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24.2.23

CICATRIZES DA ALMA - PARTE XXIII





 A empregada saiu e Anabela olhou à sua volta. O quarto era grande com uma mobília rústica compacta onde se destacava uma cama de casal de cabeceira alta. Todos os móveis davam a sensação de solidez e conforto, embota fossem de linhas simples e com muitas gavetas. Numa das paredes, havia uma grande porta envidraçada cujas cortinas abertas deixavam entrar o sol aumentando a sensação de conforto. Aproximou-se e abriu a porta. Dava para uma varanda da qual se podia ver uma maravilhosa paisagem da serra.

Voltou a entrar no quarto e fechou a janela quando bateram à porta. Foi abrir e um homem alto e forte, não aparentando mais de sessenta anos apesar do seu cabelo completamente encanecido, carregando as suas duas malas entrou no quaro e poisando-as disse:

- Bom dia, menina, sou Joaquim, o caseiro e marido da Isilda. O doutor Azevedo pede se pode descer dentro de vinte minutos. Quer apresentá-la ao sobrinho e dar-lhes instruções antes do almoço que será servido há uma hora. Pretende partir depois do almoço.

- Obrigado, descerei daqui a pouco.

Olhou o relógio, colocou as malas em cima da cama, e começou a arrumar as suas roupas e livros que trouxera consigo. De seguida dirigiu-se à outra porta e abriu-a descobrindo que se tratava de uma casa de banho, equipada com uma antiga banheira de pés de leão que nunca devia ter sido usada, e uma cabine de duche. Sob o lavatório um armário branco que depois de aberto verificou estar cheio de toalhas também brancas.

Tudo na casa de banho era branco, desde a pintura no teto até aos azulejos, móvel e moldura do espelho. Parecia, uma coisa de enfermaria, não lhe transmitiu a mesma sensação de conforto do quarto a qual voltou.

Guardou dentro do armário as malas vazias e levou para a casa de banho a bolsa com os produtos de higiene pessoal. Abriu a torneira e lavou as mãos e o rosto. Deu uma olhadela rápida ao espelho e saiu.  Não mudou de roupa, nem vestiu a bata branca que tinha estendida em cima da cama. Teria de falar primeiro com o doutor, pois sabia que havia doentes que não gostavam de que as enfermeiras que os tratavam usassem bata.

Desceu as escadas e encontrou o doutor Azevedo conversando com o caseiro. 

8 comentários:

Janita disse...

E lá ficámos nós - e a Anabela - pelo quarto.

Espero que na segunda-feira já haja alguma nvidade.

Um abraço, Elvira e bom fim de semana.

Pedro Coimbra disse...

Estou preparado para um doente complicado.
Bfds

Tintinaine disse...

Vem chegando a hora de entrar na arena e enfrentar a fera. Será que precisa de uma cadeira e um chicote, como usam os domadores no circo?
Bom fim de semana!!!

chica disse...

E vamos ver o que a espera!
Farei uma pausa para férias e na volta, me "enfronho" de tudo que vai acontecer por aqui! beijos, fica bem e até a volta! chica

Maria João Brito de Sousa disse...

Estou a trabalhar numa Coroa de Sonetos e não será hoje (ainda) que recuo até à ponta da meada que perdi, mas não resisti a ler o capítulo de hoje...

Um grande abraço, Elvira!

Daniela Silva disse...

Fico ansiosa pelo próximo capitúlo :)

Ailime disse...

Boa noite Elvira
Agora fica o "suspense" até segunda feira.
Penso que vai correr tudo bem.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história e desejar bom fim de semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda