele nunca o faz.
- Obrigado, Isilda. Vou então arrumar as minhas coisas.
Amigos, entre os problemas de saúde, (dia 23 vou fazer uma TAC ao crânio) o cuidar da neta de 3 anos e a preparação para o lançamento do próximo livro estou com o tempo muito limitado. Peço-vos desculpa.
11 comentários:
A Anabela já vai arregaçar as mangas e meter o doente nos eixos. Só vai é precisar de muita paciência...
O mesmo digo à Elvira; tenha paciência que tudo se resolverá.
Um abraço amigo.
Não te preocupes, Elvira pois o importante é a tua saúde. Os amigos esperam o tempo que for necessário Estou a gostar da história e logo, logo, o doente estará domado. Beijinhos, Amiga e boa noite. Que o exame corra bem!
Emilia
Cuide-se que isso é que é importante.
que bom sabe rque vai lançar mais um livro :)
cuide de si para continuarmos a ser brindados com a sua escrita maravilhosa.
as rápidas melhoras
Bom dia, Elvira!
Trate da sua vidinha e da sua saúde que nós cá nos arranjaremos!
O paciente indomável será bem cuidado! Te cuida também! Boa sorte! beijos, chica
Estou muito perdida, mas hei-de arranjar um dia para para recuar um mês - ou mais? - e agarrar a ponta do fio do enredo exactamente onde deixei cair a meada...
Com a mesma força com que o desejo para mim, também desejo que tudo lhe corra pelo melhor, amiga.
Um forte abraço!
Gostei do episódio.
Que tudo lhe corra bem... Não se preocupe!
.
Passou a fantasia, sombra do tempo
.
Beijo, e um excelente dia!
Estou curioso para ver como se estabelece a relação da Anabela com o doente mimalho...
Beijo, querida amiga Elvira.
Boa noite Elvira,
Vamos ver como o doente vai reagir à presença de Anabela.
Estou curiosa.
Beijinhos e saúde.
Ailime
Hum, isto promete...
A Anabela vai mudar tudo naquela casa. Penso eu.
Elvira, calma, que tudo vai correr bem.
Cuide-se. Descanse.
Beijo, feliz fim-de-semana.
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